Durante e após a pandemia de Covid-19, o comércio aprendeu que, em tempos de crise, é preciso se reinventar e buscar soluções para contornar as dificuldades. Assim como outros segmentos, micro e pequenas empresas do setor de vestuário, que geram 6,2 mil empregos diretos e indiretos no Distrito Federal, passaram e ainda passam por um momento de transformação e adaptação.
O Sebrae no DF, em parceria com o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal (Sindiveste-DF), acredita em um mercado ainda mais forte e promissor para o setor vestuário nos próximos meses.
Devido à pandemia, o setor sentiu muito, e algumas empresas fecharam ou reduziram a mão de obra. Entretanto, por meio de programas como o Vestir Brasília e o Sebraetec, empreendedores do setor vestuário têm recebido orientações estratégicas de planejamento e têm oferecido novas experiências para o consumidor, utilizando também as ferramentas digitais.
Walquíria Aires, presidente do Sindiveste-DF, revela que uma pesquisa para levantamento da capacidade produtiva do segmento de uniformes escolares, que representa 80% do faturamento das malharias, tem sido desenvolvida em parceria com o Sebrae no DF e o Senai, para defender, junto ao Governo do Distrito Federal, que a confecção do material seja realizada por empresas da capital.
“Entre os 7.320 empresários do setor, 89% são microempreendedores individuais (MEIs), sendo que 59% estão localizados em Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Plano Piloto, com destaque para a produção de uniformes escolares, material promocional, moda feminina e uniformes profissionais”, informa a líder sindical.
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Como medida de fortalecimento do setor vestuário no Distrito Federal, Walquíria ainda explica que o sindicato promove, anualmente, eventos como a Convenção Coletiva de Trabalho do segmento, a Collections Brasília Winter, voltada para a moda feminina, a Summer Collections Brasília, com destaque para a moda praia e fitness do DF, além de diversos cursos em parceria com o Sebrae no DF e o Senai.
O analista de moda do Sebrae, Thiago Angelo, esclarece que a instituição, de modo geral, tem contribuído na perspectiva da possibilidade de ampliação do setor vestuário, com rodadas e encontros de negócios, capacitação de mão de obra, informação para o pequeno e médio empresário, informações técnicas de mercado e informações de gestão, além de intervenções por meio de consultorias.
Em 2023, o Sebrae no DF lançou o programa Vestir Brasília, cujo propósito é promover a geração de empregos, valorizar a produção e confecção de marcas locais, destacando o DNA da capital e enaltecendo os designers do DF, que são os principais atores por trás dessas marcas. O projeto também pretende aumentar o faturamento e a produtividade dos empresários do segmento têxtil em torno de 5,4% para o ano de 2023.
“O projeto tem como objetivo atingir um núcleo de 100 empresas. Tanto empresas tradicionais que já possuem um nome forte no mercado, quanto empresas novas que estão surgindo e que também tem um diferencial de posicionamento. A ideia da iniciativa é fazer esse intercâmbio, essa troca entre de experiências e conhecimentos entre essas empresas para que, juntas, elas consigam construir uma identidade da moda feita aqui em Brasília”, explica Thiago.
Em relação aos desafios do segmento, o analista acredita que o Sebrae no DF tem como missão apresentar aos empreendedores a necessidade do conhecimento técnico e de mercado no qual atuam, para que possam oferecer ao cliente produtos diferenciados com preços acessíveis e fazer com que as pessoas valorizem as marcas de Brasília.
“Outro desafio que a gente também identifica é a perspectiva de mercado para essas malharias e confecções, como, por exemplo, a possibilidade de participação de editais. Fazer com que essas marcas entendam o que é necessário para participar de um edital, quais os critérios para se adequar e participar de uma licitação. Também é importante estimular a postura empreendedora para atender um lote de edital e que não estrangule a capacidade produtiva”, diz Thiago.

