O Colégio Biângulo em Taguatinga – DF realizou nesse sábado (19/11) a Feira do Empreendedorismo. A ação faz parte do Programa do Sebrae “Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). Desta vez, o encontro reuniu estudantes do maternal ao Ensino Médio, que apresentaram seus projetos empreendedores e comercializaram seus produtos em suas lojinhas.
A coordenadora de Políticas Públicas do Sebrae no DF e gestora do projeto Educação Empreendedora, Ana Emília de Andrade, explica que a Feira incentiva a cultura do empreendedorismo, considerando a autonomia do aluno para aprender, além de favorecer o desenvolvimento de atributos e atitudes necessários para a gestão da própria vida. “A ideia é formar professores que estimulem a criatividade, trabalho em equipe e o pensamento crítico dos estudantes, incentivando-os a sonhar e a terem vontade de realizar os seus sonhos.”
O curso do Sebrae é amplo e pode ser iniciado desde o maternal. Por isso, a Feira também contemplou turmas com pequenos entre dois e oito anos de idade. A classe com crianças de até três anos, apresentou a lojinha “Brink Park”. Já o 5° ano, apresentou “Delícias Caseiras”.
De acordo com a diretora da escola, Vilda Goulart, o “Programa Jovens Empreendedores” passou por adaptações para atender as necessidades da educação infantil. “Esse ajuste nos fez notar o que faz sucesso entre as crianças: comida e brinquedos. Então, basicamente, as lojinhas são voltadas para esses temas. Com a prática, as crianças aprenderam a negociar, pechinchar, barganhar e já os percebemos como bons empresários.”
Já a coordenadora pedagógica, Carmen de Andrade, diz que o aprendizado envolve não apenas os alunos, mas também os pais. “O Sebrae promove o curso para nossas crianças, mas os pais também aprendem. Hoje, muitos deles se tornaram empreendedores em razão do método JEEP, associado a um conjunto de programas que desenvolvemos dentro da escola.”
Durante o curso, os estudantes passam por etapas de planejamento para concretizar um objetivo e começam a entender as características do comportamento empreendedor. O Programa Nacional de Educação Empreendedora tem grande engajamento em todo o país. Na metodologia JEEP, são abordados aspectos do mundo dos negócios, trabalho e projeto de vida, através de temas lúdicos como montagem de loja de ervas aromáticas, loja de temperos naturais, oficina de brinquedos ecológicos, locadora de produtos, espaço gastronômico, entre outros.
A professora do 1° ano e responsável pela loja “Dona Ju Kids”, Glauciane Guimarães, conta que algumas crianças se empenham muito mais. Elas querem negociar, anotam as vendas em um caderninho e sabem distinguir o que é desejo de necessidade e se alegra ao dizer que “esse é o Programa que faz o maior link entre alunos e escola. Todos se envolvem.”
Na metodologia, as crianças e adolescentes aprendem de forma lúdica e se dedicam a concluir o projeto, isso porque a linguagem utilizada no curso é acessível e conversa de acordo com cada idade.
Para a mãe das três alunas Maria Luiza (3° ano), Ana Laura (2° ano) e Ana Gabriela (5° ano), Clara Lucelia Sanches, considera muito importante a participação dos pais na Educação Empreendedora. “Há envolvimento com rifas, cofrinhos, palestras. Fui convidada para ensinar sobre meu ofício, que é artesanato e me senti feliz em poder apoiar. Esse é um Programa que gosto muito porque consigo ver o desenvolvimento das minhas filhas nesse processo.”
A aluna Alexia Carvalho, do 5° ano, conta que participou da lojinha “Sonho de Natal” e que tem aprendido bastante com o curso, já que agora tem três cofrinhos de moeda em casa. “Na minha loja vendemos doces, balinhas, latinhas enfeitadas, bonecos de neve e árvores de Natal. Minha professora ensinou que a gente não deve ter preguiça, me ensinou a vender e a economizar”, fala orgulhosa. Os pais, Mabia Siqueira e Edvaldo Araujo confirmam: “Alexia mudou com relação às suas prioridades e, esses conhecimentos, como investir e economizar vieram da escola. Agora, ela avalia se um produto é caro ou barato e faz render dinheiro de forma surpreendente”.
