Uma pessoa pode encontrar infinitas possibilidades para alcançar sucesso em sua trajetória de vida. Especialistas no assunto, entretanto, garantem que alcançar uma posição de destaque, seja no âmbito pessoal ou profissional, é algo que precisa ser amadurecido com o tempo, combinando uma série de fatores como planejamento, determinação, vontade e resiliência.
Esse foi o roteiro abraçado pela paulista Carla Perazzetta, empresária paulista de 54 anos e que desde 2016 está radicada no Distrito Federal administrando a Fabrincadeira. A marca está sediada em São Sebastião e fabrica móveis e brinquedos utilizando madeira maciça, como camas, torres de aprendizagem, cabanas e objetos de decoração, sempre associando qualidade e durabilidade. O caminho para alcançar sucesso à frente da empresa teve início no final da década de 1990 e foi marcado por uma série de dificuldades, que começaram a ser mitigadas no ano passado, em plena pandemia, com o apoio do Sebrae no Distrito Federal.
Carla começou a empreender pela primeira vez em 1998 e contou com benefícios de algumas soluções ofertadas pelo Sebrae do Estado de São Paulo. À época, ela administrava uma empresa de distribuição de revistas na capital paulista e foi tão bem sucedida na atividade que chegou a conceder entrevistas para veículos de imprensa, como o Diário do Comércio e a revista Pequenas Empresas Grandes Negócios. A trajetória empresarial, porém, foi interrompida no ano 2000, quando Carla soube que estava grávida de sua segunda filha.
A intenção da empresária era se dedicar integralmente à criação da criança. No entanto, a situação financeira da família ficou complicada quando a filha estava com 11 meses de idade, o que obrigou Carla a se recolocar profissionalmente no mercado. A formação que tinha na área de marketing pela Anhembi Morumbi ajudou a que ela logo começasse a trabalhar na área comercial de uma empresa especializada em tradução, que estava expandindo sua operação no país. “Com cinco meses, eu assumiu a gestão da área de relacionamento da empresa e comecei a viajar pelo Brasil inteiro. Instalei filiais, conduzi treinamentos e percebi que o empreendedorismo continuava forte em mim”, recorda.
Toda a aprendizagem adquirida foi essencial para Carla alçar voos maiores. Em 2004 ela aceitou uma proposta para trabalhar em uma empresa de benefícios corporativos. Começou ali um período que se estenderia até setembro de 2015 e que deu à paulista uma ampla experiência em B2B, além de reavivar a vontade que Carla mantinha guardada, a de ter um negócio de sucesso. “Houve uma pequena crise no setor de benefícios em São Paulo e fui demitida. Eu estava exausta, cansada de certas cobranças, de pressões. Já não aguentava mais o trânsito caótico de São Paulo e estava pensando em montar algum negócio. Só não sabia o quê”, conta.
Alguns meses antes, a primeira neta de Carla estava prestes a comemorar mais um aniversário. A mãe da criança, Agatha Bernado, filha mais velha da paulista, já residia no Distrito Federal e havia feito uma caixa de areia utilizando madeira maciça como parte da decoração da festa. No dia do evento, a peça chamou a atenção dos pais de algumas crianças convidadas, o que levou Agatha a produzir mais algumas unidades e, sobretudo, a identificar uma oportunidade de negócio. Surgiu, então, a Fabrincadeira.
A empresa começou a funcionar nos fundos da casa de Agatha, no Jardim Botânico. Ela começou a gerir a parte comercial da empresa e contratou um funcionário, que ficou responsável por conduzir todo o processo de produção. Além das caixas de areia, a marca produzia brinquedos e montava parquinhos em diversas casas. No entanto, por ser funcionária pública e não conseguir conciliar as duas atividades, Agatha convenceu a mãe a vir de São Paulo e passou para ela a administração do negócio. Entusiasmada com a possibilidade de empreender novamente, Carla não pensou duas vezes e passou a conciliar sua rotina entre a capital paulista e Brasília, até se mudar juntamente com o marido para o DF, no final de 2016.
Logo que se tornou oficialmente uma moradora da cidade, a empresária procurou apoio junto ao Sebrae no Distrito Federal. Carla sabia dos benefícios que a Fabrincadeira poderia ter com as soluções da instituição e inicialmente realizou uma consultoria de planejamento estratégico. “Apesar de possuir uma ampla experiência na área comercial, eu precisava entender os processos da empresa. Peguei o bonde andando, não tinha capacitação técnica para cuidar da produção naquele momento e precisava compreender um pouco de tudo para tornar aquele pequeno empreendimento uma empresa”, lembra Carla.
