Agência Sebrae de Notícias

Menos de uma semana após promover um grande evento voltado ao fortalecimento dos pequenos negócios com a participação de empreendedoras da Candangolândia, o Sebrae no Distrito Federal realizou o primeiro encontro da trilha de capacitação do Programa Empreenda Mulher. Desenvolvido pela instituição em parceria com o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) da região administrativa e a Secretaria de Estado da Mulher, a iniciativa busca promover o empreendedorismo como alternativa de geração de renda, autonomia financeira e ruptura do ciclo de dependência econômica de mulheres em situação de vulnerabilidade.

A trilha de desenvolvimento do programa será realizada com, ao menos, seis encontros presenciais. As atividades, que acontecerão sempre às segundas-feiras no Salão Comunitário da região até o dia 3 de novembro, combinarão palestras e oficinas práticas. Os módulos foram cuidadosamente desenhados para oferecer uma abordagem completa, abrangendo tanto aspectos técnicos quanto comportamentais. No campo técnico, serão abordados temas cruciais como gestão financeira, precificação, marketing e boas práticas na manipulação de alimentos.

Paralelamente, o programa visa fortalecer as dimensões comportamentais dos participantes, com foco no desenvolvimento da autoestima e da postura empreendedora.

Em visita ao local da capacitação, a diretora superintendente do Sebrae no DF, Rose Rainha, transmitiu uma mensagem de incentivo às empreendedoras ressaltou o papel da mulher na engrenagem de desenvolvimento econômico. “Nós, do Sebrae, ficamos imensamente felizes ao testemunhar um grupo de mulheres em movimento. Um dos nossos objetivos é exatamente impulsionar o empreendedorismo feminino e fazer do nosso território um lugar melhor, com mais empreendedoras e mulheres protagonistas de suas histórias”, afirmou.

A dirigente destacou o empenho do Sebrae em cumprir seu compromisso de apoiar as mulheres e facilitar a jornada empreendedora. “Ao longo de toda essa trajetória, o Sebrae estará presente para oferecer o suporte necessário a cada uma de vocês. Orientaremos desde o processo de criação de uma empresa, estimularemos o desenvolvimento de habilidades em negócios, ofereceremos capacitações gerais e, posteriormente, um atendimento individualizado e adaptado à realidade de cada uma”, complementou Rose.

Presente na abertura da atividade, o administrador regional da Candangolândia, Marcos Paulo Alves da Silva, popularmente conhecido como Marquinhos da Administração, foi mais um a falar com entusiasmo sobre a iniciativa. Ele também destacou a importância do Sebrae como uma instituição fundamental para o desenvolvimento do tecido socioeconômico e para promover transformações na vida de homens e mulheres na Candangolândia e em todo o DF. “Fico muito feliz em testemunhar este momento enquanto administrador da cidade. Semana passada estivemos reunidos em um evento que já visava fortalecer as mulheres de nossa região e, hoje, estamos novamente podendo sentir o impacto que o Sebrae causa. Essas mulheres estão sedentas por conhecimento, por pessoas que as orientem e as conduzam rumo a uma vida melhor. E não haveria instituição melhor que o Sebrae para trazer essa visão e conduzir essas pessoas para um novo momento em suas vidas”, observou.

Entre as histórias das mulheres que serão impactadas com a realização da trilha de capacitação na Candangolândia está a de Greice Batista. Ela mora na região há cinco anos vê no empreendedorismo uma oportunidade para promover uma guinada em sua vida.

Greice já atuou como representante comercial anos atrás e, após se formar em estética em 2018, dedicou-se a empreender na área, realizando atendimentos domiciliares, especialmente com foco em massagens. Apesar da tentativa, a ideia de negócio não prosperou e ela agora busca empreender no setor de alimentação. “Já tentei abrir alguns outros negócios também, mas acabou não dando certo. E agora, eu quero empreender em outra área. O meu foco são as saladas de frutas gourmet”, revelou.

Aos 45 anos, com otimismo de sobra e muita perseverança, ela pretende iniciar o empreendimento na cozinha de casa, mas já vislumbra a possibilidade de alugar um espaço físico caso a ideia cresça. Para que tudo dê certo, ela conta com o apoio do Sebrae no DF e espera absorver todos os conteúdos que forem oferecidos durante a capacitação. “Já estava nos meus planos ir até o Sebrae para iniciar o meu negócio do jeito certo, com todas as orientações. Confesso que não tenho muito conhecimento sobre o que o Sebrae ainda pode fazer por mim. Mas sei que, com o apoio deles, poderei me aperfeiçoar e ser uma empreendedora cada dia melhor. Quando aparece uma oportunidade dessas, a gente agarra”, observou.

Outra mulher presente à atividade e que foi inspirada pelas palavras partilhadas foi Edivânia Diniz. Por anos, ela tem atuado na informalidade, com a venda de café da manhã na parada de ônibus localizada às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA). “Acordo por volta de 3 horas da manhã e me organizo para sair e chegar no ponto às 5h30. Alguns produtos eu já deixo prontos, mas outros eu faço no dia mesmo. O pão de queijo, alguns bolos e as tortas, que são bem requisitados, são alguns deles. Também faço sucos, café com leite, vitaminas e chocolate quente”, contou.

Edivânia ficou sabendo do Empreenda Mulher por meio de contatos que estabeleceu meses atrás, junto à equipe do CRAS da região. Ela não pensou duas vezes e decidiu participar para transformar sua realidade. “Sonho em sair das ruas e ter o meu lugar de vendas, onde eu não precise sofrer com o sol ou a chuva. Espero aprender muito e usar tudo para conseguir crescer a minha ideia de negócio”, acrescentou.

O primeiro encontro da trilha abordou temas como empreendedorismo feminino e inovação para melhorar as vendas, além de reflexões sobre o desenvolvimento pessoal e a independência financeira. As participantes discutiram características essenciais para empreender, modalidades de negócio e formas de aumentar o lucro, como a redução de custos e a criação de novos modelos de vendas.

A analista da Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistemas de Negócios do Sebrae no DF e gestora responsável pelo programa, Rafaela Ferreira, observou que a Candangolândia convive com um alto grau de informalidade. “Muitas empreendedoras não são formalizadas. Quando você entra na cidade, vê barraquinhas perto da UBS, perto dos bancos, nas paradas de ônibus. Então, existe essa importância de orientar essas pessoas e mostrar o caminho para que aprendam a importância de se formalizarem, de melhorarem o negócio e descobrirem novas oportunidades em suas vidas”, disse.

Atualmente, o Sebrae no DF tem intensificado a articulação para promover novas turmas do programa nas unidades recém-inauguradas da Casa da Mulher Brasileira, em Sobradinho e no Recanto das Emas. A proposta levará capacitações em gestão e outros assuntos empresariais visando atender mulheres em situação de vulnerabilidade social.