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Conceito de economia circular é aposta de produtora de orgânicos radicada no DF

Renata Rebouças, paulistana que reside no Distrito Federal há dez anos, desenvolveu seu próprio sistema de compostagem; ela conta com resíduos cedidos por um grande grupo varejista do DF
Por José Maciel | Ex-Libris Comunicação Integrada
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A pandemia provocada pelo novo coronavírus forçou as pessoas a adaptarem suas rotinas de maneiras que até então não tinham sido imaginadas. Essa situação, que se estendeu por todo o ano de 2020, desafiou a humanidade a encontrar alternativas para a recuperação econômica, suscitando questionamentos e extensos debates. Em meio às incertezas, no entanto, ficou claro a necessidade de associar o desenvolvimento econômico ao melhor uso de recursos naturais, objetivo da chamada economia circular.

O modelo proposto pela economia circular vai contra o modelo linear, caracterizado pela extração, consumo, descarte, desequilíbrios ambientais, sociais e econômicos. Essa prática passou a ser aplicada no dia a dia da produtora de orgânicos Renata Rebouças, 45 anos, paulistana que reside no Distrito Federal há dez anos e é proprietária da Cerrado Orgânico, agroindústria que investe na fabricação de produtos de panificação e também em conservas de alimentos artesanais e sem adição de conservantes químicos.

No mês de agosto a marca de Renata, que tem sede em uma propriedade rural localizada próxima à Santa Maria, firmou parceria para receber resíduos orgânicos como restos de frutas, legumes e verduras não comercializados pelo grupo Big Box. O material é primeiramente repassado à Lux Tree, empresa que atua no ramo de gestão de resíduos. Funcionários da empresa fazem uma triagem e entregam na propriedade o que será utilizado para a prática de compostagem, processo biológico na qual é possível obter adubo natural para ser usado na agricultura, em jardins e plantas, substituindo o uso de produtos químicos nocivos à saúde, e ainda contribui para a sustentabilidade do planeta.

O contrato da parceria começou a valer no mês de outubro e inicialmente prevê o recolhimento de resíduos orgânicos em três unidades do grupo Big Box. O objetivo, no entanto, é que todas as unidades mantidas pelo grupo no Distrito Federal destinem suas matérias orgânicas para a propriedade da Cerrado Orgânico. “Somente nos dois primeiros meses da parceria utilizamos nove toneladas de resíduos para a compostagem. A tendência é aumentarmos esse volume e chegarmos a receber cerca de 40 toneladas por mês”, projeta Renata.

A compostagem feita pela produtora utiliza o sistema de leiras, que é capaz de receber enorme quantidade de resíduos diariamente. O processo todo é estimado em torno de 60 dias e é feito em lonas sob o solo, de maneira estruturada. Primeiramente é utilizada uma base de matéria vegetal seca, principalmente galhos. Por cima, é colocado material verde, proveniente de podas de árvores, elemento fundamental para todo o processo acontecer.

Renata já desmobilizou as primeiras três leiras, o que segundo ela deve proporcionar cerca de três toneladas de adubo orgânico, e agora espera pelo resultado de uma análise para conhecer melhor os nutrientes do insumo produzido em sua propriedade. Contudo, a produtora já comemora o resultado da iniciativa e garante que continuará a fornecer alimentos de qualidade, saudáveis e sem conservantes para o maior número possível de pessoas.

“Ao realizar a compostagem trabalhamos perfeitamente o conceito de economia circular. Oferecemos uma nova destinação a um material que possivelmente iria para um pátio de transbordo onde, junto a outros elementos, emitiria toneladas de gás carbônico para a atmosfera. Graças a esses resíduos orgânicos terei um fertilizante de excelente qualidade e isso refletirá na produção dos alimentos que produzo em minha propriedade”, acrescenta. Renata também prevê uma economia nos custos de sua empresa, já que não precisará comprar adubos orgânicos.

A ideia de realizar a compostagem, no entanto, não surgiu no meio da pandemia, mas sim em 2018, após a produtora participar de um curso promovido pelo Sebrae no Distrito Federal em parceria com o Instituto Ecozinha, que busca propor e implementar ações de sustentabilidade para empreendedores do segmento de alimentação. “O curso era voltado para compostagens em áreas urbanas e eu me adaptei e consegui implementar a ideia. Já aproveitei várias soluções do Sebrae, que foram fundamentais para eu me reinventar e, sobretudo, superar os empecilhos causados pela pandemia”, garante.

Com o fechamento das feiras, ainda no mês de março, a produtora utilizou o conhecimento adquirido junto ao Sebrae para começar a vender por meio das redes sociais e implementou um serviço de entregar para alcançar o público que reside nas áreas urbanas do DF.

Uma paixão de longos anos

A relação de Renata com a agricultura começou há dez anos, quando ela veio de São Paulo a Brasília pela primeira vez, para dar andamento a demandas de um projeto de concessão de áreas públicas que apresentava sérios problemas. Mas, em meio ao intenso trabalho, a então publicitária paulista conseguiu arrumar um tempo para conhecer a cidade e se apaixonou, em especial pela variedade de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos que a região era capaz de proporcionar.                       

Quando o projeto enfim acabou, Renata ficou indecisa. Ela precisava decidir entre voltar a São Paulo ou ficar no DF, decisão que mudaria completamente sua vida. Um encontro com um amigo da época da adolescência que tinha uma chácara na região de Santa Maria foi determinante para ela resolver ficar no Planalto Central.

Renata, então, decidiu se arriscar e investiu na carreira como pequena produtora rural cultivando alimentos in natura. Logo ela percebeu que para alcançar êxito em seu novo estilo de vida era preciso aumentar o valor agregado da produção e assim o fez. Ciente do imenso potencial de crescimento, a produtora conquistou seus primeiros clientes e se aprofundou em temas ligados à agricultura sistêmica, agronegócio, cultivo orgânico e agroecológico.

Em uma edição da AgroBrasília, Renata pode conhecer melhor o suporte oferecido pelo Sebrae no DF. Ela recebeu uma assessoria técnica sobre encadeamento produtivo e buscou orientações para conseguir uma certificação que atestaria que seus produtos são de origem orgânica. “O Sebrae foi essencial para a minha trajetória de produtora”, conta.

Renata tem, ainda, o propósito de realizar um grande sonho: comandar um espaço de agroturismo na região da Chapada dos Veadeiros, onde os visitantes possam ter a experiência de plantar, colher e se alimentar dos frutos totalmente orgânicos. A propriedade em que hoje está instalada a agroindústria, segundo ela, é o embrião desse projeto. O local conta, hoje, com uma cozinha industrial e, futuramente, disporá de uma estrutura para receber pessoas, especialmente crianças de escolas, para oferecer educação sobre alimentação saudável.

“Quero crescer ainda mais antes de realizar o meu grande sonho. Hoje conto com o apoio do Sebrae e quando for para a Chapada não será diferente. Eles facilitam a vida do pequeno empreendedor em qualquer lugar desse país”, conclui.

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Informações para a imprensa

Paulo César Gusmão Gomes

Gerente ASCOM – Assessoria de Comunicação

Fone: (55 61) 3362.1659 / 9288 0958
e-mail: [email protected]                   

Christiane de Souza Gnone 

Fone: (55 61) 3362.1659/ 98128 2400 
e-mail: [email protected]

 

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