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Espaço Feito à Mão leva artesanato à 33ª edição da CASACOR Brasília

Nesta edição, o Sebrae no DF apoia 47 artesãos e apresenta peças que integram tradição, design e brasilidade
Por Jamile Rodrigues | Clip Clap Comunicação
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Com a 33ª edição instalada na Casa do Candango e a partir do tema “Semear Sonhos”, a CASACOR Brasília 2025 reúne 50 ambientes assinados por 67 profissionais e volta a movimentar o calendário de arquitetura e design da capital até outubro. Entre os destaques está o Espaço Feito à Mão, iniciativa do Sebrae no DF assinada pelo arquiteto Jota Passini, que leva para a mostra peças de 47 artesãos selecionados pela instituição. Além de viabilizar a participação, o Sebrae arca com os custos de exposição e operação da loja, cuida do visual merchandising e monitora semanalmente o desempenho de vendas para orientar ajustes junto aos expositores.

Segundo Felipe Fernandes, gestor do projeto de artesanato no Sebrae DF e analista da Gerência de Negócios em Rede (GENER), a seleção privilegiou identidade cultural, qualidade e diálogo com o público da mostra. “Buscamos valorizar a identidade do Distrito Federal e do bioma Cerrado, seja na inspiração, nas técnicas locais ou nas matérias-primas características. Criatividade, autenticidade e acabamento também foram essenciais, assim como o equilíbrio entre tradição e contemporaneidade”. Ele detalhou também o suporte que o Sebrae oferece aos empreendedores desde a pré-seleção para a edição. “Contamos com consultora dedicada desde a curadoria até a orientação de melhoria das peças e do ponto de venda. O acompanhamento é contínuo para garantir destaque e melhores resultados”, completou.

Foto: Focus Produção de Imagem

Parte das obras exibidas resulta do Projeto ELOS, ciclo de dois meses que aproximou artesãos e designers selecionados por edital. Ao longo do processo, as duplas passaram por oficina de criatividade, visitas a ateliês, orientação jurídica especializada em economia criativa e acompanhamento da Associação dos Designers de Produto do DF (Adepro), instituição que é correalizadora do projeto. Ainda segundo Felipe, o objetivo foi estimular novas linguagens e ampliar acesso a mercado sem perder vínculo com referências culturais locais.

O desenho do ambiente, assinado pelo arquiteto Jota Passini, explora uma experiência sensorial alinhada à paisagem do Cerrado. A paleta combina tons esverdeados a gradações de amarelo, criando um espaço de circulação fluida onde as peças dialogam com o mobiliário e a iluminação. “Nós criamos um ambiente acolhedor, inspirado na paisagem única do Cerrado, que convida o público a vivenciar uma experiência sensorial onde natureza, criatividade e empreendedorismo se encontram. O resultado é um espaço que integra tradição e inovação, conectando o artesanato local às tendências contemporâneas da arquitetura e da decoração apresentadas na mostra’’, resumiu o gestor.

Foto: Focus Produção de Imagem

A curadoria artística é conduzida por Pollyana Olifer, que reforça o artesanato como expressão de memória e território. “O artesanato precisa carregar a cultura regional, fauna, flora e arquitetura, e refletir as regiões administrativas, não só o Plano Piloto. Brasília nasceu da união de diferentes origens e essa identidade, o nosso ‘quadradinho’, precisa emergir nas peças. Também orientamos os artesãos a olharem para a persona da CasaCor e posicionarem suas criações como itens de alto valor agregado”, salientou.

A recepção do público evidencia o potencial comercial do espaço. A arquiteta Nelma Caixeta, do Art Line Brasília, voltou a adquirir obras da artesã Cleziania Ribeiro (Art Única), que expõe no Espaço Feito à Mão em mais uma edição. Caixeta explicou. “É um trabalho que me conecta afetivamente com a família, o cotidiano, as memórias. Todos os anos faço questão de vir primeiro ao espaço do Sebrae e admiro o cuidado da curadoria. O ambiente está aconchegante e muito bem resolvido”.

Para novos empreendedores, a vitrine da CASACOR funciona como alavanca. Daniel Godoy, do Ateliê Botânico Elemental Plantas, participa pela primeira vez com suas kokedamas e contou que a marca surgiu de forma despretensiosa. “Comecei fazendo para casa, depois presenteei minha mãe, sogra e amigos até pensar: será que dá para vender? No início, eram poucas encomendas para conhecidos do prédio e colegas do yoga. Só em dezembro do ano passado lancei oficialmente a linha da Elemental”.

Foto: Focus Produção de Imagem

Formado em Biblioteconomia, Daniel trabalhava com tecnologia e UX writing antes de mudar completamente de rumo. “Sempre gostei de plantar, e o encantamento pelo cultivo acabou me levando a transformar esse hobby em profissão. Hoje produzo em casa, mas planejo estruturar um ateliê para crescer”, explicou. Ele também destacou o papel do Sebrae no convite. “Conheci a Pollyana em uma capacitação e ela achou que minhas kokedamas tinham tudo a ver com a CASACOR. Estar aqui, menos de um ano depois de iniciar o negócio, é um passo importante: dá visibilidade, mostra que as pessoas valorizam esse tipo de arte e ajuda a consolidar a minha marca”, finalizou.

O Sebrae no DF apoia a operação comercial do espaço, da exposição às vendas, permitindo que os artesãos foquem na criação e no relacionamento com o público e com especificadores. Além disso, o acompanhamento de métricas orienta reposição de peças, ajustes de mix e melhorias de apresentação, conectando o fazer manual à lógica de varejo qualificado típica da mostra.

O Espaço Feito à Mão, na CASACOR Brasília 2025, segue como uma vitrine de inovação e criatividade para quem acredita e apoia a economia circular. O evento se estende até 12 de outubro de 2024 e, para quem deseja conhecer de perto o que o artesanato do Distrito Federal tem a oferecer, o local é uma parada obrigatória.

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