Na última sexta-feira, 13 de junho, Brasília recebeu a primeira edição do Impacta DF, promovido pelo Sebrae no Distrito Federal, em parceria com a Coalizão pelo Impacto e o Instituto Sabin. O evento reuniu cerca de 35 participantes para discutir estratégias de educação, inovação e negócios de impacto social. Com o objetivo de fomentar um ecossistema que una sustentabilidade financeira e propósito socioambiental, o encontro marcou o início de um ciclo mensal voltado à ampliação de conexões e geração de oportunidades no DF.
Realizado no Sebraelab — espaço dedicado à inovação e empreendedorismo —, o encontro teve uma programação diversificada, com painel temático, dinâmicas de networking e happy hour de confraternização.
Na abertura, Dani Estevam, coordenadora local da Coalizão pelo Impacto, ressaltou a trajetória do movimento no Brasil e, especialmente, no Distrito Federal, enfatizando a importância da diversidade e da construção coletiva. Para ela, o evento representa a consolidação de uma articulação construída ao longo do tempo com o Sebrae. “É muito bom ver rostos novos e também aqueles que caminham conosco desde o início. Nossa intenção é ampliar a diversidade e os projetos nos próximos encontros, conectando cada vez mais pessoas e regiões do DF para fortalecer a comunidade de impacto”, disse.

O destaque da programação foi o painel “Educação, Inovação e Impacto: conectando saberes para transformar o DF”, que reuniu especialistas para discutir como o ensino, a pesquisa e a extensão podem funcionar como vetores de transformação social.
Renata Vianna, superintendente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF), destacou que a atuação da instituição tem sido fundamental na consolidação de políticas públicas de incentivo à inovação, pesquisa e desenvolvimento no DF. Ela reforçou que o fortalecimento da conexão entre governo, academia e setor produtivo é um caminho estratégico para transformar conhecimento em soluções de alto impacto social e econômico.
“Nosso papel é impulsionar a transformação de ideias em projetos concretos, que gerem impacto econômico e social no Distrito Federal. Fazemos isso apoiando iniciativas que conectam pesquisadores, empreendedores e formuladores de políticas públicas, criando um ambiente propício à inovação e ao desenvolvimento sustentável”, salientou.

Com uma visão acadêmica e de pesquisa sobre a economia criativa local, Clarissa Motter, pesquisadora da Universidade Católica de Brasília e representante da Cátedra UNESCO em Economia Criativa, apresentou os avanços da pesquisa “Panorama da Economia Criativa no Distrito Federal”. Ela destacou resultados como a proposta de criação de um observatório dos domínios criativos e o projeto de lei dos distritos criativos do DF, além de uma base para a construção de um projeto de lei nacional voltado ao desenvolvimento da economia criativa. “Inovação e impacto socioeconômico são frutos da colaboração entre mercado, governo e universidade, e essa troca de experiências é fundamental para a construção de políticas públicas eficazes. Por isso, considero fundamental que esses encontros aconteçam com frequência. Precisamos compartilhar iniciativas, construir conexões e entender como podemos colaborar uns com os outros”, explicou.
Caio Bastos, da Softex, também participou do painel. Ele destacou que, nos últimos três anos, mais de R$ 200 milhões foram investidos em dez projetos no DF, por meio da Lei de Informática. Segundo Caio, o papel da Softex é articular os atores envolvidos e garantir que os projetos tenham sentido técnico e legal, para que os impactos sejam reais e mensuráveis. “Trabalhamos muito próximo das Instituições de Ciência e Tecnologia para apoiar pesquisa, extensão e formação.”

Carla Ferraz, CEO da Cris+Club Sacolas — startup que desenvolve soluções sustentáveis para o destino do lixo — veio do Rio de Janeiro para Brasília recentemente, com o objetivo de desenvolver seu negócio, e participou do encontro. Ela explicou que sua iniciativa surgiu da preocupação com o lixo, não apenas em relação à reciclagem, mas à forma como lidamos com os resíduos. “Participar deste encontro de negócios de impacto social, foi muito significativo. As pessoas estão cansadas de ideias e querem execução. Eventos assim são essenciais para tirar projetos do papel e fazer o impacto acontecer. Estou animada para as próximas edições”, afirmou.
Isabela Patrocínio, gestora do Sebraelab, avaliou de forma positiva o primeiro encontro, que superou a expectativa inicial de 20 participantes, alcançando 35 presentes. Ela destacou a diversidade das instituições envolvidas e o ambiente propício para networking. Isabela apontou ainda o compromisso de construir as próximas edições com base no feedback dos participantes, que sugeriram a inclusão de espaços para pitches e debates sobre investimentos.

“O painel contou com representantes de instituições-chave do ecossistema de impacto, o que proporcionou um networking muito rico. As pessoas se entregaram, trocaram contatos e abraçaram a proposta de fortalecer conexões e impulsionar o ecossistema de impacto. A expectativa é que a próxima edição seja ainda maior e mais estruturada”, concluiu Isabela.
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