Agência Sebrae de Notícias

Estudantes da Escola Salesiana São Domingos Sávio, no Núcleo Bandeirante, vivenciaram um sábado memorável no dia 31 de maio. A instituição abriu suas portas à comunidade para celebrar a culminância do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). Com quatro anos de tradição na escola e apoio do Sebrae no Distrito Federal, a iniciativa impulsiona estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental a desenvolverem a criatividade e o espírito inovador, cultivando o vasto potencial da mentalidade empreendedora.

Para garantir a aplicação eficaz da metodologia, o Sebrae no Distrito Federal desempenhou um papel estratégico nos primeiros meses do ano. A instituição capacitou os professores da escola, transformando-os em agentes multiplicadores. Desse modo, os educadores puderam mediar o conhecimento e motivar os alunos a aplicar, de forma prática, o aprendizado em sala de aula. Todas as atividades estiveram alinhadas à temática do livro do JEPP e abordaram, entre outros aspectos, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda e técnicas de atendimento ao cliente.

A diretora da unidade escolar, Verônica Borba, destacou a importância do programa. “Entendemos que o JEPP é uma atividade fundamental para a escola. A parceria com o Sebrae é extremamente significativa e proporciona conteúdos que reverberam por toda a nossa comunidade. Nossos professores foram capacitados e, posteriormente, iniciaram as conversas e os trabalhos com os estudantes. Contamos sempre com o apoio constante da nossa consultora em sala de aula. Portanto, é um programa envolvente que mobiliza toda a comunidade e difunde ensinamentos não apenas para a construção de um pequeno negócio, algo já fascinante, mas para a vida”, comentou.

A edição deste ano da feira foi antecipada em relação ao habitual. O motivo foi o extenso calendário de eventos da instituição educacional previsto para o segundo semestre. “Compreendemos a relevância do JEPP e, por isso, optamos por antecipar a realização da feira para garantir a dedicação que o programa merece. Foi por essa razão que trouxemos a feira para o primeiro semestre”, acrescentou a diretora.

Atualmente, a Escola Salesiana São Domingos Sávio acolhe 464 estudantes, distribuídos entre a educação infantil, fundamental e médio. Uma parte significativa desses estudantes passou pelas turmas da professora Juscilea de Oliveira, cuja trajetória de três décadas se entrelaça com a história da instituição. Ela testemunhou o crescimento da escola, de uma modesta casa com menos de 150 alunos à estrutura atual. Ao longo desse tempo, acompanhou de perto a implementação do JEPP, enxergando no programa uma experiência de grande sucesso e extremamente positiva para os estudantes. “Nunca tinha visto nada igual. O JEPP chegou e logo vi que seria uma experiência de muito sucesso para os alunos. E está ajudando a transformar vidas até hoje”, contou.

Em meio à iminente despedida da carreira docente, já que tem previsão de se aposentar neste ano, Juscilea falou ainda do sentimento de orgulho do trabalho realizado ao longo das décadas, com especial destaque para as ações do JEPP. “Fico feliz em olhar para trás e perceber que pude colaborar para formar a consciência de muitos alunos em sala de aula. Com o JEPP essa minha missão foi ainda maior, ajudando a reforçar a questões como a ambiental, a importância do dinheiro e formar empreendedores. Penso que todas as escolas do DF deveriam, realmente, abraçar esse programa”, completou.

Uma das estudantes impactadas pela metodologia do JEPP na instituição foi Estela de Souza Palermo, do 3º Ano do Ensino Fundamental. Entusiasmada com a realização da feira, a estudante contava a quem se aproximava do estande de sua turma sobre os brinquedos que havia produzido juntamente com seus colegas, utilizando materiais recicláveis.

Estela também explicava que a renda obtida com a venda dos brinquedos seria destinada a ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade. Acima de tudo, destacou a diversão em todo o processo de criação do espaço e da pequena empresa. “Foi tudo muito legal de fazer. A professora nos ajudou, avisava o que íamos fazer e também comunicava nossos pais. Sempre tinha um recadinho na agenda e uma tarefa para ser cumprida”, recordou a estudante.

Com o desejo de ser professora no futuro – por gostar muito de crianças, de ensinar e de incentivar outras pessoas – Estela revelou estar amplamente conectada com o universo empreendedor. Ela chegou a gravar vídeos expressando a sensação de ter participado das ações do JEPP neste ano. “Fizeram uma pergunta: como é ser um jovem empreendedor? Respondi dizendo que ser um empreendedor é correr atrás dos seus sonhos sem medo de errar, apenas estar pronto para conquistar o que deseja”, afirmou.

Alexandre Palermo, pai de Estela, não escondia o orgulho pela atuação da filha nas atividades do programa. Ele contou que a estudante, a caçula de oito anos, é a que mais auxilia nos afazeres de cada e que mantém uma boa dedicação nos estudos. O pai detalhou, ainda, como foi a preparação da família para o JEPP. Já ciente de algumas atividades que ocorreriam neste ano, ele e sua esposa, juntamente com Estela e os demais filhos, guardaram materiais em casa e para a realização da atividade deste ano, usaram dinheiro para gastar com o que fosse realmente necessário.

Biólogo e servidor público, Alexandre comentou que não pôde viver a experiencia de ter a educação empreendedora no currículo durante seus estudos. No entanto, ele faz questão de apoiar totalmente os filhos caso decidam empreender no futuro, especialmente em Brasília, onde a cultura do serviço público predomina.

“Vejo a educação empreendedora como algo muito importante e bem-vindo. Moramos em Brasília, uma cidade idealizada para o serviço público, e, às vezes, em nossa sociedade no Distrito Federal, o empreendedorismo passa ao largo. Tem muita gente focada no serviço público, mas a renda e o desenvolvimento do país vêm da produção, do empreendedorismo. Penso que para meus filhos é essencial ter essa compreensão”, pontuou.

A experiência da feira também foi especial para outros dois membros da equipe pedagógica da Escola Salesiana São Domingos Sávio: os supervisores Ítalo Duarte e Kátia Helena Machado.

“Acompanhar toda a preparação gerou uma certa ansiedade. Não sabia da dimensão, do tamanho, da proporção que o JEPP tinha para a comunidade escolar”, confessou Ítalo.

No entanto, para o supervisor, o apoio do Sebrae foi uma forma de acalmar os ânimos e ter a certeza que a organização estava no caminho certo.” Foi me inteirando mais dos conteúdos ofertados pelo Sebrae e conversando com outros educadores no dia a dia que percebi que tudo estava caminhando bem”, completou.

Kátia reforçou o sentimento. “Assim como o Ítalo, fiquei um pouco ansiosa para ter esse primeiro contato com a feira do JEPP. Pensava que seria muito complicado para os alunos da educação infantil, porque eles são pequenininhos. Mas aos poucos tudo foi dando certo e ver a animação de cada estudante é um prêmio para nós educadores”, complementou.

Escotismo

A feira na Escola Salesiana São Domingos Sávio também contou com a presença e a colaboração do Grupo de Escoteiros JK – 2º DF. Fundado em 1989 e com sede no Núcleo Bandeirante, o grupo marcou presença com uma série de atividades que envolveu todos os seus ramos: Lobinhos, Escoteiros, Sêniores e Pioneiros.

O objetivo foi promover o escotismo no Distrito Federal, divulgando seus valores e incentivando estudantes da unidade educacional e os demais membros da comunidade escolar.