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Escola Classe 02 do Itapoã realiza a 1ª Feira do Programa JEPP com envolvimento da comunidade

Evento reuniu cerca de 600 alunos, professores e empreendedores locais em uma celebração do empreendedorismo, da cultura e da inclusão social
Por Jamile Rodrigues | Clip Clap Comunicação
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No último sábado, 23 de novembro, a Escola Classe 02 do Itapoã realizou a primeira edição da Feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), um evento que marcou a comunidade escolar com o tema “Empreender é voar”. Com a participação de cerca de 600 alunos e o envolvimento de professores, familiares e empreendedores locais, a feira consolidou trabalhos culturais realizados na escola durante todo o ano.

Além das atividades tradicionais do JEPP, a escola ampliou o alcance da feira com ações culturais e sociais, como a divulgação da Ciranda Literária com trabalhos realizados ao longo do ano letivo, e uma programação especial dedicada à Consciência Negra. O evento também inovou ao abrir espaço para a Feira Colaborativa, onde empreendedores locais puderam expor e vender seus produtos, conectando negócios aos trabalhos executados no âmbito do JEPP.

Durante a abertura da feira, a diretora da escola, Erivalda Maria da Silva, ressaltou o esforço conjunto para que o evento se tornasse realidade. “Com 30 professores divididos nos turnos matutino e vespertino, conseguimos abraçar o JEPP graças ao engajamento de toda a equipe e da comunidade’’, disse. Ainda segundo a docente, a parceria com o Sebrae foi fundamental para que a metodologia fosse estudada, compreendida e repassada aos alunos. ‘‘No início foi um desafio, mas nenhum dos nossos professores disse não. Todos eles entenderam a importância de repassar o conteúdo aos alunos e hoje estamos celebrando o que foi estudado por dois meses’’, acrescentou.

Foto: Focus Produção de Imagem

A empolgação dos alunos foi o grande destaque da feira. Thomás Alves, 8 anos, e João Gabriel Silva, 7 anos, do segundo ano, vivenciaram pela primeira vez o processo de aprendizado e prática do empreendedorismo. Eles trabalharam para que mudas de plantas nativas e flores pudessem ser comercializadas durante a manhã de sábado. “Eu gostei muito do que fizemos nos últimos meses. Aprendi que abrir um negócio envolve mais do que vender; é preciso investir e planejar”, ​​explicou Thomás. Já João Gabriel destacou a mensagem por trás das vendas: “Estamos ensinando às pessoas a preservar a natureza e levar mais beleza para suas casas com nossas mudas”.

Por conta da logística do calendário escolar, o colégio teve apenas dois meses para se preparar para a feira e, por este motivo, algumas turmas tiveram que adaptar seus projetos, como foi o caso das turmas de quinto ano. Segundo a professora Rita de Cássia da Silva, o quinto ano adaptou as entregas e, ao invés de ofertar alimentos para comercialização, optaram por levar o espírito natalino para a feira com o espaço Sabores do Natal, onde os alunos divulgaram receitas familiares. “Tivemos que realizar algumas mudanças para que o trabalho fosse executado, mas nada tirou o brilho do trabalho. Com a adaptação, os alunos trouxeram receitas que costumam produzir com os pais e, para termos na prática o que foi aprendido em sala de aula, eles prepararam enfeites de Natal para comercializar. Os alunos aprenderam sobre custo-benefício, lucro e valor da colaboração. Estou muito orgulhoso do que construímos juntos”, comentou.

A comunidade no centro

De acordo com Vilma Rocha, coordenadora pedagógica da escola, o JEPP transformou a prática pedagógica da escola e, por conta disso, a diretoria resolveu abrir as portas para que empreendedores locais pudessem expor seus trabalhos. “O empreendedorismo já fez parte do nosso currículo, mas o JEPP trouxe uma abordagem prática, conectando a teoria ao cotidiano dos alunos e mostrando a eles a importância de suas vivências na construção de negócios. Por conta disso, nada mais justo que convidar a comunidade para que ela também pudesse por seus negócios nesta grande exposição”, salientou Vilma. A docente explicou que foi aberto um formulário para a Feira Colaborativa e que dez empreendedores demonstraram o interesse na exposição.

Foto: Focus Produção de Imagem

Uma das expositoras da Feira Colaborativa foi Sara Gonçalves, proprietária da loja Laços MaCla, que produz acessórios de cabelo personalizados. “Sou moradora do Paranoá e, como minha irmã é professora aqui, ela me convidou para expor meu trabalho. Topei de cara, porque meu negócio é novo e precisa de visibilidade. Essa união entre educação e negócios é essencial para fortalecer a comunidade e agora pretendo terminar a formalização do meu negócio e espero poder contar também com o Sebrae”, comentou Sara.Para além do empreendedorismo, a escola também integrou o evento à sua agenda antirracista. “Escolhemos aproveitar a feira para dar ainda mais visibilidade ao trabalho contínuo que fazemos sobre Consciência Negra. Exibimos trabalhos dos alunos e dialogamos com os pais sobre a desconstrução de práticas racistas. É um tema que não se limita ao calendário, mas se faz presente o ano todo”, finalizou Ana Melo, coordenadora pedagógica da educação infantil e dos primeiros anos.

Sobre o JEPP

A realização da feira na unidade educacional é fruto de uma parceria firmada entre o Sebrae no Distrito Federal e a Secretaria de Estado de Educação do DF. O vínculo tem sido o vetor responsável pela implementação do programa em unidades educacionais da rede pública do DF. Com isso, o Sebrae atuou capacitando os professores para que se tornarem multiplicadores de conhecimento e incentivassem os estudantes a aplicar, na prática, os conceitos sobre empreendedorismo que aprenderam em sala.

As práticas abordadas incluem a elaboração de um pequeno negócio e as etapas necessárias para sua implementação, todas alinhadas à temática do livro do JEPP, que abrange, entre outros aspectos, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para comercialização e técnicas de atendimento ao cliente.