Cerca de 100 pessoas, entre discentes e professores, que participam do Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (NEJ) do Sebrae no DF se reuniram na manhã desta segunda-feira (19) no Parque da Cidade, em Brasília, para um piquenique. Com clima descontraído, o encontro serviu um delicioso café da manhã e promoveu palestras e oportunidades para conversar sobre empreendedorismo local, cultura, música e ouvir histórias inspiradoras de Brasília.
Estiveram presentes educandos de 15 a 18 anos, do CED 02 Cruzeiro, da Escola Técnica do Guará – ETG, CED 104 e CED 304 do Recanto das Emas. Todos cursam o ensino médio e estão fazendo, no contraturno, o curso técnico em Administração, que tem duração de um ano e é desenvolvido pelo Sebrae no DF, por meio de uma parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal.
“O Sebrae está fazendo uma interação com estudantes e professores para falar um pouquinho que o empreendedorismo é muito mais do que o mundo dos negócios. O empreendedorismo tem a ver com protagonismo, com atitude, com você ter visão expandida, de você ter sonhos e conseguir realizar esses sonhos. E quando esse sonho transforma a realidade dessa pessoa e de outros, a gente fala: você está empreendendo”, explicou a coordenadora de políticas públicas do Sebrae no DF, Ana Emília de Andrade.

Para falar sobre a realização de sonhos, empreendedorismo local e música, o Sebrae no DF levou a banda Maria Vai Casoutras para uma palestra inspiradora. A produtora executiva da banda, Geórgia D’Oliveira contou a história do grupo feminino de percussão, que hoje é referência no Distrito Federal e explicou que, mesmo no ramo artístico, é preciso ter visão de negócios.
“A banda Maria foi até ao Sebrae e fez algumas consultorias para fazer um plano de negócio. Hoje, para ser uma banda, tem que ter dinheiro em caixa. Por exemplo, se um instrumento arrebenta, precisa ter dinheiro, ter um fundo de caixa”, dividiu com os educandos.
A banda, que começou tocando no Parque da Cidade, atualmente faz apresentações internacionais e se destaca não só na cena musical, mas também pelo empoderamento feminino e pela parceria com projetos sociais de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica.
Aluna do CED 02, Thamires Alves, 17 anos, disse que ficou inspirada após ouvir a palestra sobre empreendedorismo no mercado musical. “É muito importante! Você vai precisar de seus conhecimentos administrativos e empreendedores para conseguir gerenciar seus negócios, tanto na música quanto na cultura. Então, cultura e empreendedorismo estão associados”, apontou.
O evento aconteceu no Parque da Cidade, um dos símbolos de Brasília, e a construção da nova capital do país foi resultado de empreendedorismo. Esse foi o destaque da palestra do historiador e guia de turismo na cidade, Lúcio Montiel. Ele contou que antes do surgimento do Parque da Cidade Sarah Kubitscheck, em 1978, já existia na área outro parque. Um parque que resultou da visão de um empreendedor da época.
“O Nicolândia começou a surgir em 1967 e o seu Nico, dono do parque, foi empreendedor aqui em Brasília. Ele tinha uma roda gigante que viajava pelo Brasil e botou fé na cidade. Chegou no Núcleo Bandeirante e depois viu que aqui no centro não tinha parque de diversões, não tinha lazer para criançada”, contou.
Brasília surgiu de ações empreendedoras e terá um futuro econômico ainda melhor com a atuação de jovens que escolheram se profissionalizar, como destacou a superintendente do Sebrae no DF, Rose Rainha.
“Vocês já são estudantes diferenciados de muitos, porque vocês estão aqui por opção, fizeram esse curso por opção, podendo estar fazendo muitas outras coisas, mas fizeram a escolha de investir em vocês, investir no empreendedorismo. E o Sebrae se orgulha muito de tê-los com a gente. A gente realmente acredita que através de vocês, nós teremos um desenvolvimento econômico da nossa cidade muito melhor. Nós vamos ter um futuro muito melhor”, destacou.
Segundo Rosinete de Paula, professora do NEJ, que dá aula de estratégias empresariais, contabilidade gerencial e modelo de negócios, o piquenique possibilitou relacionar exemplos reais com a teoria.
“É muito importante, porque além da gente sair daquele contexto de sala de aula, a gente consegue abrir a mente deles. Quando a palestrante falou na questão de que eles são uma banda, mas que são uma empresa, que tem missão, visão, valores, planejamento, problema de caixa, a gente consegue fazer um link com tudo o que a gente estuda”, apontou.
“Acho importante a sala de aula não se basear apenas no estudo e parte teórica, mas também na parte prática e esses eventos mais descontraídos”, disse Fábio Dias, estudante do Recanto das Emas.

