O artesanato é uma prática milenar que está longe de ser extinta. Esse modo de trabalho acompanha o ser humano desde os primórdios da história e se difundiu como uma atividade capaz de eternizar valores históricos e culturais, além de funcionar como ferramenta de reintegração, motivação e de geração de renda para milhares de pessoas.
O brasiliense Leonardo Chaves, 53 anos, tem experimentado essa sensação desde o primeiro semestre de 2009. Naquela época, ele era funcionário de uma papelaria quando sua esposa, Vanessa Wetzel, 50, o convidou para que ele o acompanhasse em um curso realizado durante o Salão do Artesanato de Brasília, evento que anualmente reúne artesãos de diversos estados do país, apresentando cores, formas, histórias e uma pequena parcela do que é a diversidade cultural brasileira. “Era um curso sobre como utilizar jornais e revistas no artesanato. Falei para minha esposa que iria ficar andando pelo evento enquanto ela estivesse lá. Só que, quando chegamos havia apenas três pessoas para realizar o curso e o instrutor me convenceu a ficar e eu gostei”, relembra Leonardo, que saiu do evento determinado a aprender mais sobre a prática do artesanato e a iniciar uma jornada em uma nova área.
Alguns meses se passaram; em outubro, Leonardo decidiu deixar o emprego na papelaria, onde trabalhou por cerca de sete anos, para se dedicar exclusivamente ao artesanato. Para isso, reformou uma casa de fundos que existia na propriedade em que mora, no Lago Norte. A estrutura, que antes abrigava brinquedos infantis, virou um ateliê, o Luz da Lua, onde ele começou a produzir luminárias utilizando produtos recicláveis, como jornais e revistas, enquanto que sua esposa iniciou a produção de marcadores de páginas e de bordados. Na ocasião, Vanessa também abriu mão de seu trabalho como ajudante de pesquisa na Embrapa.
Ainda em 2009, o casal foi convidado para participar de uma exposição na embaixada da Costa do Marfim e conheceu um pouco sobre o apoio do Sebrae no Distrito Federal e do que a instituição poderia ofertar para a ideia de negócio. Leonardo saiu do evento com uma visita à sede do Sebrae, no SIA. Lá, ele e Vanessa apresentaram o trabalho e começaram a receber apoio para amadurecer a ideia de negócio. “A partir daquele momento participei de diversos cursos. Foram tantos que é até difícil lembrar. Mas aprendi a gerir o meu negócio e as participações em grandes eventos começaram a ser frequentes e isso foi muito bom para mim”, conta o artesão.
Uma das realizações em que Leonardo esteve presente foi a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), tradicionalmente realizada no Centro de Convenções, em Olinda, Pernambuco. Anualmente, o evento, considerado a maior realização de artesanato da América Latina, reúne cerca de cinco mil expositores ao longo de 12 dias. “Estava fazendo artesanato há uns três anos e foi o maior evento em que estive presente em toda minha vida. O ambiente estava incrível. Tinha ampliado minha produção; além das luminárias, fazia jogos de xadrez, corujas e outros itens com produtos recicláveis e pude levar tudo isso para Olinda graças ao apoio do Sebrae. Sem eles, não teria conseguido de forma alguma”, garante. “O Sebrae foi o gatilho para o meu desenvolvimento”, acrescenta.
Os anos se passaram e Leonardo continuou a buscar formas de ampliar sua oferta de produtos. Entre 2015 e 2016, ele percebeu na expansão do mercado pet uma oportunidade para se destacar ainda mais e, junto com sua esposa, investiu na produção de casinhas e caminhas para animais de estimação, como gatos e cachorros. Para a fabricação das casas, o artesão também utiliza jornais e revistas, que são trabalhados manualmente, dando origem a diversos formatos e tamanhos. Já as camas são almofadas de algodão feitas sob medida por Vanessa para acomodar os animais. Ela, inclusive, começou a fabricar camas suspensas para gatos, uma espécie de rede que pode ser instalada embaixo de cadeiras e bancos, por exemplo.
Com a chegada da pandemia e a suspensão dos eventos presenciais, Leonardo ficou receoso, porém, não perdeu o fôlego em nenhum momento. Ele tem aproveitado o período para se dedicar a assuntos domésticos e aguarda pela imunização em massa da sociedade brasileira para voltar a figurar em grandes exposições.
Enquanto a vacina não chega a todos os brasileiros, o artesão continua trabalhando com encomendas e divulgando seu trabalho nas redes sociais. Leonardo também tem se dedicado a aprender sobre o uso da madeira de demolição. Ele, inclusive, já comprou uma máquina e está estudando quais tipos de produtos poderá fabricar futuramente. “Nunca havia passado pela minha cabeça ser um artesão. Ter acompanhado minha esposa naquele curso foi um divisor de águas para mim. Hoje consigo gerar renda com o meu trabalho, o que antes eu não imaginava, e acima de tudo sou uma pessoa bem mais motivada e feliz. Devo isso ao artesanato”, completa o artesão.
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Serviço – Ateliê Luz da Lua
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Instagram: @atelieluzdalua
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