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Feira do Programa JEPP une literatura, ciência e empreendedorismo na Unidade 1 do Colégio Vitória Régia

Negócios criados pelos estudantes mostraram como o aprendizado ganha vida dentro e fora da sala de aula
Por Jamile Rodrigues | Clip Clap Comunicação
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Por volta das 11h da manhã, a fumaça do churrasco se misturava ao som das vozes infantis na quadra da Unidade 1 do Colégio Vitória Régia, localizada em Vicente Pires, na manhã do último sábado, 1º de novembro. Com um sorriso no rosto, os alunos do 5º ano cuidavam de cada detalhe do “Churrasquinho da Tia Bia” – nome escolhido por eles em homenagem à professora Beatriz Santos, que estreou neste ano no colégio e à frente do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP).

A proposta fez parte do módulo “Sabores e Cores Regionais”, que integra a metodologia do Sebrae para incentivar o aprendizado prático sobre empreendedorismo, trabalho em equipe e planejamento financeiro. Mais do que vender 300 espetinhos e refeições completas, os alunos tinham um objetivo claro: arrecadar recursos para celebrar a formatura do Ensino Fundamental I.

“Quando voltamos no segundo semestre, conversamos sobre o projeto e decidimos vender churrasco”, contou a professora Beatriz. “Criei um grupo com os pais e apresentei a ideia. Eles abraçaram de imediato e foram os principais patrocinadores de um grande trabalho coletivo. Os alunos participaram de tudo: desde o concurso para escolher a arte da camiseta até as ações de arrecadação, como a venda de hambúrgueres antes da feira. Foi um trabalho coletivo e muito gratificante”, explicou.

Os estudantes, divididos em turnos, se revezaram nas funções: caixa, atendimento e divulgação. Gabriel Vieira, de 11 anos, ficou responsável pelo caixa e pelo controle dos pedidos. “Foi muito legal ver tudo funcionando. A gente se organizou direitinho e cada um fez uma parte. Parecia uma empresa de verdade, e o mais legal é que tudo isso vai ajudar na nossa comemoração antes da formatura”, contou.

Já Marina Remígio, de 10 anos, atuou na recepção e na divulgação. “Eu chamei as pessoas para conhecer o churrasquinho e ajudei no caixa. Ver todo mundo comprando e elogiando foi muito legal. Parecia que a gente estava cuidando de um restaurante de verdade!”, disse animada.

Ainda segundo a professora Beatriz, os alunos só puderam vivenciar toda essa animação durante o sábado pois passaram o ano se preparando com a parte teórica. ‘‘A vivência com o livro do JEPP faz com que eles entendam o plano básico de um negócio antes de estarmos efetivamente aqui, na comercialização. Foram momentos importantes dedicados a compreender mais sobre o fluxo de caixa, faturamento e lucro. Agora, estão colocando em prática o que aprendemos’’, celebrou.

Para a diretora escolar, Priscila Madureira, o JEPP tem uma ligação direta com a história da própria escola. “O Vitória Régia nasceu de um sonho empreendedor. A fundadora, Régia, era professora da rede pública e planejou cada detalhe da instituição. De certa forma, o JEPP faz com que nossos alunos revivam esse espírito. Eles aprendem a sonhar, planejar e colocar ideias em prática, assim como a nossa escola fez”, afirmou.

Priscila destacou ainda que o empreendedorismo é trabalhado de forma estruturada e equilibrada. “Temos regras claras. Cada turma tem um dia específico de vendas, com produtos e valores definidos, sempre no horário do intervalo. Essa organização é essencial para que o aprendizado sobre negócios venha acompanhado de responsabilidade e respeito às normas”, completou.

Enquanto o cheirinho do churrasco dominava a quadra, outras turmas também mostravam seu talento. O 3º ano, orientado pela professora Milena Soares, apresentou o projeto “Pequenos Fabricantes”, com brinquedos ecológicos e aquários personalizados com peixinhos betta splendens. Ao todo, 44 alunos participaram da ação, divididos entre os turnos da manhã e da tarde.

“Foi minha primeira experiência com o JEPP e tem sido incrível ver o envolvimento das crianças. Eles entenderam o valor de reaproveitar materiais e ficaram encantados com o resultado dos aquários personalizados. Unimos criatividade, sustentabilidade e aprendizado”, explicou Milena.

A aluna Sophia Rodrigues, de 8 anos, participou de todo o processo e era só sorrisos enquanto apresentava os produtos aos visitantes do espaço. ‘‘Eu ajudei a fazer os brinquedos e também fiquei vendendo. Foi divertido! A gente aprendeu a vender nossos produtos, cuidar do dinheiro, dar o troco e agora é hora de saber dos lucros. Gostei muito de ver as pessoas comprando o que a gente fez com as nossas mãos”, contou.

Além da feira do JEPP, o colégio promoveu, no mesmo dia, a Feira Quatro Estações – com os livrinhos produzidos pelas turmas do maternal e educação infantil – e a Feira de Ciências, com os projetos das turmas do 6º ao 9º ano. A proposta foi integrar diferentes faixas etárias em um mesmo espaço de aprendizado, reforçando a importância de experiências práticas e multidisciplinares.

Nas barracas espalhadas pelos corredores, era possível encontrar aromatizantes naturais, temperos, açaí e outros produtos criativos. Cada turma trouxe um pouco do que aprendeu durante o ano letivo, transformando o colégio em um verdadeiro laboratório de ideias.

Sobre o JEPP

A feira empreendedora realizada pela unidade escolar é fruto de um trabalho coletivo envolvendo professores e demais colaboradores desde o início do ano letivo de 2025.

Para isso, o Sebrae no DF atuou de forma estratégica, capacitando os educadores para que se tornassem agentes multiplicadores, mediando conhecimentos e motivando os alunos a aplicar na prática o que aprenderam em sala de aula.

Como resultado, os estudantes puderam desenvolver habilidades empreendedoras, como a criação de marca, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda e técnicas de atendimento ao cliente.

Essa sinergia entre os profissionais da educação e toda a comunidade escolar, segundo a diretoria da escola, foi essencial para consolidar o evento como um significativo momento de aprendizado e integração dentro da instituição.

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