Representantes de instituições que integram o ecossistema de inovação do Distrito Federal estiveram novamente reunidos na última quinta-feira, 7 de agosto, para a 21ª edição do Café com Negócios & Conexões. O encontro foi realizado pelo terceiro mês consecutivo fora das instalações do Sebraelab. Desta vez, movimentou as instalações do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (UnB), no Campus Universitário Darcy Ribeiro.
A edição deste mês comemorou dois anos da iniciativa, lançada em agosto de 2023 pelo Sebrae no DF. Desde então, instituições e líderes do ecossistema de inovação passam a se reunir periodicamente para traçar estratégias de fomento a empreendedores, startups e pequenas indústrias que tem como foco criar soluções inovadoras para diversos fins.
Isabela Patrocínio, analista da Gerência de Negócios em Rede e gestora de Inovação e Sustentabilidade do Sebrae no DF, abriu a programação do encontro comentando sobre a importância de alcançar marco de dois anos e sobre a trajetória da reestruturação do ecossistema de inovação do Distrito Federal.
“Chegar a dois anos de trabalho é um indicador excelente de que a gente está no caminho certo. Apesar os obstáculos, a gente tem conseguido engajar o grupo que em momento algum esteve enfraquecido ou desmotivado. Muito pelo contrário, a cada edição, a gente tem reunido mais participantes. Essa constância demonstra a vitalidade de um ecossistema que está sempre em movimento”, comentou.
Renata Aquino, decana de Pesquisa e Inovação da UnB, também falou aos participantes na abertura do encontro. Ela salientou o compromisso da universidade com a colaboração e a criação de novas ideias e negócios, além de ressaltar a importância da inovação não apenas como um conceito, mas como uma força motriz que atua em conjunto com as experiências acadêmicas. A docente concluiu sua apresentação reforçando a abertura da UnB para futuras colaborações e para acolher novas ideias e talentos.

A programação do evento seguiu com apresentações feitas por atores que compõem o ecossistema distrital de inovação. Em um primeiro momento, um representante da Caixa Econômica Federal falou sobre os instrumento de inovação da empresa estatal, destacando soluções já colocadas em prática e ainda o fomento ao setor, estratégia que tem como mola propulsora o Hub de Inovação aberta da CAIXA, localizado no Centro de Convenções Ulysses. O espaço visa conectar startups de govtech de todo o país, fomentando a eficiência em serviços públicos, infraestrutura e saneamento. Outra apresentação realizada durante a programação detalhou as ações da R5 Inteligência Digital, uma iniciativa germinada dentro da UnB e que usa ciência de dados, inteligência artificial e P&D para criar sistemas, automações e aplicativos de alta performance. Atuamos em um ecossistema que nos conecta a laboratórios de ponta e pesquisadores renomados, tendo uma equipe que reúne doutores, mestres e especialistas de diversas áreas.
Em seguida, os participantes puderam acompanhar e colaborar com as discussões acerca da reestruturação do ecossistema de inovação do DF, pauta que vem sendo trabalhada nas edições passadas do Café com Negócios & Conexões. A ocasião foi novamente conduzida pela consultora Adelle Nogueira, que passou a integrar as edições do evento no mês passado e tem liderado o projeto de reestruturação do ecossistema de inovação local, fundamentado na Metodologia ELI (Ecossistemas Locais de Inovação) do Sebrae Nacional.