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5° ano ao Ensino Médio
Entre os estudantes com maior idade, entre 10 e 18 anos, o Programa atua de forma ainda mais específica, estimulando a criatividade e propondo maior engajamento, conforme explica a diretora Tatiane Gomes: “Os estudantes se mostram altamente capacitados, são articulados com as vendas e se dedicam ao curso. Muitos têm grande potencial para se tornarem bons empreendedores.”
A coordenadora pedagógica da unidade, Ana Luiza, esclarece que a metodologia JEPP é introduzida inicialmente na disciplina de Matemática. “Passar o troco e fazer uma estimativa de lucro. Essas são situações assimiladas por meio da disciplina. Posteriormente, outras matérias também vão se agregando, como na produção de logomarca ou o que deve ou não ser usado em um produto, ensinamento atribuído na área de ciências.”
De acordo com a professora de Matemática, Rita de Cássia, durante o programa os alunos aprendem na prática sobre perdas e ganhos, prazos e metas. “Eles elaboram gráficos e soluções criativas para os problemas e desafios que lançamos e ainda, aprendem a trabalhar suas emoções. “Para ela, é importante a educação financeira ser iniciada desde cedo. “Quando a criança conhece o valor do dinheiro, ela passa a analisar o que é uma compra necessária ou supérflua”, completa.
As estudantes Rafaela Gonçalves e Stephany Meire, do 5° ano, concordam. Rafaela conta que estava com a avó em um supermercado e que viu que os doces e salgadinhos que queria estavam caros. Então disse para a avó que o mais inteligente seria substituir por produtos mais baratos e essa foi a sua escolha. “Com o curso, e também com os ensinamentos dos meus pais, eu descobri que a gente pode ser e ter o que a gente quiser.”
As mães, que estavam na Feira acompanhando o trabalho de suas filhas, disseram estar satisfeitas com o resultado da metodologia JEPP. Patrícia Meire, mãe da Stephany, disse que a filha ficou mais consciente em relação ao uso do dinheiro. “Ela poupou dinheiro para comprar uma bicicleta que queria muito. Essa foi uma experiência real e significante e ficamos orgulhosos com a dedicação que ela teve e o curso a motivou ainda mais para o empreendedorismo.”
Já Fernanda da Silva, mãe da Rafaela, conta que agora ela tem um perfil de “negociadora, sabe barganhar. Não compra nada se não houver um benefício ou um desconto.”
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Saiba mais
A metodologia JEEP permite práticas dentro de sala de aula, de forma vivencial e semiaberta e proporciona à escola e aos professores a oportunidade e liberdade de fazer adequações do tema, de
forma a contextualizar a realidade local. Também aborda temas transversais ao longo da etapa de ensino, como cultura da cooperação e da inovação, ecossuntentabilidade, ética e cidadania.
Essa visão vai ao encontro dos quatro pilares da educação propostos pela Unesco, que são aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos; aprender a fazer para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas e aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.
As atividades, realizadas por meio de oficinas, costumam trabalhar o lado lúdico em ambientes de aprendizagem que sensibilizam os estudantes a assumirem riscos calculados, identificação de
oportunidades e inovação em situações desafiadoras.
Serviços
As escolas que querem ser parceiras e receber a formação dos professores na Metodologia – Jovens Empreendedores Primeiros Passos – JEPP podem fazer contato pelo 0 800 570 0800. O Sebrae oferece a formação gratuita, virtual ou presencial, dos professores, faz o acompanhamento da aplicação do JEPP aos estudantes, acompanha e apoia a realização das feiras de empreendedorismo nas escolas, momento em que culmina a aplicação, na prática, dos ensinamentos realizados dentro de sala de aula.
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