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IGESDF e Sebrae promovem Semana Outubro Rosa com ações de humanização e empreendedorismo no Hospital de Base

Projeto Florescer levou oficinas, palestras e bem-estar a pacientes, acompanhantes e colaboradores
Por Jamile Rodrigues | Clip Clap Comunicação
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Durante os dias 28 a 31 de outubro de 2025, o auditório do Hospital de Base do Distrito Federal se transformou em um espaço de acolhimento, aprendizado e cuidado. Uma iniciativa, batizada de Projeto Florescer, marcou a programação da Semana Outubro Rosa promovida pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF) em parceria com o Sebrae no Distrito Federal.

O projeto-piloto nasceu da Gerência Geral de Humanização e Experiência do Paciente do Instituto, com o objetivo de levar ações de bem-estar e capacitação para colaboradores, pacientes e acompanhantes – especialmente mulheres que, muitas vezes, dedicam semanas ou meses acompanhando familiares internados.

“Pensamos em como podemos transformar a experiência das acompanhantes – que em sua maioria são mulheres que deixam suas casas e trabalhos para cuidar de um ente querido internado. A ideia com esse projeto, em parceria com o Sebrae, é justamente otimizar esse tempo de permanência no hospital, oferecendo capacitação”, explicou Anucha Soares, gerente-geral de Humanização e Experiência do Paciente do IGESDF.

Segundo ela, o propósito do Projeto Florescer é levar conhecimento de forma acessível, prática e inspiradora. “O Sebrae tem uma bagagem incrível na área de empreendedorismo e formação, e a proposta é trazer esse conhecimento para dentro do hospital, com conteúdos curtos, objetivos e aplicáveis à realidade dessas mulheres. A proposta é oferecer capacitações rápidas e objetivas, algo que desperte nas acompanhantes a vontade de aprender e desenvolver algo que possa virar fonte de renda, quando deixarem o hospital”, destacou.

Magia e inspiração para começar

A abertura da semana, na terça-feira (28), foi marcada por um momento de encantamento com a palestra “Empreendedorismo Mágico”, conduzida pelo mágico André Freire. Com truques e reflexões sobre encantamento e empatia, André abordou temas como simpatia, comprometimento, atitude e eficiência – virtudes que, segundo ele, também são essenciais para quem empreende.

Entre risadas e aplausos, o auditório se encheu de leveza. Neste primeiro dia, a proposta foi ‘‘mostrar que o empreendedorismo pode ser um caminho de autoconfiança e recomeço, mesmo em ambientes onde a rotina é marcada pela dor e pela espera’’, ponderou o mágico André.

Foto: Focus Produção de Imagem

Música e direitos: um olhar para a dignidade

Na quarta-feira (29), a programação uniu arte e cidadania. O Coro de Câmara Vozes em Pauta, formado por mulheres advogadas e psicólogas, levou música, afeto e esperança ao auditório do hospital, reafirmando o poder da arte no processo de cura e humanização.

Em seguida, a advogada Leny Silva, subprocuradora-geral do DF, conduziu a palestra “O Direito à Saúde e a Proteção da Mulher com Câncer de Mama”, trazendo reflexões sobre o papel do Sistema Único de Saúde e os desafios entre o direito garantido e o direito efetivado.

“O direito à saúde não é luxo. É o mínimo da dignidade humana, e é por isso que todos devem conhecer a lei para ir atrás dos próprios direitos”, destacou Leny.

Foto: Focus Produção de Imagem

Balões para novas oportunidades

Na quinta-feira (30), a cor e a criatividade tomaram conta do auditório. A empreendedora Nayara Campos, da marca @baloesbrasilia, ministrou a oficina “Balões: arte e renda extra”, ensinando como transformar simples arranjos em produtos comercializáveis – com valores que podem variar de R$ 65 a R$ 120.

Os participantes receberam kits, apostilas e acesso a vídeos tutoriais, para continuar praticando em casa. Entre os que aceitaram o desafio estavam Thays Santos, auxiliar de humanização do IGESDF, e Vanessa Lopes, recepcionista do Hospital de Base, de 23 anos, que já atua no ramo de decoração de festas, em Águas Lindas e Ceilândia.

“Com a oficina, percebi que posso potencializar meu negócio com os balões e oferecer mais opções de decoração. Foi um aprendizado que veio na hora certa”, contou Vanessa, entusiasmada. A empreendedora ainda não formalizou seu negócio e viu que o Sebrae pode ser um grande parceiro neste momento. ‘‘Já aprendi que o Sebrae pode me auxiliar a abrir um registro de forma virtual. Saio daqui empolgada para dar mais um passo no meu negócio’’, acrescentou.

Foto: Focus Produção de Imagem

Cuidar de quem cuida

Encerrando a programação, na sexta-feira (31), o auditório foi tomado por um clima de tranquilidade. A manhã começou com uma experiência de escalda-pés, que proporcionou um momento de relaxamento e autocuidado para acompanhantes e pacientes.

José Fernandes Miranda, 62 anos, em tratamento oncológico há dois anos e internado há três meses, participou da atividade ao lado da esposa, que o acompanha diariamente.

“Consegui relaxar um pouco enquanto a água quentinha tocava meus pés. Foi bacana ter tido essa experiência, porque a gente precisa desse cuidado também, além do dia a dia aqui do hospital”, contou.

O encerramento ficou por conta da psicanalista Patrícia Réquia, com a palestra “Autocuidado no corredor – ferramentas simples para acompanhar sem adoecer”, um lembrete sobre a importância de cuidar de si enquanto se cuida do outro. Segundo a profissional, “cuidar de quem amamos é nobre e exaustivo ao mesmo tempo. É preciso olhar para si com o mesmo carinho que se oferece ao outro”, refletiu Patrícia.

Foto: Focus Produção de Imagem

Um projeto que vai além dos muros do hospital

A chefe do Núcleo de Humanização do IGESDF, Letícia Ângelo, explica que o Florescer é um projeto-piloto que já nasce com a perspectiva de expansão.

“Nossa intenção é levá-lo também para os outros hospitais sob gestão do Instituto – como o Hospital Regional de Santa Maria e o Hospital de Ceilândia — e, futuramente, até mesmo para as UPAs do Distrito Federal. Queremos oferecer novas possibilidades de vida”, afirmou.

Segundo Letícia, o desafio é transformar o tempo de espera e permanência hospitalar em um período de aprendizado e ressignificação. “Muita gente entra aqui e sai sem saber por onde recomeçar. Queremos oferecer uma forma nova de enxergar a própria vida, um novo caminho para seguir”.

Para Rafaela Ferreira, analista do Sebrae no DF e coordenadora da ação, ao longo da semana, o projeto mostrou que é possível unir humanização, empreendedorismo e cidadania em um mesmo espaço. ‘‘Cada atividade foi pensada para oferecer cuidado integral – físico, emocional e social – a pessoas que passam longas horas no ambiente hospitalar’’, disse. Segundo a gestora, a iniciativa, que surgiu de uma conversa entre as equipes do IGESDF e do Sebrae no DF, buscou mostrar que acolher também é capacitar.

“O Sebrae abraçou essa iniciativa porque entende que o empreendedorismo também pode ser uma forma de cuidado. Quando oferecemos conhecimento, abrimos caminhos para que as pessoas descubram novas possibilidades, resgatem a autoestima e encontrem meios de transformar a própria realidade, mesmo em momentos difíceis”, concluiu.

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