A abordagem da metodologia visa mapear, analisar e intervir em ecossistemas de inovação, fortalecendo o desenvolvimento econômico e social de uma região. A metodologia identifica atores-chave, recursos e pontos de melhoria, subsidiando a construção de planos de ação para promover a inovação de forma integrada.
Adelle compartilhou durante a apresentação a notícia de que o ecossistema do DF já se encontra na fase de desenvolvimento e não mais em estruturação. A informação é resultado da análise de um trabalho feito pela consultora ao longo do último mês, período em que ela realizou entrevistas com agentes que compõem o ecossistema distrital de inovação. “A gente sabia que o DF estava no nível de estruturação, mas a gente não tinha ideia do valor desse nível de maturidade”, explicou.
O resultado, após a avaliação das informações de cada entrevista, posiciona o ecossistema brasiliense em um estágio de desenvolvimento. “É um estágio parcial. Há a necessidade de ouvir mais instituições para um raio-x mais fidedigno da realidade local”, acrescentou Adelle.
A partir dessa informação, a consultora informou que o foco se volta para a definição de novas estratégias para cada vertente que compõe o ecossistema. O objetivo é revisar as estratégias existentes e determinar novas diretrizes para que, na próxima edição do encontro, seja possível apresentar um nível de maturidade final, e não mais parcial.
“No mês que vem a gente vai trazer já o nível de maturidade final e a definição das estratégias, por vertente, para que a gente trabalhe o plano de intervenção”, acrescentou Adelle.

O plano é considerado a mola mestra para o avanço do ecossistema, com foco em ações que elevem o nível de maturidade das vertentes com menor pontuação. A meta é que, em dois anos, o DF possa revisar sua pontuação, quem sabe atingindo o ápice da pontuação, segundo os critérios da metodologia.
A informação sobre o nível de maturidade foi bem recebida pelos participantes. No entanto, o entendimento geral é que há, ainda, um grande caminho a ser percorrido. A inclusão de ações federais no mapeamento, que possuem um impacto territorial significativo, é um instrumento capaz de impulsionar ainda mais o ecossistema. “A gente com certeza ainda vai subir alguns degrauzinhos. A nossa nota vai entrar ali para um lugar mais confortável, com um caminho mais aberto para a gente subir ainda mais para o próximo nível”, analisou Isabela Patrocínio.
Ana Paula Aragão, subsecretária de Subsecretaria de Promoção à Ciência e Desenvolvimento Tecnológico, e Caio Lobato, subsecretário de Inovação, Capacitação e Inclusão Digital, participaram pela primeira vez de uma edição do Café com Negócios & Conexões e ressaltaram a importância do encontro e do debate em prol do ecossistema local de inovação.
Caio enfatizou a oportunidade de conhecer os representantes do ecossistema e, a partir daí, desenvolver projetos efetivos e políticas públicas mais ajustadas às necessidades do setor. “Com essa integração, nós temos a oportunidade de conhecer os representantes desse ecossistema e poder, daí, ter interações que gerem projetos efetivos e políticas públicas mais bem ajustadas a um resultado mais eficaz e eficiente”, pontuou o subsecretário.
Com ampla experiência dentro do ecossistema de inovação do DF, Giuliana Marques, gestora responsável pela estruturação e execução dos programas de incubação do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), também participou do evento. Ela integra o ecossistema de inovação do DF desde 2018 e participou dos debates iniciais de estruturação do grupo, ato liderado pela Fundação Certi e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF).
Giuliana enxerga a realização do Café com Negócios & Conexões como um encontro importante para o amadurecimento do ecossistema e crê que os debates atuais são cruciais para que o DF se consolide como um ambiente inovador e de forte vocação empreendedora. “A aplicação da metodologia está em um momento muito importante. Subimos o nível de maturidade e agora começamos a discutir novas estratégias para um passo que se alinha com a vocação do Distrito Federal de se integrar a outras sedes nacionais. É o momento para continuarmos a mostrar para fora do nosso território que Brasília é um terreno fértil e com vocação empreendedora”, completou.
A gestora do Projeto Setorial TIC e Games do Sebrae no DF, Cláudia Bonifácio, encerrou a programação comentando sobre a importância da reestruturação do ecossistema local de inovação e da realização do evento para fomentar os debates. Ela ainda salientou o papel central das instituições e dos participantes na dinâmica do ecossistema de inovação, descrevendo-os como os atores essenciais que impulsionam o progresso, enquanto o Sebrae atua como um facilitador. “Não somos nós que fazemos o ecossistema; são vocês, os atores, que o constroem e o mantêm em constante movimento”, concluiu.

