O Centro Olímpico de Samambaia foi o local escolhido para sediar, nos dias 20 e 21 de agosto, o primeiro de uma série de eventos previstos na etapa regional do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal. A iniciativa é organizada pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e, pelo segundo ano consecutivo, conta com apoio do Sebrae do DF para mobilizar a comunidade escolar para incentivar a produção e divulgação científica, tecnológica, empreendedora e cultural.
A edição deste ano do circuito tem o mesmo tema da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia: “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”. A escolha do mote visa destacar a riqueza dos seis distintos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal – e, além de abordar aspectos ambientais, a intenção é fazer com que os projetos científicos dos estudantes do DF explorem as características culturais, sociais e econômicas de cada bioma, incluindo os conhecimentos tradicionais das comunidades locais.
A coordenadora de Políticas Públicas e gestora do projeto Educação Empreendedora do Sebrae no DF, Ana Emília Andrade, comemorou o início de mais uma etapa regional do circuito e comentou que a atuação da instituição tem sido fundamental para levar uma educação que transforma às salas de aula, promovendo o desenvolvimento de habilidades empreendedoras nos estudantes e proporcionando uma abordagem inovadora ao processo educacional. “É um compromisso que temos junto à Secretaria de Educação do DF com a transformação dos estudantes em protagonistas de suas ideias e sonhos”, pontuou.
“O nosso apoio ao circuito é mais uma prova que estamos comprometidos a potencializar o potencial dos estudantes e educadores. Vamos fortalecer o ambiente educacional e fomentar o espírito empreendedor nas novas gerações”, acrescentou a gestora do Sebrae no DF.
Renato Goulart de Almeida, que faz parte da equipe de coordenação da Gerência de Programas e Projetos Transversais da Secretaria de Estado de Educação, destaca a missão do circuito de difundir e estimular a produção científica, tecnológica e cultural nas escolas públicas do DF, permitindo aos estudantes refletir sobre problemas da sociedade em diferentes níveis e buscar soluções. “O circuito é uma atividade pedagógica de grande potencial motivador, tanto para aprendizagem quanto para compreensão da prática científica no ambiente escolar. Além de fomentar o ensino de ciências, o circuito traz uma maneira estruturada de seguir os passos de uma metodologia científica. Os estudantes, na rede pública, por meio do circuito de ciências, têm a oportunidade de refletir sobre os problemas da sociedade contemporânea em diferentes níveis – local, regional e nacional”, comentou.
Renato ressalta, ainda, a importância do apoio oferecido pelo Sebrae, destacando que a instituição possibilita o desenvolvimento das competências empreendedoras dentro das unidades de ensino. “O Sebrae tem se mostrado um grande incentivador do desenvolvimento da criatividade e do uso de novas tecnologias para os estudantes, contribuindo ainda com a divulgação e com a premiação do circuito de ciências, e isso valoriza tanto os estudantes quanto os profissionais de educação”, complementou.
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O coordenador da Regional de Ensino de Samambaia, Celso Antônio Silva, destaca a importância do apoio oferecido pela instituição para a educação do Distrito Federal, sobretudo para o desenvolvimento dos estudantes de Samambaia. “O Sebrae é um dos maiores parceiros da Secretaria de Educação, trazendo sempre novidades e colaborando com os educadores para não apenas disseminar o conhecimento em empreendedorismo, mas também despertar o interesse dos nossos estudantes por outras áreas. Desde o ano passado, essa parceria tem fortalecido significativamente a educação no DF, contribuindo de forma expressiva para o desenvolvimento do circuito de ciências e para a educação em Samambaia”, afirmou.
A Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Samambaia tem em sua jurisdição um total de 43 escolas públicas que atendem desde a educação infantil até o ensino médio. Desse total, 28 escolas estão participando do circuito de ciências. Uma delas é a Escola Classe Guariroba, situada na zona rural da região administrativa. A instituição possui mais de 300 alunos durante dois turnos e busca sempre proporcionar a alunos do 1º ao 5º ano, um ambiente de aprendizado dinâmico e envolvente. Para isso, são colocados em prática projetos como o Semeando Saúde, iniciativa na qual os estudantes orgulhosamente apresentaram durante a realização do circuito.
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“Nós já tínhamos um projeto para os alunos colocarem a mão na massa e fazerem o plantio de culturas em uma horta. Junto a coordenação pensamos em criar uma outra atividade para associar a esse plantio e aumentar a participação dos alunos. Com o plantio de hortelã, babosa, alecrim e a gente começou a explorar o campo medicinal das plantas e ampliar a compreensão dos estudantes. Eles plantam, conhecem os benefícios e até sabem realizar o processo de desidratação quando for necessário”, conta Adriano Craveiro, um dos professores da unidade escolar.
