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Donos de micro e pequenas empresas participaram na noite de terça-feira, 7 de outubro, de uma nova capacitação promovida pelo Sebrae no Distrito Federal. A iniciativa reuniu um público diverso no Sebraelab, no Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), e abordou a importância de se adotar estratégias de defesa digital a fim de resguardar a pequena empresa contra ameaças online.
A segurança digital abrange um conjunto de ações voltadas à proteção de dados em ambientes digitais dentro das empresas. Esse conceito visa salvaguardar tanto a empresa quanto seus clientes, tornando-se uma tarefa desafiadora em meio a dispositivos conectados e usuários simultâneos. A integração eficaz de pessoas, processos e tecnologias é fundamental para evitar possíveis ataques virtuais.
A complexidade do tema foi abordada pelo agente da Polícia Federal na Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias (CBAN), Anderson Messias. Também conhecido como Messi, o protetor, ele iniciou a capacitação apresentando uma realidade que todos os seres humanos irão vivenciar, pelo menos alguma vez na vida: a de serem atacados no mundo virtual. O agente pontuou que empresas, por deterem dados, se tornam alvos principais de cibercriminosos, em especial empreendimentos como clínicas médicas, escritórios de advocacia e empresas do segmento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Todo esse cenário, segundo o agente da PF, é superatrativo para golpistas, que agora passaram a operar principalmente no ambiente digital.
Com base nesse cenário alarmante, Anderson apresentou dados atualizados que causaram espanto no público. Ele revelou que pelo menos um em cada quatro brasileiros já foi ou está sofrendo um monitoramento abusivo por meio da tecnologia, sendo a instalação de aplicativos espiões em celulares a forma mais comum de perseguição digital. Além disso, o agente destacou a crescente ameaça de sequestro de dados por ransomware, registrando impressionantes 4,2 milhões de ocorrências apenas em 2024. A previsão apresentada por Anderson assegura que, para 2025, esse número aumentará 108%.
Anderson também trouxe para a apresentação detalhes sobre casos de investigação em que já atuou, trazendo uma perspectiva prática sobre as ameaças cibernéticas. O especialista também apresentou uma série de sugestões essenciais para elevar a segurança online, tanto em computadores quanto em dispositivos móveis. Entre as recomendações, destacam-se a importância de separar redes Wi-Fi para os diferentes setores da empresa, a atualização constante de modems e roteadores, a verificação criteriosa de links suspeitos e a atenção redobrada para evitar o vazamento de senhas e dados.
“A internet não foi projetada para nos proteger, mas sim para a navegação. Acabamos confiando em sistemas que não são feitos para nossa proteção”, alertou o palestrante.
O agente da PF reforçou durante a apresentação que a principal ferramenta que um empresário pode adquirir é a consciência de sua própria vulnerabilidade. “É preferível que ele descubra essa desproteção agora do que após um ataque cibernético devastador”, salientou.
Todo o conhecimento compartilhado sobre cibersegurança no Sebraelab foi acompanhado atentamente pelo público, em especial por Fabrício Monteiro. Ele está iniciando uma trajetória como empreendedor e vê a imersão em temas de segurança digital como uma estratégia de suma importância. “Preciso mostrar e orientar meus clientes a se manterem seguros em um mundo de constantes transformações. Além disso, é preciso garantir a segurança da minha própria empresa desde o início, o que considero um pilar fundamental para gerar confiança ao público”, contou.
A presença de Fabrício no local do evento foi motivada por um convite feito pelo próprio palestrante e consistiu na primeira visita dele ao Parque Tecnológico de Brasília. A impressão do futuro empreendedor foi positiva e ele afirmou poder voltar ao Sebraelab mais vezes para participar de novas atividades e estabelecer oportunidades para o desenvolvimento de negócios e networking.
A empreendedora Bianca Araújo, gestora da LC Eletrônica, empresa que é acompanhada pelo Sebrae no Projeto Setorial TIC e pelo ALI Produtividade, dentre outras soluções, também avaliou a realização da atividade sobre segurança da informação muito esclarecedora e útil.
Bianca revelou que, ao longo da apresentação de Messi, conseguiu identificar falhas em processos que desenvolve em sua empresa e obteve vários insights para melhorar e se organizar para proteger os dados da empresa e dos clientes. “Anotei todas as dicas para começar a colocar em prática o quanto antes. Eu sempre tive o hábito de usar a conta do Google para fazer login em vários serviços, além de manter senhas iguais ou bem similares em algumas plataformas. Serviu para chamar a minha atenção e perceber que nem sempre a comodidade traz segurança”, explicou.
A atividade foi realizada no âmbito do Projeto Setorial TIC, uma iniciativa conduzida pelo Sebrae no Distrito Federal, em parceria com instituições como o Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (Sinfor/DF), a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Regional (Assespro/DF), a Tecsoft/DF, a Associação de Provedores do Distrito Federal (Aspro/DF), o Project Management Institute no Distrito Federal (PMI/DF), a Associação dos Desenvolvedores de Jogos do DF (Abring/DF), a BioTIC S/A, o Instituto Multiplicidades, a Orbis – Soluções Tecnológicas, a R5 Inteligência Digital, a Finatec, a Universidade Católica de Brasília e a Faculdade Senac, entre outras.
“A segurança digital é um dos pilares para a sustentabilidade dos negócios em geral. Ao promover essa capacitação, buscamos conscientizar os empreendedores sobre os riscos reais e oferecer ferramentas práticas para que possam proteger seus dados e os de seus clientes. Essa é uma das frentes do Projeto Setorial TIC/GAMES, que, além de fomentar inovação, também fortalece a resiliência das empresas diante dos desafios do mundo digital”, explicou a gestora do projeto Claudia Bonifácio.
Ainda segundo Cláudia, a iniciativa tem se consolidado como um eixo estratégico para o fortalecimento e desenvolvimento de empreendimentos nos setores de Tecnologia da Informação e Comunicação, bem como de provedores de internet e games, ampliando a competitividade e a sustentabilidade dos negócios locais.
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