Trinta e três micro e pequenas indústrias do Distrito Federal foram escolhidas para participar de um programa de pré-aceleração que irá proporcionar acesso a metodologias de tração e escala de mercado, com o objetivo de fomentar o crescimento econômico do DF e da região, estimulando a criação de empregos e a geração de riqueza. A iniciativa será realizada no âmbito do Hub da Indústria, iniciativa que tem a meta de promover a adoção de tecnologia na cadeia produtiva e elevar a maturidade digital do setor industrial brasiliense.
As ações do programa, intitulado Camp, foram apresentadas em evento realizado na última semana, em um restaurante no Setor de Clubes Sul. As atividades serão conduzidas pela Coti Aceleradora com o apoio do Sebrae no Distrito Federal, da Federação das Indústrias do DF (Fibra), BioTIC S.A. (empresa gestora do Parque Tecnológico de Brasília).
André Froés, CEO da Coti Aceleradora, detalhou as etapas do Camp aos empresários presentes ao evento. Ele ressaltou que a iniciativa será baseada em três pilares fundamentais: pessoas, produto e receita. Assim, a metodologia visa assegurar um equilíbrio entre as preocupações com as receitas, a qualidade do produto e o engajamento das pessoas envolvidas no processo de construção e prestação de serviços aos clientes.
O programa prevê um total de 70 horas de conteúdo que serão distribuídos ao longo de 12 semanas, dividido em três fases: modernização, otimização e transformação. Na primeira etapa, as indústrias passam por uma avaliação personalizada de seu estado atual para se adaptar ao novo cenário econômico. Durante a segunda fase, são realizados workshops práticos e consultorias especializadas em marketing e implementação de ferramentas digitais. Já a terceira e última fase estará concentrada na preparação das indústrias para o futuro, com planos estratégicos de longo prazo e facilitação do relacionamento comercial com clientes e investidores estratégicos.
Fróes explica, ainda, que o programa de pré-aceleração reúne perfis distintos de indústrias, sendo algumas com mais tempo de mercado e outras com um tempo menor de atuação. “O empresário, muitas vezes, possui uma jornada solitária, precisando desenvolver uma compreensão abrangente das diversas áreas do negócio. O momento em que muitos adotam esse perfil generalista é principalmente no início da trajetória do empreendimento, quando não há, ainda, um time muito grande para que ele possa delegar. Com o desenvolvimento desse programa, vamos apresentar conteúdos de forma prática, para que cada perfil possa ter uma visão ampla do negócio, melhorar sua organização, designar responsabilidades e tomar decisões embasadas em conhecimento especializado”, afirma.
Foto: Focus Produção de Imagem
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Presente ao evento, Rose Rainha, superintendente do Sebrae no DF, ressaltou um dos objetivos do Hub da Indústria e do programa de pré-aceleração: a maturidade digital para as indústrias do Distrito Federal. Ela salientou que a inovação e a tecnologia são aspectos fundamentais para impulsionar o crescimento econômico e que as indústrias precisam acompanhar essa evolução. “O Sebrae no DF é parceiro do Hub da Indústria, pois é uma instituição comprometida em tornar as nossas micro e pequenas indústrias mais eficientes, competitivas e preparadas para enfrentar os desafios do mercado. É essencial que os empreendimentos acompanhem esse movimento de transformação para não ficarem para trás e o desenvolvimento dessa importante ação irá promover esse objetivo”, destacou a dirigente.
Acompanha a mesma linha de pensamento, Jamal Jorge Bittar, presidente da Fibra. Ele reafirmou a capacidade das instituições envolvidas no programa de impactar positivamente a produtividade das indústrias locais para que elas permaneçam com um alto nível em suas gestões e possam competir tanto mercado nacional quanto internacional. “Você, empresário, não precisa de ter apenas coragem. É preciso ter acesso a formação, ter apoio para mostrar sua qualidade”, pontuou Jamal.
“Não é apenas um passo à frente, mas sim um salto em direção à construção de um ecossistema de inovação e colaboração que beneficiará todo o setor produtivo e a população do Distrito Federal”, complementou Graciomário de Queiroz, diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Fibra.
Gustavo Dias, presidente da BioTIC S.A, também demonstrou entusiasmo em relação ao lançamento do programa de pré-aceleração. Ao falar sobre o Parque Tecnológico de Brasília, situado na região da Granja do Torto, e suas múltiplas atividades ele ressaltou a diversidade de pequenas indústrias atuantes no Distrito Federal. Além disso, Dias destacou a importância de organizações, incluindo a empresa gestora do parque, em seu compromisso para impulsionar melhorias e perspectivas para o cenário empresarial local.
Empresária no segmento de alimentação fora do lar, Yannah Raslan, será uma das beneficiadas pela realização da iniciativa. Ela é proprietária da Confeitaria da Torre, empresa que já está há mais de uma década em atividade no solo brasiliense e busca se diferenciar para ganhar cada vez mais notoriedade no mercado local. “A confeitaria iniciou suas atividades como uma empresa familiar. Depois de algum tempo, nós ampliamos os horizontes e trabalhamos para atrair investidores, pois o mundo tem se transformado. Também sempre fazemos questão de participar de mentorias, de programas de aperfeiçoamento e de qualificação, pois são iniciativas essenciais para que os pequenos negócios prosperem. A minha expectativa com esse programa de aceleração não é diferente. A gente que ter mais visibilidade no DF e no Brasil, alcançar mais pontos de venda, melhorar os nossos processos e nos transformar em uma empresa financeiramente saudável”, pontua a empresária.
Também com uma trajetória de mais de uma década na cena empresarial do DF, a Sucopira, empresa que fabrica sucos sem corantes e conservantes, será outro empreendimento a participar do programa. Os sócios da marca têm desenvolvido uma estratégia para expandir suas atividades no território brasiliense e vislumbram no programa de aceleração uma caminho para organizar melhor as ideias e atrair um investidor que traga mais do que apenas dinheiro, mas também valor agregado.
“Precisamos direcionar a nossa caminhada para ganhar escala. Temos uma estrutura de produção que ainda não nos permite comercializar para fora do DF, no momento. Ainda percebemos um mercado bem grande por aqui. Queremos, em um primeiro momento, alcançar mais pontos de venda, introduzir nossos novos produtos, reduzir custos logísticos e ganhar competitividade, para, futuramente, adotar um outro modelo de expansão da marca, sem deixar de lado as premissas que seguimos desde a nossa criação, que é de um produtos natural, sem uso de corantes e conservantes”, conta Felipe Fleury, um dos sócios do empreendimento.