Conhecimento, emoção e até lágrimas. Assim foi a Semana de Intervenção do Artesanato no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro – Crab, Rio de Janeiro. De 12 a 16 de setembro, o Sebrae promoveu a segunda de quatro intervenções, programação dedicada ao artesanato da região Centro-Oeste. A primeira foi em agosto, sobre gastronomia.
A semana foi repleta de atrações especiais, com atividades abertas ao público, e parte da programação restrita a convidados. Os 52 artesãos do Centro-Oeste (15 do DF) puderam participar de palestras, talk shows e um encontro de negócios. Os artistas participantes das missões técnicas vieram dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal.
A semana de intervenção do Sebrae teve o objetivo de homenagear e incentivar os artesãos dessas regiões, apresentando temas como o processo criativo, o artesanato como negócio, a inovação e a sustentabilidade.
Para o diretor superintendente do Sebrae no DF, Valdir Oliveira, presente na abertura oficial do evento, transformar a criatividade, a arte em negócio é fundamental para quem vive do artesanato. Mas nada pode fazer perder a sensibilidade do artista. Ele ressaltou a importância do artesanato para a vida desses empreendedores. “A emoção que tomou conta dos artesãos que estiveram conosco mostra que a sensibilidade continua viva e forte, naqueles que abraçaram o nosso projeto e estão buscando o seu sustento com a beleza de seus produtos “, afirma o superintendente.
O arquiteto Marcelo Rosenbaum, que ficou conhecido por participar do quadro Lar Doce Lar no programa Caldeirão do Huck, na Globo, foi um dos convidados da semana no CRAB-RJ. Rosenbaum criou o Instituto A Gente Transforma, e durante a sua palestra “Design Essencial”, emocionou a todos com as histórias de projetos em comunidades carentes, como os bancos esculpidos em madeira do Esse Dito Bicho, situada às margens do Rio Negro, na Amazônia; e o Cobogó da Mundaú de Sururu, em favelas lagunares de Maceió. Com peças produzidas a partir de resíduos de matérias primas retiradas da natureza, esses projetos mudaram a vida de comunidades inteiras, “que estão repletas de talentos”, ressalta Rosenbaum.
Para a artesã Bianca Nascimento, 29 anos, que utiliza em suas peças, a técnica “pintura de agulha realista”, em folhas secas, a missão foi uma grande oportunidade de aprendizado e de divulgação do seu trabalho, que teve início durante a pandemia. Bianca é formada em radiologia e nunca havia bordado. Depois que conheceu a técnica, ela dedicou-se a aprender cada vez mais, e de lá para cá, não parou. Ela se aprimorou e conseguiu o terceiro lugar no Prêmio Brasília de Artesanato, na Categoria Artesã.
“Eu chorei de alegria e me emocionei muito, ao ver as minhas peças na exposição. É uma coisa muito forte, não tenho nem palavras. Às vezes eu nem acredito que sou eu quem faço essas peças, com esse nível de realismo”, completa Bianca.
Mesmo para a veterana, Cleziania Ribeiro,43, que faz esculturas em argila, retratando cenas sacras e do cotidiano, desde os 12 anos de idade, participar de um evento como este é uma grande oportunidade para dar visibilidade ao seu trabalho e expor numa vitrine como o Rio de Janeiro.
“É uma emoção muito grande que eu não consigo nem explicar, ter meu trabalho reconhecido e sendo exposto em um lugar tão importante, tão bonito e valorizado”, comemora Cleziania, que também foi vencedora do Prêmio Sebrae de artesanato, em 2021.
Fechando a semana, o evento “Café com Negócios” aproximou artesãos e profissionais do mercado de design, que trocaram experiências, aumentando o network e propiciando fechamento de negócios.
A mostra é gratuita e segue até o dia 29 de outubro, no CRAB, localizado na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro.
Para mais informações acesse https://crab.sebrae.com.br/
