Na noite da última quinta-feira, 30 de outubro, o Sebrae no Distrito Federal marcou presença na mais recente edição da Semana Acadêmica do Centro Universitário Planalto (Uniplan). A participação consiste em mais um capítulo da parceria consolidada entre as instituições, que há anos trabalham juntas para fomentar a cultura empreendedora junto a docentes e, principalmente, estudantes de diversos cursos de graduação.
O gerente da Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistema de Negócios (APEC), Jorge Adriano, representou a instituição na atividade e induziu os estudantes a refletirem sobre a importância de alterar a matriz econômica do Distrito Federal, um processo complexo e de longo prazo e que tem por objetivo de promover o crescimento sustentável e reduzir as desigualdades. A diversificação econômica evita a dependência de um único setor, tornando a região mais resiliente a crises.
Jorge iniciou a apresentação mencionando o papel do Sebrae na disseminação do pensamento empreendedor em instituições de ensino públicas e privadas. Em seguida, conduziu os estudantes do centro universitário para uma viagem até meados do século passado, revisitando momentos da campanha eleitoral de Juscelino Kubitschek e seu ambicioso plano de metas, determinante para impulsionar a construção de Brasília como um projeto de desenvolvimento para o país. “Se você quer um motivo para se orgulhar do Brasil é esse. Brasília é a melhor história que a gente tem para contar. É um ativo de muito valor que a gente tem”, afirmou o gerente do Sebrae no DF.

As observações de Jorge também incluíram a apresentação de dados recentes de pesquisas e do Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal, que comprovam a forte dependência da economia brasiliense da administração pública. A capital abriga a maior parte da estrutura administrativa do governo federal, o que gera uma grande concentração de servidores públicos. Esse cenário foi por muitos anos impulsionado pelos altos salários e pela estabilidade inerente aos cargos públicos.
Contudo, a realidade tem apresentado mudanças nos últimos anos, especialmente após a instituição da reforma trabalhista, que promoveu alterações significativas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), flexibilizando regras e criando modalidades de contratação, gerando impactos diversos no mercado de trabalho e nas relações trabalhistas no país.
A partir desse cenário, Jorge reforçou a necessidade premente de transformar a matriz econômica presente no Distrito Federal e apresentou o empreendedorismo como uma solução estratégica e fundamental para estabelecer uma nova capital federal, mais forte e com uma economia diversificada, menos dependente do setor público. Do jeito que estamos indo, não vamos conseguir sustentar Brasília com o modelo econômico que temos hoje. E o empreendedorismo é o caminho para criar oportunidades, gerar riqueza e diversificar nossa economia, tornando a cidade mais resiliente e próspera para todos”, pontuou
Jorge concluiu a apresentação explicando aos estudantes um estudo do Sebrae que identificou 30 oportunidades de negócios com potencial para transformar o ambiente de negócios, ajudando a reposicionar a economia do DF entre as principais do país. O levantamento gerou fichas técnicas detalhando exigências de mercado, viabilidade técnica e financeira, aspectos regulatórios e de inovação, além do alinhamento com práticas de sustentabilidade para cada oportunidade.
Ao fim da apresentação, Jorge explicou que a presença do Sebrae no DF no ambiente universitário é carregada de valor e propósito. “Por onde a gente passa, em todas as universidades e nas escolas de ensino fundamental e médio, a gente tenta levar cada vez mais esse despertar das pessoas para a realidade da nossa cidade, o valor da nossa cidade, e quantas oportunidades ela tem. A gente acredita muito que estamos plantando uma semente que vai nos dar uma safra muito diferente de novos empresários daqui a 5 ou 10 anos”, comentou.

Jorge também ressaltou a importância do empreendedorismo como alternativa para os jovens do Distrito Federal, que ainda enfrentam uma alta taxa de desocupação. “Em especial, no ensino superior, a gente ainda tem hoje no DF uma taxa de desocupação muito alta entre os jovens, então trazer para eles o empreendedorismo como uma alternativa para o futuro deles é trabalho que o Sebrae tem intensificado”, complementou.
A professora do centro universitário, Mirizete de Jesus dos Santos, também falou sobre o cenário de desocupação entre os jovens e destacou a colaboração entre a instituição de ensino e o Sebrae para fomentar o empreendedorismo no ambiente acadêmico. “Educação empreendedora é um assunto que tem ganhado cada vez mais espaço dentro da Uniplan. Sempre que precisamos, buscamos o apoio do Sebrae para apoiar alguma realização nossa e sempre somos atendidos. O resultado é que os nossos estudantes vêm demonstrando interesse em buscar novas oportunidades diante das incertezas impostas pelas mudanças frequentes no mercado de trabalho”, frisou a docente.
“A educação empreendedora é transformadora, um caminho onde as pessoas podem realmente se orgulhar de suas profissões, felizes por fazerem o que amam e prosperando financeiramente. Acredito firmemente que teremos muitos empreendedores, e eu, da minha parte, contribuo bastante para isso”, concluiu Mirizete.