Uma das crianças beneficiadas pela execução do projeto é a estudante Sheila Nascimento, de apenas 9 anos de idade. Ela, que mora com os pais em uma pequena propriedade rural de Samambaia, expressa satisfação em participar do projeto na escola e de poder apresentar o que apreendeu para um grupo maior de pessoas. “Eu moro no campo, em uma chácara e sempre gostei de estar envolvida com a natureza. O que eu planto na escola, eu mesma colho e aprendo sobre os benefícios. Conto isso para meus pais em casa e eles acham muito legal a forma como aprendo”, relatou a pequena estudante, que já cogita empreender em alguma área futuramente.
Outra instituição escolar que participou na etapa regional do circuito foi o Centro Educacional 619, reconhecido por educadores como um verdadeiro celeiro de talentos. Durante o evento, a escola apresentou projetos de grande relevância, incluindo a criação de cosméticos a partir de insumos oferecidos pela flora presente no Cerrado.
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A idealizadora do projeto, a professora de química Laiz Magalhães, relata que a inspiração surgiu durante os preparativos para a Feira de Ciências da escola, realizada na etapa local. Ao explorar o Cerrado, um bioma de significativa importância para o Distrito Federal, a professora e os estudantes propuseram a produção de cosméticos, desafio que resultou na divisão da turma em grupos, cada um responsável por diferentes aspectos do projeto, desde o momento da pesquisa, busca e orientação técnica sobre as plantas e manipulação, criação da marca até a formulação dos produtos. Essa abordagem prática permitiu que os alunos aplicassem conhecimentos científicos e desenvolvessem habilidades empreendedoras fundamentais.
“Os alunos reagiram de forma muito positiva ao sucesso do projeto na Feira de Ciências. Após a apresentação na escola, onde perceberam o impacto e a aceitação do público, o engajamento aumentou. Eles começaram a se sentir mais animados e motivados, criando até pequenos vídeos. Com a experiência da etapa regional, os alunos passaram a ver o projeto não apenas como uma atividade escolar, mas como uma oportunidade real de empreendedorismo, pensando em melhorias e estratégias de marketing para o futuro”, comentou.
Estudante envolvida no projeto, desempenhado por uma turma do 3º ano do Ensino Médio da instituição, Emilly Pereira rende elogios à iniciativa e afirma que considera a possibilidade de se tornar empreendedora. Ela foi motivada pela experiência positiva que teve durante o projeto. “O que todo o envolvimento da turma nessa experiência proporcionou foi muito bom. Aprendemos como extrair substância de plantas nativas do Cerrado e dividimos as demais tarefas como e fossemos uma empresa mesmo. Participar dessa construção foi algo que virou a chave e tenho a certeza de que depois dessa vivência, muitos de nós iremos pensar em ser empreendedores, em ser dono de um negócio próprio. Eu já estou pensando nesse sentido”, revelou.
Outras etapas
As fases do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal já têm seu cronograma definido, com etapas que valorizam a participação e a seleção de trabalhos científicos de destaque. A etapa local está sendo realizada, no período de abril a agosto, de forma presencial em unidades escolares, núcleos de ensino e escolas parceiras da educação básica na rede pública do DF.
Os trabalhos selecionados nessa fase avançam para a etapa regional, que acontece de agosto a outubro. Esta fase também será presencial e acontecerá nas 14 Coordenações Regionais de Ensino, selecionando os projetos que seguirão para a etapa distrital, prevista para ser realizada no mês de novembro.
O ponto alto do circuito, o evento de premiação, está previsto para dezembro, ocorrendo no mesmo espaço da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Novidades e premiação
Outra novidade deste ano é que o Circuito de Ciências conta com uma página na internet (www.circuitocienciasedf.com.br). No espaço estão concentradas todas as informações referentes à iniciativa, como o regulamento, cronograma da realização da etapa distrital nas CREs, inscrição de projetos, vídeos com dicas sobre como elaborar um projeto de pesquisa, fazer um diário de bordo, banner, entre outros.
O Sebrae no Distrito Federal, reconhecendo a proposta do Circuito de Ciências das escolas públicas do Distrito Federal em 2024, lançou um edital de chamada pública que premia os projetos e ideias mais inovadores e empreendedores dos jovens talentosos estudantes e seus professores orientadores. Além disso, o Sebrae reconhecerá o esforço e o compromisso das Coordenações Regionais de Ensino.
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