As salas de aula do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 25 de Ceilândia tornaram-se, pela primeira vez, empresas por um dia para que os estudantes colocassem em prática os conhecimentos adquiridos por meio do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). Este evento, realizado no sábado (21), foi mais uma parceria de sucesso entre o Sebrae no DF e a Secretaria de Educação do Distrito Federal.
O projeto contemplou aproximadamente 350 estudantes com idades entre 14 e 16 anos, de 12 turmas, sendo uma do 8º ano Superação e 11 do 9º ano. Ao todo, quase quatro mil pessoas (da unidade escolar, pais e comunidade) prestigiaram a feira empreendedora.
Entre os participantes, estiveram a Gerente de Atenção às Aprendizagens de Ensino Fundamental da Subsecretaria de Educação Básica, Fabíola Gonzaga; o Coordenador Intermediário de Ensino na Unidade Educação Básica da Regional de Ensino da Ceilândia, José Martins; representando a direção da escola, o supervisor Pedagógico Eduardo França; as orientadoras educacionais Aldeane de Sousa e Patrícia Miranda Chaves dos Santos; os professores de Matemática Juscimara Botelho Miquetti, Creubson Casemiro dos Santos e Leandro Brandão.
A representante da Subsecretaria de Educação Básica, Fabíola Gonzaga, destacou que o trabalho realizado pelo Sebrae no DF é fundamental para que as unidades escolares tenham acesso a diversos projetos na construção do aprendizado e do desenvolvimento da criatividade.
“A Educação Empreendedora contribui muito com o ensino porque também desperta nos estudantes o interesse por aprender, por desenvolver esses projetos, por buscar novos conhecimentos. Então, penso que essa ação tem papel fundamental na contribuição com a melhor qualidade do ensino”, disse Fabíola Gonzaga.
De acordo com o Coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia, José Martins, a experiência transformará as vidas dos jovens por meio de uma educação inovadora. “Com esse evento, principalmente com o apoio e incentivo do Sebrae no DF, eu acredito que isso alavanca os estudantes”, opinou Martins.
O supervisor pedagógico Eduardo França avaliou que o JEPP vai ajudar a superar a realidade dos estudantes da segunda maior escola de Ceilândia, que abrange as localidades do Sol Nascente e do Pôr do Sol: “Tenho certeza que, depois do que aconteceu nesta escola, os educandos saíram surpreendidos com o que conseguiram, porque o movimento foi muito grande e a ideia é mostrar para eles que trabalho gera renda – e esse é o nosso objetivo”.
A orientadora educacional Aldeane de Sousa ressaltou que o projeto foi o momento oportuno para ajudar os educandos a serem protagonistas das próprias histórias. Ela citou alguns exemplos de estudantes que já tem algum negócio, atuando como barbeiro e feirante, por exemplo.
“A gente, que é educador, só precisa oportunizar. E a escola está fazendo isso para que eles ganhem o mundo”, afirmou Aldeane.
Patrícia Miranda Chaves dos Santos também é orientadora educacional e qualificou a ação do Sebrae no DF como um mecanismo para empoderar e fortalecer os estudantes diante de diversas oportunidades: “É bem nítido que os alunos começaram a perceber que eles têm talentos e que eles podem utilizar isso, desde que sejam conduzidos e orientados”.
A feira mobilizou três professores de Matemática. Um deles é Creubson Casemiro dos Santos, que atua na escola há quatro anos. Em sua avaliação, este tipo de ensino estimula a visibilidade dos educandos sobre o que é empreender e incluir boas práticas no ambiente escolar.
“Em primeiro momento, eu busquei trabalhar a educação matemática, como conceitos de cálculo, de lucro, prejuízo. E, depois, eu comecei a trabalhar com eles a visão de perder e ganhar. O empreendedorismo pode tanto dar lucro como dar prejuízo. Então, procurei conscientizá-los nesse sentido”, afirmou o professor.
Para o docente Leandro Brandão, o encontro foi importante para despertar a visão empreendedora nos jovens: “Penso que isso traz um grande impacto positivo na vida deles, porque começaram a ampliar a visão de mundo que possam ter futuramente”, relatou.
Engajada em disseminar o conhecimento empreendedor, a professora Juscimara Botelho iniciou neste ano o curso de pós-graduação lato sensu em Tecnologias Digitais para Uma Educação Empreendedora, que é uma iniciativa do Sebrae no DF. Em sua opinião, ensinar empreendedorismo é um divisor de águas.
“Este ano foi um grande desafio para mim, por estar trabalhando o empreendedorismo, uma vez que, na mente dos estudantes, empreendedorismo só é venda – e na realidade não é. Empreendedorismo é quando você tem um olhar para novas possibilidades”, analisou a docente.
Larissa Souza, 14, estuda no 9º ano A. Sua turma vendeu doces na loja P.O.P (Piece Of Paradise). “Vendemos maçã do amor e pipoca gourmet. Foi muito legal”, disse a jovem.
A mãe de Larissa, Vanessa de Jesus Almeida, disse que a educação empreendedora é importante para ajudar sua filha e outros jovens a “terem objetivos na vida”.
Já o jovem empreendedor William Ribeiro, 16, estuda no 9º ano H. Desde julho, ele já entende na prática como funciona uma empresa por meio do seu trabalho de barbearia. Futuramente, pretende ampliar o negócio e atender mulheres em um salão de beleza. “O projeto foi uma oportunidade para expandir o meu negócio”, declarou.
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