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Mulheres do Riacho Fundo II recebem incentivo para empreender

Iniciativa aconteceu no âmbito do projeto Empreenda Mulher, uma parceria entre o Sebrae no DF e o CRAS da região administrativa
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
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Um grupo composto por 23 mulheres residentes na região do Riacho Fundo II concluiu, na última terça-feira, 13 de agosto, as atividades do projeto Empreenda Mulher. Esta iniciativa, fruto de uma parceria entre o Sebrae no Distrito Federal e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade, tem como objetivo fortalecer mulheres em situação de vulnerabilidade social, promovendo não apenas o empoderamento, mas também o protagonismo feminino.

As mulheres integraram a terceira turma do projeto e se reuniram semanalmente em uma casa na QN 12C da região administrativa para serem capacitadas por consultores credenciados ao Sebrae do DF. Durante os encontros foram compartilhados conhecimentos diversos sobre gestão e o universo dos pequenos negócios, a fim de que cada mulher, ao finalizar a participação no projeto, estivesse pronta para iniciar uma trajetória como empreendedora.

A maioria das participantes beneficiadas pelo projeto é oriunda de uma cooperativa de reciclagem que originalmente operava na área de Taguatinga Sul antes de ser realocada para o Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal (CIR/DF), na Cidade Estrutural. Elas participam de uma outra cooperativa, que foi responsável por viabilizar a oportunidade de moradia com dignidade.

Durante o período em que trabalhavam em Taguatinga, as mulheres residiam com suas famílias em uma ocupação informal, com condições precárias localizada nas proximidades de um hipermercado e de algumas concessionárias de automóveis.

Figura presente no cotidiano das mulheres, a gerente responsável pela unidade CRAS do Riacho Fundo II, Ana Carolina Gonçalves conta que muitas mulheres cadastradas para participar de atividades promovidas pelo centro de referência relataram não ter ocupações dignas e ainda a ausência de perspectivas de futuro. Além disso, a falta de apoio para cuidar dos filhos sempre foi uma queixa constante. “Dentro desse contexto, nós, do CRAS Riacho Fundo II, percebemos que o empreendedorismo poderia ajudar e fizemos contato com o Sebrae que prontamente nos estendeu a mão e conseguimos realizar o projeto”, recordou a gestora.

A analista da Assessoria de Gestão Estratégica e Políticas Públicas (AGEP) do Sebrae no DF, Rafaela Ferreira, esteve profundamente envolvida nas atividades da iniciativa, desenvolvendo uma compreensão mais aprofundada da realidade das mulheres beneficiadas e incentivando-as a persistir em busca de uma vida mais digna e empreendedora. “Todas essas mulheres têm uma história de vida muito forte, são mulheres batalhadoras, querem uma mudança de vida e se esforçam para isso acontecer. Inspiração para outras pessoas, elas se motivam e sabem que juntas vão mais adiante na jornada da vida. A capacitação trouxe um horizonte, uma direção e um pouquinho de esperança. Agora podem vislumbrar melhores oportunidades com o que aprenderam, assegurou.

Foto: Rafael Victor | Focus Produção de Imagem

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Rafaela também comentou com as mulheres sobre a missão do Sebrae, que desempenha um papel fundamental no apoio às mulheres empreendedoras, oferecendo capacitação e recursos que as ajudam a desenvolver suas habilidades e a iniciar ou expandir seus negócios. “Não nos limitaremos a encontrar essas mulheres apenas durante esta capacitação. Elas entenderam que são capazes de fazer muito mais. Muitas já começaram seus próprios negócios enquanto participavam das atividades e continuarão avançando. demonstrando gratidão”, acrescentou.

Uma das mulheres a ter sua rotina impactada com o desenvolvimento do projeto foi Jaqueline Souza. Ela assume um papel de liderança na comunidade da QN 12C do Riacho Fundo II, atua como presidente da cooperativa de reciclagem, e por isso mobilizou as demais participantes que integraram a turma do projeto. “Conseguimos sair do quadrado. Essas capacitações abriram um leque de opções para podermos melhorar nossas vidas. Todas foram bem envolvidas e cada uma de nós agarrou essa oportunidade com garra e determinação”, contou ela, que é mãe de uma recém-nascida, mas já traça planos para empreender no segmento de alimentação.

Foto: Rafael Victor | Focus Produção de Imagem

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Raquel Aparecida foi outra mulher a aproveitar cada conteúdo compartilhado ao longo dos encontros semanais para dar uma guinada em sua vida. Sem terminar os estudos, ela começou a vender balinhas em semáforos em diversas localidades da capital federal. Já mãe de quatro filhos, ela recebeu a notícia de uma nova gravidez e devido a uma série de complicações precisou parar com as atividades.

Após dar à luz ao seu filho mais novo e tentar retomar as atividades na rua, ela ficou sabendo das atividades do projeto e resolveu participar. Com a participação nas capacitações, Raquel teve a chance de expandir seus conhecimentos e habilidades e iniciou sua trajetória como empreendedora produzindo bolos no pote. O curso não só abriu sua mente para novas possibilidades, mas também a capacitou a conciliar suas responsabilidades familiares com o desenvolvimento de seu negócio.

“Quando soube do projeto, fiquei bastante animada. Era um momento da minha vida que estava de mãos atadas, sem nenhuma perspectiva e com muito medo do que poderia acontecer. Sempre quis ter um certificado em mãos, mas como não tinha dinheiro, eu nem procurava nada. Aprendi muito a cada semana. Entendi sobre porcentagem, sobre como colocar preço no que produzo e como investir o que ganho. Eu achava que tudo isso seria um bicho de sete cabeças, mas tudo andou bem e fiz meus primeiros bolos. Divulgo no Instagram e no WhatsApp, e estou conseguindo melhorar minha vida. Estou conseguindo”, contou a nova empreendedora, bastante emocionada.

Os ensinamentos têm inspirado Raquel. Além dos bolos ela já produz outros doces e chegou a desenvolver rótulos para as embalagens de seus produtos.

A primeira turma do projeto Empreenda Mulher foi desenvolvida nas instalações da unidade do CRAS de Ceilândia Sul, no mês de março. Uma segunda turma foi realizada em parceria com o CRAS de Ceilândia Norte.

Sobre o CRAS

O CRAS é um espaço de acolhimento para mulheres com trajetórias singulares, marcadas por superação e resiliência. Com coragem, determinação e a orientação dos servidores do centro, essas mulheres não encontraram apenas suporte, mas também um ponto de virada em suas vidas, demonstrando que é possível correr atrás dos sonhos, construir novos caminhos e reescrever suas histórias de sucesso.

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