O auditório da Escola Técnica de Santa Maria recebeu, na sexta-feira (10), os estudantes da primeira turma do curso técnico em Administração do Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (NEJ) para apresentação das ações sociais promovidas pelo projeto Legado Empreendedor. A iniciativa, que teve início em agosto deste ano, acontece por meio de uma parceria entre o Sebrae no DF e a Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Os estudantes foram divididos em dois grupos e realizaram pesquisas sobre instituições assistenciais de Santa Maria, sendo duas selecionadas para integrarem o projeto Legado Empreendedor: o Centro de Integração Vem Viver e o Grupo Espírita Guilon Ribeiro.
“Esse projeto é uma oportunidade para jovens e adultos de Santa Maria se qualificarem para o mercado de trabalho, além de ser um estímulo para aqueles que querem empreender”, afirmou o diretor da escola técnica, Elijaime Nunes.
Para a docente Patrícia Ribeiro, uma das responsáveis pelo projeto, ser empreendedor vai muito além de iniciar novos negócios. Na verdade, o empreendedorismo se aplica a todos os aspectos da vida, desde a escolha de uma carreira até a transformação social e cultural da sociedade em que vivemos.
“Empreendedorismo social é isso. Foram projetos que demandaram equilíbrio emocional por parte dos componentes. E, por serem trabalhos em grupos, precisaram contar com a colaboração de todos. Estamos despertando nos estudantes a solidariedade e o empreendedorismo social, fazendo com que percebam que pequenas ações podem provocar grandes modificações”, afirmou Patrícia.
O grupo da estudante Fabiana da Rocha escolheu ajudar o Grupo Espírita Guilon Ribeiro, com sede na QR 213 de Santa Maria. Após visitar a instituição, ela e os colegas decidiram colaborar com o evento de Dia das Crianças, ocorrido no dia 28 de outubro. Foi feita uma mobilização para arrecadar doações, como brinquedos, sapatos, roupas, artigos de decoração para a festa.
“Acompanhamos a instituição por um mês e meio e realizamos três visitas ao local. No dia do evento, disponibilizamos brinquedos infláveis, pintura de rosto, recreação e lanche para as crianças e familiares”, contou Fabiana.
Entre os desafios observados, ela pontuou a falta de voluntários para trabalhos assistenciais. “A instituição tem a disponibilidade do espaço, que, por sinal, é muito agradável para a recepção das crianças. Mas faltam voluntários para ajudar, para poder ensinar um ofício”, concluiu a estudante.
A assistente social Ana Cristina Coelho, do Grupo Espírita Guilon Ribeiro, assistiu à apresentação dos estudantes e destacou que a instituição já beneficiou milhares de pessoas com obras de caridade e trabalho religioso. São distribuídos sopas, cestas básicas, roupas, calçados e são feitas visitas em hospitais, entre outras ações.
“Ficamos extremamente felizes quando os estudantes estiveram em nossa casa para nos proporcionar esse trabalho. Tenho certeza que cada um de vocês que participou, de uma forma ou de outra, para a concretização desse evento, fez a diferença na vida dessas crianças e pais”, frisou Ana Cristina.
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Revitalização da fachada
O Centro de Integração Vem Viver, associação de apoio e orientação a pais e autistas localizado na quadra 213, em Santa Maria, foi escolhido pelo grupo da estudante Elisângela Ribeiro para o projeto Legado Empreendedor. Após visita ao local, os estudantes optaram por ajudar na revitalização da fachada da casa onde funciona a associação. Eles também conseguiram um eletricista voluntário para fazer alguns reparos, arrecadaram brinquedos no comércio local e escreveram em uma das paredes a frase: “Vidas atípicas importam!”
Ao ver a exposição do trabalho pelos colegas, Elisângela ficou bastante emocionada. “Foi a primeira vez que trabalhei com um projeto social e foi uma experiência gratificante e única. O projeto NEJ tem nos ajudado a trabalhar em equipe e trouxe uma visão sobre como administrar uma empresa”, disse a estudante.
Ilma Luzia Batista, presidente do Vem Viver, acompanhou as apresentações de perto e contou um pouco da história da associação, inaugurada há quase um ano. Ela passou por uma experiência negativa ao buscar o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) para os netos de 7 e 8 anos.
“Foi pensando nas pessoas que também passam por isso que surgiu a ideia de criar o Vem Viver, um espaço de acolhimento para crianças com autismo e seus familiares. Hoje, acompanhamos 50 crianças, mas temos muitas outras na fila de espera. Sobre a ação, a pintura da entrada principal traz mais alegria ao ambiente. É muito bom ver esses jovens estudantes cheios de energia, de garra, se envolvendo nas causas da sua comunidade”, declarou Ilma.