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Curtas de estudantes da rede pública ganham as telas do Cine Brasília em festival sobre ética e integridade

Festival Na Moral de Curtas-Metragens reuniu 13 escolas e mais de 450 estudantes para discutir, por meio da arte, temas como cidadania, respeito e responsabilidade
Por Jamile Rorigues | Clip Clap Comunicação
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O Cine Brasília, um dos mais emblemáticos espaços culturais do país e símbolo da cena audiovisual da capital federal, recebeu na quarta-feira, 8 de outubro, a 1ª edição do Festival Na Moral de Curtas-Metragens – Ética em Cena, Integridade e Transformação em Ação. O evento reuniu cerca de 450 estudantes da rede pública do Distrito Federal e marcou um momento de celebração da criatividade e da cidadania.

Ao longo da manhã, o público acompanhou a exibição de 10 curtas-metragens produzidos por alunos de 13 escolas, resultado do trabalho desenvolvido dentro do Projeto Na Moral – uma parceria entre o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Secretaria de Estado de Educação do DF, que integra a Política Distrital de Educação para a Integridade. O Sebrae no Distrito Federal é parceiro da iniciativa e vem contribuindo para a ampliação das ações voltadas à formação cidadã e empreendedora dos jovens.

Antes das exibições, os estudantes puderam conhecer os bastidores do Cine Brasília, e se prepararam para assistir, em tela grande, às histórias que eles próprios criaram. As obras abordaram temas como ética, convivência, solidariedade e responsabilidade coletiva, em narrativas que variaram do humor ao drama social.

Entre os vencedores, o destaque ficou para o estudante Arthur Mota, de 17 anos, do CEMI Gama, eleito melhor ator pelo curta “Nicolas, meu herói”, uma homenagem a um colega de turma com baixa visão. Arthur contou que a ideia do filme nasceu da convivência e da amizade entre eles e explicou que o grupo quis mostrar o quanto o amigo Nicolas é fonte de inspiração e exemplo de superação.

Foto: Focus Produção de Imagem

“O Nicolas é uma pessoa cheia de talentos, que vai muito além de qualquer rótulo. Ele é parte da solução, e não do problema. O prêmio foi uma grande surpresa – a gente nem sabia que haveria premiação. Fizemos o filme pela representatividade, para colocar o Nicolas no centro da história. Fico muito feliz com o reconhecimento e agradeço a todos os organizadores do festival”, completou.

Durante a cerimônia, autoridades e representantes das instituições parceiras ressaltaram a importância da iniciativa para a educação e a formação cidadã dos estudantes. A promotora de Justiça Luciana Asper, idealizadora do programa Na Moral, destacou que o projeto nasceu de um esforço conjunto entre o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e a Secretaria de Educação, há dez anos, com o objetivo de transformar valores em prática cotidiana. “A lei existe para conter as limitações humanas – o egoísmo, a prepotência, a raiva. Mas quando observamos números como 84 milhões de processos em curso e 35 milhões de novos casos a cada ano, percebemos que a sociedade ainda não aprendeu a conviver de forma harmoniosa”, afirmou.

Luciana ressaltou que a educação é o verdadeiro caminho para essa mudança. “A única forma real de transformar isso é por meio da educação – um sistema de excelência humana, capaz de lapidar pessoas e desenvolver virtudes. O Festival de Curtas Na Moral é um exemplo concreto disso: uma vivência em que os estudantes expressam sua criatividade e seus talentos para mostrar, de forma inspiradora, a importância de escolher o caminho da integridade e das virtudes”, disse.

A subsecretária de Educação Básica do DF, Iedes Soares Braga, reforçou o papel das escolas na formação de cidadãos éticos e conscientes. “Vivemos um tempo em que nossos jovens enfrentam desafios diversos no cotidiano, e formar cidadãos éticos e conscientes é uma tarefa essencial da escola pública. O Na Moral abraça esse compromisso, articulando o ensino com valores de convivência, respeito e responsabilidade”, destacou.

Foto: Focus Produção de Imagem

Ela acrescentou ainda que o programa vai além do currículo e traz para a prática pedagógica ações concretas e transformadoras, com apoio de diversos parceiros. “O Sebrae no DF é um aliado de primeira grandeza da Secretaria de Educação. É difícil pensar em qualquer projeto inovador sem a participação do Sebrae. Essa união tem sido fundamental para expandirmos experiências bem-sucedidas e inspirar outras redes de ensino”, afirmou.

A gestora do projeto Educação Empreendedora do Sebrae no DF, Ana Emília Andrade, observou que a iniciativa reforça a missão da instituição de formar cidadãos empreendedores em todas as dimensões da vida. “Quando falamos em empreendedorismo, não estamos tratando apenas de abrir negócios, mas de desenvolver competências para a vida. Integrar ética, cidadania e protagonismo juvenil é essencial para formar jovens capazes de tomar decisões responsáveis, liderar projetos e construir soluções coletivas”, afirmou.

Foto: Focus Produção de Imagem

Para ela, o Na Moral representa um avanço importante. “O projeto inspira estudantes a agir com integridade e transformar conhecimento em atitude. Para o Sebrae, é motivo de orgulho participar dessa jornada que une valores humanos e educação empreendedora”, completou.

Além de promover o aprendizado, o festival também celebrou o poder da arte como ferramenta de transformação. As produções exibidas refletiram a criatividade e o engajamento dos estudantes, que encontraram no cinema um meio de dar voz às suas ideias e sentimentos. A iniciativa contou também com o apoio da Secretaria de Cultura do DF, da Secretaria de Segurança Pública do DF e da Receita Federal.

Foto: Focus Produção de Imagem

Programa Na Moral será nacionalizado com apoio do Sebrae

Durante o evento, foi anunciada uma nova fase do Programa Na Moral, que passará por um processo de nacionalização em parceria com o Sebrae Nacional. A iniciativa será formalizada por meio de um acordo de cooperação técnica entre o Sebrae e o MPDFT, com o objetivo de adaptar e expandir as soluções pedagógicas já desenvolvidas pelo programa.

Segundo Glaucia Centeno, responsável pela coordenação do acordo pelo Sebrae Nacional, a proposta é alinhar as metodologias do Na Moral à abordagem da Unidade de Educação Empreendedora, que trabalha o desenvolvimento de competências em diferentes faixas etárias. “Queremos continuar trabalhando o desenvolvimento de competências empreendedoras em diferentes faixas etárias. O Na Moral traz valores como integridade e ética – dimensões que dialogam diretamente com essas competências e por isso queremos que todas as nossas unidades o conheçam”, explicou.

Ela acrescentou que o trabalho está em fase de estruturação, com duração aproximada de um ano. “Depois dessa etapa, o Sebrae Nacional vai orientar as unidades regionais em todo o país sobre a aplicação do projeto. E, como todo produto do Sebrae, o Na Moral também passará por um processo de nacionalização, com aprovação pelos grupos de trabalho das áreas de Ensino Fundamental e Ensino Médio”, destacou.

Glaucia afirmou ainda que, assim que as soluções estiverem prontas, elas serão distribuídas a todas as unidades de Educação Empreendedora do Sebrae no Brasil. “Com esse acordo, o programa criado aqui em Brasília vai ultrapassar as fronteiras do Distrito Federal e alcançar novas escolas, levando a milhares de estudantes brasileiros uma mensagem de cidadania, ética e transformação social”, concluiu.

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