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Uma feira no pátio do colégio, que comercializou produtos elaborados pelos próprios alunos a partir de materiais recicláveis. O que tinha para comprar? Porta-lápis, porta-retrato, pequenos vasinhos e até roupas e calçados em um brechó montado pelos estudantes. Assim foi a feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 412 de Samambaia realizada nesta terça-feira (13).
Cem alunos de quatro turmas do ensino integral (do 6º ao 9º ano) participaram do programa. O desejo de implantar o JEPP partiu da própria escola, que procurou os consultores da Educação Empreendedora do Sebrae no DF.
“A gente tinha o desejo de trabalhar a questão do empreendedorismo com os alunos. Então eu procurei a consultora Edna para ter acesso a mais informações e vi que casava perfeitamente com tudo o que queríamos desenvolver na escola. Passei o projeto para a direção, eles autorizaram a aplicar com os alunos da educação integral e funcionou”, contou a educadora do CEF, Márcia Maia.
Foi só uma questão de tempo para que professores e toda a direção do colégio comprovassem que a aplicação do programa havia dado certo. Segundo o diretor da instituição, Castorino Alves Cornélio, a parceria com o Sebrae no DF conseguiu gerar perspectivas de vida nos alunos.
“Perspectivas de ter um futuro, de empreender, de empreender na educação. Essa coisa da convivência, de entender que nada se faz sozinho, que precisam uns dos outros e até as produções que foram feitas, mostram a importância da coletividade. E todo esse conhecimento, eles tiveram a partir do JEPP”, destacou o diretor.
Copos descartáveis envoltos por cimento viraram vasos para plantas e garrafas de vidro se transformaram em artigos decorativos, que foram vendidos à comunidade escolar durante a feira.
A professora de Artes, Jonice Medeiros, foi uma das educadoras responsáveis pela aplicação do programa no CEF 412. Segundo ela, o JEPP conseguiu despertar a criatividade dos alunos e ensinou também uma forma de conquistar uma renda financeira futuramente.
“O trabalho incentivou a criatividade, principalmente na construção dos vasinhos com cimento. A técnica da pintura com o lápis, a canetinha preta, isso aí eles vão aplicar em qualquer parede. Foi um trabalho que com certeza eles vão levar para a vida.”
Bruna Camile da Conceição aprendeu que o empreendedorismo não é somente abrir a sua própria empresa. Mas também que trabalhar em equipe é essencial para alcançar o sucesso do seu negócio.
“Foi muito bom interagir com os colegas, porque tem alguns, na sala de aula, que quase não interagem, sabe? E nas atividades todo mundo se comunicava. Cada um ficava com alguma atividade. Alguns com os potes, outros com as luminárias, outros com o quadro. Gostei muito de participar desse programa”, afirmou a estudante do 8º ano.
Já Davi Moriá Alexandre Brito, de 12 anos, aluno do 7º ano, disse que gostou da experiência de vender aquilo que ele mesmo produziu. Como lição, aprendeu a valorizar o trabalho dos comerciantes da sua comunidade.
“Eu achei muito legal ver como as pessoas dão valor às coisas que a gente fez para vender. Vi o quanto é difícil a vida das pessoas que trabalham com isso, porque tem que estar bem feito para conseguir vender.”
A mãe do Davi, dona Rosilene Alexandre, conta que percebeu a mudança de comportamento do filho em casa a partir da participação no JEPP.
“Depois que começou no JEPP, ele dá mais valor ao trabalho das pessoas e ao que a gente também faz em casa. Por exemplo, agora para o Natal, a gente ‘tava’ sem árvore. Ele teve todo o interesse para poder fazer. Foi atrás de materiais recicláveis e fizemos a árvore.”
A professora de português, Priscila Siqueira Melo e a de matemática, Mônica Amorim de Castro, também realizaram a aplicação, desde reunir materiais até auxiliar os alunos na confecção das peças. Todo o dinheiro arrecadado nas vendas da feira será revertido para um projeto que os alunos participantes ainda irão decidir.
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JEPP
A metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) faz parte do Programa Nacional de Educação Empreendedora. A proposta do JEPP é treinar professores do ensino fundamental (1º ao 9º ano) para trabalharem o tema empreendedorismo de forma transversal em todas as disciplinas, de forma lúdica e divertida com os estudantes.
“Nós formamos os professores e eles aplicam essa metodologia em sala de aula, de forma transversal. Então o professor de matemática, de português, de geografia e outras disciplinas ensina sobre o mundo dos negócios junto ao seu conteúdo. Claro, recebendo todo o apoio necessário dos consultores do Sebrae”, explicou a coordenadora de Políticas Públicas e gestora do Projeto de Educação Empreendedora do Sebrae no DF, Ana Emília de Andrade.
Em 2022 o JEPP foi aplicado em 13 escolas públicas e particulares do Distrito Federal e contou com o envolvimento de estudantes, professores e pais.
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JEPP em 2023
O Sebrae no DF já abriu as inscrições para as instituições de ensino que queiram implantar o JEPP em 2023. Vale lembrar que a participação no programa é 100% gratuita e pode ser solicitada por escolas públicas e privadas do ensino fundamental (1º ao 9º ano). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800 570 0800.
