Encantada com o bordado desde criança e filha de bordadeira, Maria de Fátima transformou sua admiração em profissão que a levou longe: ela está entre os vencedores do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato. Ao todo, 1208 artesãs e artesãos, de todas as regiões do Brasil, inscreveram-se para a disputa. Além de reconhecimento nacional, Maria de Fátima ganha o direito de usar o selo Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato e vai participar da produção e lançamento de um catálogo nacional. O apoio e as instruções da equipe do Sebrae no DF contribuíram com a trajetória da artesã que profissionalizou a atuação após fazer um curso oferecido pelo serviço.
O Prêmio é uma iniciativa do Sebrae e do CRAB (Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro), com objetivo de identificar as melhores práticas no artesanato, de forma a transformar em referência as 100 unidades mais competitivas, que passam por um processo de melhoria contínua. O prêmio foi aberto para pequenas e microempresas, cooperativas, associações e microempreendedores individuais (MEI), que produzem e comercializam os produtos artesanais. Grupos de produção artesanal não formalizados também puderam participar com o CNPJ de um de seus integrantes.
Do Piauí ao DF
A piauiense Maria de Fátima veio pra Brasília há 40 anos, e hoje mora em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal. Segundo ela, a capital federal foi o lugar onde realizou seu sonho ao se profissionalizar como bordadeira. Hoje, ela está à frente de um coletivo responsável por uma loja de artesanato no Liberty Mall. Também é representante da Associação das Bordadeiras do Folclore Brasileiro. Bordar, para Maria de Fátima, é “uma terapia para a alma”.
Parte de seu sucesso se deve à longa história que tem com o Sebrae no DF – já são mais de 25 anos de parceria. “Eu me especializei no artesanato com curso do Sebrae”, diz Maria de Fatima, que começou a utilizar os serviços em 1995 e não parou mais. Já fez várias consultorias, como design, desenvolvimento de produtos, como vender mais, fluxo de caixa, loja online, assim como várias oficinas. “Eu aprendi a bordar aos 15 anos, mas me aperfeiçoar mesmo foi em 1995, em uma oficina do Sebrae”. Maria de Fatima diz que as áreas em que mais cresceu com ajuda do Sebrae foram desenvolvimento de produtos e comercialização.
Juliana Mota, gestora do segmento de artesanato no Sebrae no DF, explica que há muitas “Marias de Fátimas” no Brasil esperando por esse reconhecimento, e que o apoio do Sebrae tem sido um importante propulsor de mercados e carreiras. “O artesanato é a expressão cultural que identifica o povo em seu território. A partir das ações que o Sebrae no DF vem propondo ao setor de artesanato, como seminários, consultorias, missões, aumenta o acesso a grandes eventos que promovem comercialização dos produtos e a descoberta de novos mercados para o setor.”
Para Juliana, o coroamento desse trabalho é o Prêmio Brasília de Artesanato, que já está na 2ª edição. “O Prêmio nos trouxe uma visão ampliada do artesanato de Brasília e das várias “Marias de Fátimas” que estão com produtos prontos para o consumo de um público mais exigente”.
Surpresa
Maria De Fátima já havia participado do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato outras três vezes. “Estava torcendo, mas fiquei surpresa por ser a única representante do Distrito Federal”, conta. Quem conversa com Maria entende que o Prêmio é uma consequência de algo muito maior. “Bordado, para mim, é uma arte que envolve a mente, é uma terapia, uma magia. Você esquece o tempo! Além disso, é minha fonte de renda. Eu amo bordar!”.
Prêmio SEBRAE TOP 100 de Artesanato
O objetivo do Prêmio é identificar e premiar as unidades produtoras de artesanato mais competitivas do Brasil. Desde sua primeira edição, em 2006, procurou premiar as unidades de produção artesanal não somente pela qualidade dos seus produtos, mas também por suas práticas de gestão. Até então a maioria das iniciativas realizadas pelas instituições que trabalhavam com o artesanato concentravam seus esforços na pessoa do artesão ou de seu produto. Isso demonstrou não ser suficiente, pois ter bom produto não significa necessariamente uma oportunidade de negócio.
Assim, a partir de novas preocupações e exigências surge a proposta de criação de um prêmio trienal para as cem melhores unidades de produção artesanal brasileiras, que fosse ao mesmo tempo uma ferramenta de diagnóstico e prescrição de requisitos positivos que uma empresa artesanal deve possuir. A cada edição do prêmio dobrava-se o número de inscrições, consolidando-o como a mais importante e pioneira ação direcionada a identificar e promover as unidades produtoras de artesanato mais competitivas do Brasil, com ênfase na qualidade dos produtos e nas práticas de gestão.
De 17 a 19 de novembro, haverá a cerimônia de premiação no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro, com rodada de negócios e uma exposição de obras dos premiados.