Todos os 270 estudantes da Escola Classe 13, de Taguatinga Sul, participaram no sábado, 9 de novembro, da primeira Feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). A iniciativa contou com apoio do Sebrae no Distrito Federal e envolveu, também, agentes da comunidade escolar, como pais e professores, com o objetivo de difundir conceitos do universo empreendedor.
A atuação do Sebrae foi viabilizada por meio de um convênio assinado com a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, que permitiu a implementação do programa na unidade educacional. Desde o início do ano, a instituição, por meio de consultores, mobilizou os professores em capacitações, transformando-os em multiplicadores de conceitos sobre empreendedorismo.
A partir dessa estratégia, as salas de aula se tornaram palcos do amadurecimento de competências e de práticas relacionadas à criação de um pequeno negócio. Todas as atividades estiveram alinhadas à temática do livro do JEPP e abordaram, entre outros aspectos, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda e técnicas de atendimento ao cliente.
Supervisor pedagógico da unidade de ensino, William César da Mata, explicou que o início da articulação com o Sebrae foi visto como bastante promissora pelos educadores. “odo mundo abraçou a proposta. A aceitação foi imediata e passamos a ser acompanhados de perto para garantir que todos os envolvidos desenvolvessem as etapas do programa de maneira eficaz”, afirmou.
William César também observou que um outro fator essencial para o sucesso da primeira edição da feira. A escola possui localização bem próxima a casas e prédios residenciais e tem como característica uma atmosfera familiar. “Muitos alunos atuais são filhos e até netos de ex-alunos. Portanto, é uma escola que possui gerações e onde a comunidade é muito presente. Quem foi nosso aluno voltam a matricular seus filhos e netos aqui e apoiam sempre cada atividade que é desenvolvida. Com o JEPP a gente sabia que não seria diferente”, comentou o supervisor.
A realização da feira envolveu turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Entre elas, a de Luna Harumi, de 8 anos de idade. Com um discurso na ponta da língua, ela atraía e convencia os visitantes da feira a adquirir mudas de coentro e temperos prontos. “São produtos bons para a saúde. Podem usar à vontade na comida. Fica uma delícia”, garantia a pequena estudante.
Os produtos estavam acompanhados de pequenos folhetos, feitos à mão pelos próprios estudantes. O conteúdo detalhava os benefícios para a saúde humana, como o aumento da imunidade, controle dos níveis de açúcar no sangue, equilíbrio da flora intestinal, entre outros.
A participação sobretudo a empolgação de Luna durante a feira foi acompanhada de perto pela mãe, Thays Yehoshua. Em meio aos momentos de admiração pelo desempenho da pequena, ela recordou detalhes sobre o envolvimento da filha com o JEPP. “Assim que falaram sobre a realização da feira, ela chegou em casa animada. Luna já tinha várias ideias. Ela estava bem determinada a participar da feirinha. O envolvimento dela foi impressionante”, contou Thays.
A participação na feira causou um impacto ainda mais significativo no comportamento de Luna. Thays explicou que a filha sempre optou por alimento saudáveis, consumindo verduras, legumes e frutas. Com o programa, no entanto, a estudante pediu à mãe que pesquisasse os benefícios do coentro e de outras ervas. Juntas, elas descobriram informações interessantes para apresentar durante a realização da feira e ainda notaram que o interesse por uma alimentação saudável aumentou ainda mais.
Quem também notou a transformação de Luna e de outros estudantes foi uma das professoras da do 2º Ano, Maria Ohana dos Santos. Ela avaliou a implementação do programa como uma atividade que se desenrolou de maneira natural e envolvente, não apenas enriquecendo o aprendizado, mas proporcionando o desenvolvimento do espírito de coletividade. “O que mais chamou a atenção das crianças foi, sem dúvida, a atividade de plantar. Eles se dedicaram muito e puderam ver todo o aprendizado na prática”, contou a educadora.
Para o próximo ano, Maria Ohana tem certeza de que os alunos desejarão dar continuidade ao projeto. “O que os motiva também é a perspectiva de vender e poder comprar algo com o dinheiro arrecadado. Estamos planejando usar essa arrecadação para um lanche coletivo”, completou.
A Escola Classe 13 é uma das unidades da rede pública de ensino do DF a dispor de turmas de Educação Especial, uma modalidade de ensino assegurada pela Secretaria de Estado de Educação para atender estudantes com Deficiências, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), além de bebês e crianças de 0 a 4 anos por meio do Programa de Educação Precoce. Os estudantes dessas turmas estiveram envolvidos na realização do JEPP, com a supervisão da professora Dulcinéia Alves Leite.
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