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Entre os dias 4 e 7 de junho, Brasília foi palco da primeira edição do Fórum Cidades Criativas. O evento contou com uma programação diversificada e totalmente descentralizada, promovendo, nas mais diversas regiões administrativas, debates e o intercâmbio de ideias entre representantes do segmento do turismo, da cultura e da economia criativa das cidades que detêm o título de Cidade Criativa da Unesco na categoria Design, como Fortaleza, Curitiba, além da própria capital federal.
Uma parcela das atividades aconteceu sob coordenação do Sebrae no Distrito Federal. Como anfitriã, a instituição reuniu, na quinta-feira, 6, no Sebraelab do Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), representantes de organizações locais e assim contribuiu significativamente para nutrir um ambiente de debates produtivos. Isso ocorreu por meio de oficinas que funcionaram como catalisadores de ideias e iniciativas, focados no poder transformador do design e da criatividade para a construção de um futuro mais vibrante e sustentável para a sociedade.
A iniciativa de promover o fórum surgiu do propósito de retomar as ações que fortaleçam a chancela de Cidade Criativa do Design, título que a capital federal recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em outubro de 2017. A ideia foi capitaneada pela Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) e além do Sebrae, foi abraçada por diversas outras organizações que destinam esforços para destacar a diversidade e a criatividade presentes no território distrital.
“A nossa expectativa é que saiamos deste fórum com uma estratégia claramente delineada, de modo a empreender efetivamente em colaboração. Compreendemos que a chancela de cidade criativa não deve ser apenas uma título, mesmo que tenha esse aspecto de marca, de selo, de algo que possamos afirmar: ‘Brasília tem’. O que queremos é utilizar essa chancela para propagar seu significado para a população. Precisamos realizar uma campanha efetiva para conscientizar e educar a população sobre o verdadeiro propósito do design”, explica Marcos Moreira, presidente da Associação dos Designers Gráficos do DF (Adegraf).
O dirigente demonstra otimismo em relação às ações propostas durante o fórum, cita a estreita relação entre a associação, a Secretaria de Turismo e o Sebrae no DF, com o objetivo de elaborar um plano de ação concreto para fortalecer a imagem de Brasília como uma autêntica cidade criativa do design.
Foto: Dimmy Falcão | Focus Produção de Imagem
Uma das atividades realizada para colher contribuições de agentes interessados em promover o design foi a oficina Brasília Cidade Criativa do Design, realizada pelo Sebrae no DF. A ação abordou temas essenciais, como modelo de gestão, posicionamento, promoção, marketing, a elaboração de um mapa de stakeholders e foi determinante para os organizadores poderem traçar a visão desejada para uma Brasília mais criativa, além de estabelecer conexões tanto nacionais quanto internacionais para fomentar o crescimento e o reconhecimento da capital como um polo de criatividade.
Nathalia Hallack, gestora dos projetos de turismo do Sebrae no DF, lembra que o engajamento da instituição com a pauta trabalhada no fórum vem de longa data. “A promoção de Brasília como uma cidade criativa acontece desde 2015. Apoiamos o desenvolvimento do plano do turismo criativo, e, claro, a candidatura de Brasília como Cidade Criativa do Design. Portanto, é natural e coerente com a nossa trajetória fazer parte desse processo, apoiando a realização do fórum e a retomada dessa pauta”, comenta.
A gestora também ressalta a importância da colaboração entre diversas entidades para a continuidade do título de cidade criativa do design para a capital federal, atraindo turistas de todo o mundo. “Estamos falando de uma temática transversal que requer a convergência de esforços de múltiplas instituições. Continuar posicionando a nossa cidade como uma cidade do design é uma tarefa que nunca será feita por uma única entidade. É algo que realmente depende de uma atuação colaborativa e de sinergia entre as instituições”, acrescentou
Presente no Sebraelab e em diversas outras atividades do fórum, Aldiane Lima, presidente da Associação Ceará Design, celebrou a troca de informações entre representantes das cidades. “Aqui tem gente reunida disposta a intercambiar informações sobre suas cidades e dar publicidade ao que de fato é design. Muita gente pensa que um designer é apenas um produtor de peças gráficas ou de outros itens. A nossa profissão vai muito além. Desempenhamos uma atividade fundamental para o planejamento, para gestão de regiões. Nós desenvolvemos projetos e encontramos soluções para os problemas”, salientou.
Aldiane também mencionou ter observado práticas em Brasília que poderiam ser replicadas em cidades como Curitiba e Fortaleza. Uma dessas práticas destacadas foi a realização de um levantamento semelhante ao realizado pela Universidade Católica de Brasília, que mapeou agentes criativos e promoveu a criação de um cenário dinâmico e vibrante. “É uma estratégia valiosa para ser replicada em outras cidades e ajudar na formulação de políticas públicas mais eficientes para o nosso segmento”, pontuou.
Com o fim do fórum, um manifesto será elaborado para integrar propostas e reivindicações. A intenção é apresentar no documento soluções inovadoras e inteligentes que evidenciem a importância do design de forma abrangente em diversas áreas da sociedade, visando um impacto relevante em âmbito nacional e internacional. O manifesto contará com a assinatura de representantes de associações de designers do Distrito Federal, Ceará e Paraná.
