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A solidariedade foi o conceito empregado por estudantes e professores de cinco unidades do Colégio Biângulo para arquitetar uma série de iniciativas destinadas àqueles que enfrentam necessidades devido à pandemia originada pelo novo coronavírus. As ações pensadas e concretizadas foram inspiradas no programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), desenvolvido anualmente na instituição de ensino em parceria com o Sebrae no Distrito Federal e que tem o objetivo de incentivar os estudantes a desenvolver mentalidades e comportamentos empreendedores.
No total, 2.114 alunos do ensino infantil, fundamental e médio participaram das ações nas cinco unidades localizadas em Águas Claras, Guará e Taguatinga Norte. Em anos anteriores, as atividades do JEPP eram finazalidas com a realização de uma feira de empreendedorismo aberta ao público, na qual o estudantes colocavam em prática os conteúdos adquiridos em sala de aula, como plano de negócios, pesquisas de mercado, gestão financeira, confecção produtos para venda e técnicas de atendimento ao cliente.
No entanto, com a pandemia, a ideia da feira precisou ser adaptada e foi aí que o conceito de empreendedorismo social, um dos pilares do programa, ganhou força. “Continuamos a seguir com a teoria apresentada pelos livros do programa, mas já sabíamos que não seria possível realizar a tradicional feira presencial neste ano. Tudo precisou ser adaptado, mas a transmissão do conteúdo foi realizada de forma virtual e no meio de tudo isso surgiu a ideia de realizarmos algo para ajudar pessoas que estão enfrentando dificuldades nesse momento de pandemia”, explica a coordenadora da unidade de Taguatinga Norte, Vilda Goulart.
Os estudantes matriculados no ensino médio concordaram em promover um drive thru solidário seguindo todos protocolos de segurança estabelecidos para frear a disseminação da Covid-19. A ação foi realizada no último sábado, 21 de novembro, consistiu na arrecadação de calçados novos e usados, e também na venda de camisetas tie dye, peças produzidas artesanalmente pelos próprios estudantes na qual o processo de tingimento dos tecidos foi feito com corantes naturais que, ao se espalharem pela peça, criam estampas únicas.
O montante arrecadado com a venda das camisetas será destinado a uma estudante do 3º ano do ensino médio do colégio que precisa de passar por uma cirurgia. Na ocasião também houve a troca de camisetas por cestas básicas que serão destinadas à uma instituição no Recanto das Emas que assiste crianças com HIV.
Já os alunos do ensino fundamental e infantil venderam rifas que tinham como premiação duas caixas de som portáteis e arrecadaram mais de R$ 2 mil reais, que foram utilizados para comprar 400 pares de chinelos novos que estão sendo repassados para quatro instituições e projetos sociais. Um das iniciativas beneficia crianças carentes em Guiné-Bissau, país localizado na África Ocidental.
Outra iniciativa partiu da coordenadora de educação infantil da escola, Carmem Lúcia. Ela escreveu um livro poético sobre empreendedorismo e a ideia foi abraçada pela diretoria, que imprimiu alguns exemplares e os doou para a ONG Formiguinhas do Bem, que presta assistência a crianças carentes. Todo o lucro obtido com a venda dos livros ficará com a própria instituição.
A exemplo dos anos anteriores, uma consultora do Sebrae no DF acompanhou o desenvolvimento de todas as atividades e orientou os responsáveis das unidades do colégio a tomarem decisões importantes. “Desde que desenvolvemos o JEEP em nossas unidades, o Sebrae sempre esteve presente, sendo um parceiro muito importante. Esse ano foi ainda mais importante, pois sempre que precisávamos entender algo, a instituição se reunia com a gente e apresentava qual o melhor caminho a seguir”, comenta Vilda.
A gestora do programa JEPP no Sebrae no DF, Ana Emília Andrade, analisa a experiência desenvolvida pelo Colégio Biângulo como enriquecedora e acredita que outras instituições de ensino no DF são capazes de promover ações similares. “Conversei com algumas crianças sobre essa experiência e eles me contaram que iniciaram as ações com o objetivo de competir com os demais. Só que durante a realização, elas perceberam que poderiam ir além, que poderiam ajudar pessoas. Isso é gratificante, é enriquecedor”, garante.
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