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Amigas driblam crise provocada pela pandemia e criam marca focada no Carnaval

Marca produz peças únicas de forma sustentável e cheia de brilho
Por Douglas Oliveira | AIs Comunicação
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Finalmente chegou a época que todo folião ama! O Carnaval de 2023 promete ser o melhor e maior dos últimos anos, pois, após dois anos suspenso, a festa volta com força total e deve movimentar cerca de 46 milhões de pessoas nos tradicionais destinos carnavalescos do país, conforme levantamento do Ministério do Turismo. Segundo as projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor do Turismo deve movimentar mais de R$ 8,1 bilhões no país durante a maior festividade do mundo.

Com tantas pessoas e cifras envolvidas, o Carnaval se torna uma das principais fontes de oportunidades para quem busca uma alternativa de trabalho ou quer iniciar um novo negócio. Este é o caso da comunicóloga Tayná Haudiquet e da designer de moda Giovana Dachi, brasilienses que transformaram a paixão pela festividade em uma forma de ganhar dinheiro.

Guiadas pela responsabilidade socioambiental, Tayná conta que uma das maneiras encontradas de causar impacto positivo foi por meio da reutilização de resíduos têxteis. Desde as primeiras peças, por exemplo, a Parangolés não descarta tecidos e todas as sobras são armazenadas para as próximas coleções. “A gente acredita que roupa de Carnaval não é roupa descartável, carnaval é todo dia do ano. Como diz nosso slogan: ‘Requebrando com uma mão no joelho e a outra na consciência desde 2018’, esse é o nosso propósito”, diz Tayná Haudiquet.

A empresária explica que as roupas são feitas seguindo o princípio do upcycling, ou seja, são peças únicas e que, dificilmente, são produzidas duas do mesmo modelo. “O slow fashion tem essa lógica reversa da indústria, de fazer devagar, de fazer lento. O nosso sistema de produção respeita cada etapa da construção de um item, indo desde o design, passando pelos testes, a montagem e a finalização”, esclarece.

O início

Amigas de longa data, Tayná e Giovana já haviam tentado empreender juntas antes de chegar no segmento de moda. Mas foi na folia de 2018, após produziram fantasias bem diferentes do que costumavam ver nas lojas, que tudo começou. A produção era composta por um maiô de tule transparente, que tinha duas margaridas nos seios, e um bordado com fitas de lantejoulas nas costas escrito “Eu não sou obrigada” — frase do movimento feminista que estava em destaque na ocasião.

A peça, diferente das tradicionais fantasias, foi sucesso absoluto. Como resultado, amigos começaram a questionar de onde era e quem havia feito. Assim surgiu a Parangolés, marca inspirada no Tropicalismo. “Carnaval para gente é um estado de espírito. Queríamos poder usar as roupas o ano inteiro, então saímos do mundo das fantasias e fomos para uma estética mais ligada à moda e ao design, carregando sempre a lembrança do Carnaval, o nosso momento mais feliz do ano”, explica Giovana Dachi.

Parceria com o Sebrae

Mas, apesar do sucesso da marca brasiliense, as empresárias relembram que o início foi complicado, principalmente marcado pela pandemia da Covid-19. Neste período, as comemorações foram interrompidas por dois anos, o que gerou grande impacto financeiro em micros e pequenos empresários que dependem do Carnaval, assim como a Parangolés. Tayná e Giovana até tentaram mudar o nicho da empresa, mas perceberam que essa não era a melhor saída.

“Foi nesta transição que procuramos o Sebrae no DF e essa parceria foi uma experiência ímpar de conhecimento de estratégia de negócio. Foi então que chegamos à conclusão de que não tínhamos verba suficiente para essa mudança e voltamos o foco somente para o Carnaval”, conta Tayná.

O analista de moda do Sebrae no DF, Thiago Angelo, é especialista no segmento e afirma que o grande diferencial da Parangolés é justamente o estilo único da marca. “Por ser uma empresa jovem, é importante ter um diferencial dos concorrentes. Isso é justamente o que elas apresentam com peças que trazem muita lantejoula, geometria, mix de texturas, cores e ousadia.”

Desde as primeiras peças, a Parangolés não descarta tecidos e todas as sobras são armazenadas para as próximas coleções. Para 2023, a marca lançará a coleção Utopia, inspirada na felicidade e harmonia entre os indivíduos, uma descrição imaginativa de uma sociedade ideal.

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