Os três anos que se seguiram, no entanto, foram bem difíceis para a empresa. Mesmo com a constante procura de clientes, uma série de problemas impediu a evolução da marca. A demora para entrega das encomendas, por exemplo, começou a ser algo recorrente, excedendo na maioria das vezes o prazo de 45 dias. Faltava um maquinário adequado também para aprimorar o ritmo da produção. “Chegamos a entregar uma cama com dois meses de atraso. E isso me incomodava bastante”, rememora Carla.
Em dezembro de 2019, a trajetória da empresa começou a sofrer uma guinada. Ao participar de uma mostra de design no Museu Nacional, a empresária fez contatos importantes e a partir disso pôde conhecer o trabalho que é desenvolvido no campus de Samambaia do Instituto Federal de Brasília (IFB). Lá, Carla também foi apresentada a uma aluna, Marja de Sá, 36 anos, que estava concluindo o curso de design na UnB. As duas firmaram uma parceria e a Fabrincadeira começou a produzir algumas peças que a estudante tinha projetado.
Com a chegada da pandemia, a fábrica, que já estava localizada em São Sebastião, precisou ficar fechada por dez dias para atender a um decreto do governo do DF. Com o retorno das atividades no mês de abril, no entanto, Carla começou a receber uma enxurrada de encomendas e por isso voltou a contatar Marja para ajudá-la na elaboração e execução de projetos.
O aumento da demanda exigiu a adequação de processos e Carla procurou novamente o Sebrae no DF para realizar uma consultoria financeira. Os erros cometidos ficaram claros, mas serviram de incentivo e levaram a empresária a perceber quais as melhorias necessárias para impulsionar sua produção. Para isso, ela buscou apoio de consultores da instituição, que verificaram a necessidade de aquisição de novas máquinas. “Era preciso investir um valor significativo para potencializar o ritmo de produção e eu não tinha esse dinheiro. A Marja então virou para mim e propôs uma sociedade. Foi algo bacana e, a partir desse momento, intensificamos a relação com o Sebrae”, afirma Carla.
A proximidade com a instituição de apoio às micro e pequenas empresas resultou no amadurecimento da gestão e na melhoria dos processos. Apenas em 2020 foram realizadas outras cinco consultorias: uma para aprimorar o layout da fábrica; outra para definir o valuation da empresa; uma terceira para estabelecer a precificação dos serviços e produtos; uma quarta para registrar a marca e a patente do negócio; e a última para aprimorar a comercialização. “Depois que realizei tudo isso, percebi que era engolida pelos processos da empresa, que empreendendo sozinha eu não conseguia raciocinar”, analisa a empresária.
No momento, a Fabrincadeira tem sido beneficiada pelas ações do Programa ALI (Agentes Locais de Inovação), que viabiliza o aumento da produtividade e da competitividade de empresas por meio de um acompanhamento contínuo e da oferta de consultorias especializadas, e também por uma consultoria digital. A empresa já conta com seu e-commerce consolidado e soma quase 30 mil seguidores em seu perfil no Instagram, meio pelo qual Carla apresenta conteúdos e divulga o que é produzido na oficina da empresa.
Com a marca em ascensão, os planos para o futuro não poderiam ser diferentes e envolvem o trabalho do Sebrae e a busca constante por melhorias em todos os processos. “A atuação do Sebrae nos dá o norte, nos apresenta caminhos. Os consultores veem, passam um período com a gente, compartilham conhecimentos, apontam onde precisamos melhorar e esse embasamento fica conosco. Hoje, por exemplo, eu utilizo bastante as dicas da consultoria financeira que recebi no início do ano passado. O que o Sebrae ensina fica para toda a vida”, completa a empresária.
Atualmente, a estrutura da Fabrincadeira é composta por quatro sócios e quatro funcionários. Além de Carla e Marja, o primeiro funcionário contratado para conduzir a produção da marca, Francisco Josevan, 43, foi convidado a ingressar como sócio da empresa. A quarta e última a entrar na sociedade foi Danielle Gomes, também de 43 anos, uma velha conhecida de Carla dos tempos em que morava na capital paulista, hoje responsável pela gestão financeira.
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