As diferentes regiões do Distrito Federal conservam uma diversidade cultural expressiva. Basta andar pelas ruas e vielas para notar que as tradições se entrelaçam de maneira singular. São sabores na gastronomia, melodias que ecoam na música, coreografias que envolvem os públicos nas danças, festas populares e uma série de outras iniciativas que transcendem o cotidiano, proporcionando experiências autênticas e imersivas aos brasilienses e turistas.
Para evidenciar as potencialidades e fortalecer o turismo no território brasiliense, o Sebrae no Distrito Federal, em parceria com o Instituto BRB, lançou nesta semana os guias afetivos e as marcas dos territórios de Ceilândia, Planaltina, Samambaia e São Sebastião. Os materiais são resultados de uma das etapas do Turismo Fora dos Eixos – Conectando Pessoas e Lugares, programa lançado no mês de março e que visa desenvolver o turismo de forma descentralizada por meio de uma abordagem comunitária que valoriza a diversidade cultural e os espaços de resistência das regiões. Um verdadeiro convite para conhecer o DF de um jeito novo e inspirador.
A elaboração dos guias envolveu moradores das quatro regiões contempladas pelo programa. Durante meses, eles estiveram reunidos com uma equipe de consultores para compartilhar suas histórias e apresentar as particularidades dos territórios em que residem. Após isso, as informações foram condensadas e retratadas em textos e fotos que estão disponíveis a moradores do DF e turistas que desejam explorar novas experiências, celebrar histórias, fortalecer identidades e criar laços e conexões.
Ceilândia, a região administrativa mais populosa do Distrito Federal, é descrita como um vibrante caldeirão cultural de resistência. O guia destaca a Casa Akotirene, um símbolo da cultura negra em Brasília, o Givaldo Discos, espaço que reúne amantes do vinil, e a Casa do Cantador, o único monumento projetado por Oscar Niemeyer fora do Plano Piloto. Outras iniciativas também são registradas, como o projeto Vila dos Sonhos e o Jovem de Expressão atuam na transformação de vidas de crianças e jovens, promovendo inclusão social por meio de ações nas áreas de arte, música e empreendedorismo.
Planaltina, a região mais antiga e extensa do Distrito Federal, é retratada como a guardiã das memórias mais significativas da capital federal. Com sua rica arquitetura colonial, a cidade é palco de grandes manifestações religiosas e de expressões culturais que fortalecem a identidade local. O guia retrata, por exemplo, o Instituto Maria do Barro, que se dedica a melhorar as condições de vida de crianças, jovens e mulheres na comunidade, e a Comuna Panteras Negras, fundada por mulheres ativistas e agricultoras do Assentamento Pequeno William. O material também destaca o Motriz – Festival de Cinema de Planaltina, a tradicional Via Sacra do Morro da Capelinha, a comunidade religiosa e espiritualista do Vale do Amanhecer e a Biblioteca Monteiro Lobato, um importante ponto de referência para os amantes da literatura.
Por sua vez, Samambaia, a segunda região administrativa mais populosa do DF, é descrita como uma cidade que vibra diversão. As quadrilhas juninas celebram a cultura local e fortalecem laços comunitários. Na região, há grupos com mais de 30 anos de tradição, como o Si Bobiá a Gente Pimba, que conquistou vários prêmios nacionais e já representou a cultura do Distrito Federal em países como Portugal, Espanha, Itália e Inglaterra.
A Paixão do Cristo Negro é outra atividade de destaque da região de Samambaia. Trata-se de um espetáculo que celebra a vida e o legado de Jesus de Nazaré por meio de uma narrativa política e revolucionária. O projeto é um importante marco religioso e um espaço para reflexões sobre identidade cultural, questões sociais e a resiliência da comunidade.
Há conteúdos sobre o Toinha Rock Pub, conhecido pela sua atmosfera autêntica e shows ao vivo, o Sítio Geranium, que oferece um ambiente ideal para celebrações e práticas ecológicas e de bem-estar, entre vários outros espaços.
A pujança cultural presente em São Sebastião também pode ser conferida no material. As iniciativas apresentadas vão além das paisagens e buscam contar histórias e valorizar o saber popular. Um dos destaques é o Beco Metamorfose, um espaço urbano de 120 metros criado pelo artista local Chico Metamorfose, que está repleto de obras de grafite e muralismo feitas por artistas locais. A demanda pela pintura dos muros surgiu da própria comunidade. Para atender aos moradores, Chico resolveu transformar o lugar, unindo arte e conscientização social.
O Espaço Chá da Terra, a Horta Girassol, a Praça Jardins, a Biblioteca do Bosque e a requisitada Cabana Valley são outros espaços registrados no guia.
Todos os guias disponíveis de forma impressa e virtual. Acesse.
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