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Em XII Fórum, orientadores educacionais lançam revista com histórias exitosas e inspiradoras

A revista contém textos com relatos de projetos e experiências vivenciadas que transformaram o ambiente escolar e a vida dos estudantes
Por Thaís Souza | AIs. Comunicação
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Com o tema Cultura de Paz, orientadores educacionais do Distrito Federal participaram do XII Fórum de Orientação Educacional, no sábado (02), realizado no Teatro da Católica, Campus de Taguatinga. Desenvolvido pela Secretaria de Educação, em parceria com o SEBRAE no DF, a iniciativa celebra o Dia do Orientador Educacional, comemorado em 4 de dezembro. O evento foi marcado ainda pelo lançamento da primeira edição da Revista Cartas Pedagógicas da Orientação Educacional e Outros Escritos. O documento contém relatos, memórias e experiências de atividades e projetos executados pelos orientadores educacionais que transformaram o ambiente escolar e a vida dos alunos.

Em sua XII Edição, o Fórum de Orientação Educacional trabalha a valorização dos profissionais e é mais uma etapa das ações de fortalecimento das temáticas de Educação Empreendedora, assim como de formação continuada e estruturação de políticas públicas em prol dos estudantes. O Sebrae no DF contribui com as iniciativas que promovem e estimulam a cultura do empreendedorismo nas escolas e nos estudantes, visando o desenvolvimento do Distrito Federal inovador.

Neste contexto, o superintendente do Sebrae no DF, Antônio Valdir Oliveira Filho, reforçou que a educação é a principal ferramenta para transformar uma sociedade e que com o auxílio dos orientadores educacionais, será possível construir a Brasília tão sonhada por Juscelino Kubitschek. Segundo ele, o acesso aos jovens só é possível com o apoio dos profissionais que trabalham diretamente com eles. “Os orientadores são muito importantes porque são grandes catalisadores, estão em volta desta grande formação. Eles contribuem na preparação dos nossos jovens para as diversidades, para conseguirem enfrentar o mercado, visto que a vida não é só conteúdo, conhecimento. É preciso aprender a lidar com as adversidades”, disse.

Responsável pela Unidade de Gestão Articuladora da Educação Básica da Secretaria de Educação do DF, Iêdes Soares Braga, ressaltou a importância da temática do Fórum. “Provavelmente uma das questões mais desafiadoras que tivemos que enfrentar nesse retorno presencial, foram os casos de violência física e moral nas escolas. Ainda em 2022, o preconceito é muito latente nas escolas e combatê-lo passa muito pela atuação dos orientadores educacionais”. Iêdes Braga ainda pontuou que o trabalho dos orientadores educacionais é um enorme diferencial na mediação de conflitos e os relatos disponíveis na revista só reforçam que, por onde quer que passam, eles deixam suas marcas.

Ana Emília de Andrade, gestora do Projeto Educação Empreendedora do Sebrae no DF, evidenciou que o profissional que soluciona problemas, identifica oportunidades, transforma realidades e tem empatia com quem mais precisa, é um empreendedor. “Nós acreditamos no potencial do orientador educacional e hoje eles somam no Distrito Federal, 1.100 profissionais que representam 460 mil estudantes. Com uma mentalidade transformadora, eles desenvolvem o papel de levar a melhor mensagem para dentro da escola”.

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Histórias transformadoras

Há 22 anos na Escola Classe 6, do Guará, a orientadora Edilena Oliveira dos Santos relata sobre o projeto Caminhada Pela Paz, realizado pelos alunos, com a participação dos pais e de toda a comunidade. A Caminhada, que percorre as principais ruas e avenidas do setor, em Brasília, representa as iniciativas desenvolvidas no ambiente escolar que tem como base o pleno respeito à vida. “Antes de saírem às ruas é feito um trabalho no decorrer do ano, de sensibilização dos alunos com contação de histórias, textos reflexivos, danças, abraços simbólicos e palestras. Antes de pedir paz, eles buscam promovê-la”, destacou Edilena.

Com a volta das aulas presenciais surgiu também o Amigos do Recreio. Uma atividade onde os alunos auxiliam no período de intervalo para que este momento seja o mais prazeroso possível para todos. “Nosso papel é trabalhar a desconstrução, para que eles entendam o que é correto, mas principalmente o porquê de defender aquela atitude como um exemplo a ser seguido. Nossos resultados têm sido gratificantes”, conclui. A Escola Classe 6 do Guará conta com aproximadamente 450 alunos e a educadora se orgulha em dizer que conhece todos eles.

Não muito distante dali, no setor São Sebastião, na Escola São Bartolomeu, o projeto Semeando Paz já tem bons desfechos e eles não se limitam à escola. Criado em estrutura de símbolos, a cada mês é apresentado um novo elemento para os alunos. No início foi a Pombinha da Paz, que saudava o ano novo. Em seguida, o Coelho da gentileza, pois gentileza gera gentileza; o Coração, pois só se vê bem com os olhos do coração; o Beija-flor do respeito, pois respeito é bom e todo mundo gosta; a Borboleta, paciência, porque ter paciência é preciso; o Girassol, pois a vida é um presente; o Camaleão, aceitar o outro como ele é; e a Planta, esperança, visto que a esperança não morre jamais. Além das músicas: Corrente do Bem, do Luís Miguel; Mudei, da Kell Smith; A Paz do Roupa Nova; e De Toda Cor, do Renato Luciano.

Emocionada, a orientadora educacional da Escola São Bartolomeu, Anne Ferreira, compartilhou a história que está na revista, do aluno que ela chamou como G. “Ele pediu que eu fizesse uma borboleta da paciência. Na hora, não dei importância, não me passou pela cabeça que fosse problema em sua casa, sentei e montei. Passados alguns dias, ele volta e me pede outra borboleta. Logo questionei se ele havia perdido aquela. Tristonho, respondeu: Não. Aquela eu dei para minha mãe e contei do projeto, essa quero dar para o meu pai que anda nervoso, brigando em casa com a minha mãe”, detalha.

Anne Ferreira conta que no momento se viu sem reação. Sentou e fez mais uma borboleta para o jovem. Não bastasse, durante uma reunião de pais, o pai do estudante a procurou para agradecê-la. Relatou que o aluno gostava muito dela e as mudanças ocorridas em casa após esta iniciativa. A orientadora complementa: “Se fosse só por ele eu já estaria imensamente feliz, agora imagine com uma história dessas?”, questiona.

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Programação XII Fórum Orientadores Educacionais

A programação do evento foi recheada de emoção e inspiração. Além do lançamento da 1ª revista Cartas Pedagógicas da Orientação Educacional e Outros Escritos, tivemos também o lançamento do Prêmio Educador Transformador que visa prestigiar e reconhecer o valor dos profissionais da educação que empreendem na Educação Transformadora. Os participantes foram convidados a inscreveram os projetos e práticas inovadoras e empreendedoras desenvolvido junto aos estudantes no site educadortransformador.com.br. No site contém todas as informações necessárias, regulamentos, premiações e outras informações. As inscrições são gratuitas e vão até 28/02/2023.

Continuando com a programação, houveram várias apresentações artísticas e musicais de estudantes e apresentação de projetos dos orientadores educacionais.

A programação foi encerrada com a palestra Fôlego do poeta e escritor Allan Dias Castro, que leva a questionamentos sobre as escolhas e o comportamento empreendedor na vida. Para ele, o que fazemos da nossa vida é determinante para que nos sintamos vivos.

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