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CRAS de Ceilândia Norte recebe capacitação voltada para mulheres em situação vulnerabilidade

A atividade faz parte do projeto piloto Trilhas de Capacitação, implementado pelo Sebrae na região mais populosa do Distrito Federal
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
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O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Ceilândia Norte foi escolhido pelo Sebrae no Distrito Federal para dar continuidade, nos meses de março e abril, à implementação das Trilhas de Capacitação, um projeto pioneiro promovido pela instituição com o objetivo de fortalecer mulheres em situação de vulnerabilidade social, visando não apenas o empoderamento, mas também o protagonismo feminino.

As mulheres do CRAS Ceilândia Norte compõem uma segunda turma piloto do projeto e irão participar, no total, de sete encontros, cada um com duração de quatro horas. As atividades serão conduzidas por consultores credenciados ao Sebrae no DF, que compartilharão conteúdos, apresentarão técnicas e mostrarão como funciona a gestão de um pequeno negócio para preparar as participantes para o empreendedorismo. A primeira turma do projeto desenvolveu as mesmas atividades na unidade de Ceilândia Sul do centro de referência.

Kátia Cristina Magalhães, gestora de Empreendedorismo Feminino do Sebrae no DF, deu início à atividade explicando os objetivos do projeto e enfatizando que os conteúdos a serem partilhados não tratariam apenas de empreendedorismo, mas incentivariam, também, a promoção da independência, mostrando que, com o apoio certo, é possível que mulheres em situação de vulnerabilidade social conquistem independência e reescrevam suas histórias com sucesso e autonomia.

Hélia Castro, analista da Assessoria de Gestão Estratégica e Políticas Públicas (AGEP) do Sebrae no DF, esclareceu que a ideia das trilhas está alinhada à inclusão produtiva e também integra o projeto de empreendedorismo feminino da instituição. Ela destacou que as participantes do projeto são potenciais empreendedoras, uma vez que algumas já exercem alguma atividade remunerada, porém ainda sem formalização. “A nossa expectativa é que, ao final dos encontros, elas se sintam encorajadas a abrir o próprio negócio”, reiterou.

Rafaela Ferreira, também analista da AGEP, reforçou o perfil das mulheres beneficiadas pelas trilhas. “Esse é o público que queremos alcançar. Os conteúdos compartilhados em cada encontro irão apoiar cada uma delas e orientar para que os próximos passos sejam dados. Enquanto isso, continuaremos a fazer um acompanhamento das atividades, realizando avaliações para que o projeto possa evoluir”, explicou.

Foto: Dimmy Falcão/ Focus Produção de Imagem

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O CRAS é um espaço de acolhimento para mulheres com trajetórias singulares, marcadas por superação e resiliência. Com coragem, determinação e a orientação dos servidores do centro, essas mulheres não encontraram apenas suporte, mas também um ponto de virada em suas vidas, demonstrando que é possível correr atrás dos sonhos, construir novos caminhos e reescrever suas histórias de sucesso.

Rose Silva, gerente do centro de referência de Ceilândia Norte há aproximadamente dois anos, enalteceu a parceria firmada com o Sebrae no DF, aspirando a empoderar o máximo possível de mulheres na comunidade com a realização das trilhas. Ela assegura que o conjunto de atividades oferecidas pela unidade, somado aos auxílios do governo federal e distrital, sustenta muitas famílias na região, mas reconhece que incentivar o empreendedorismo é uma maneira de proporcionar dignidade e abrir novos caminhos.

Por dia, a média de atendimento no CRAS Ceilândia Norte é de 100 pessoas, de acordo com a gestão do espaço.

Fábio Washington, que atua como educador no CRAS de Ceilândia Norte há 11 anos, conhece bem a realidade das mulheres beneficiadas pelo espaço. As aulas de ginástica que ele conduz semanalmente no local foram determinantes para mobilizar as mulheres participantes do projeto. Muitas alunas revelaram que vendem produtos diversos e gostariam de acessar uma qualificação maior na área para explorar novas perspectivas de vida.

“Uma parcela das mulheres que acolhemos são aposentadas, algumas não têm renda fixa, outras estão desempregadas e muitas vendem produtos de terceiros. Vejo a realização desse projeto do Sebrae como uma oportunidade para elas poderem se qualificar, gerar renda para suas famílias e buscar por novos horizontes”, assegura ele.

Uma das beneficiadas pela mobilização foi Maria dos Reis Costa, de 68 anos, moradora do Chaparral, em Taguatinga. Tendo vivido em Ceilândia por muitos anos e deixado a cidade há quatro, ela ainda mantém fortes laços e amizades na região, o que a motiva a ir semanalmente ao CRAS para participar de atividades diversas. Aposentada, ela tem a intenção de voltar a trabalhar, planejando abrir um salão de beleza em parceria com uma de suas filhas, a fim de proporcionar uma jornada profissional mais rentável e tranquila para sua família.

“Já superei muitas dificuldades na minha vida e estou aqui para aprender e ajudar minha família. Minha filha já é sócia de um salão aqui na QNN 23, e percebo que ela fica cansada em determinados momentos. Acho que podemos abrir algo juntas e ter um trabalho digno e tranquilo. Já tinha ouvido falar que o Sebrae poderia me ajudar, mas nunca soube de detalhes. Fui incentivada a participar dessa capacitação e estou amando aprender e perceber que posso ter o meu negócio”, relata Maria dos Reis Costa, demonstrando o valor e a esperança que a iniciativa do Sebrae no DF traz para as participantes.