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Salão do Artesanato apresenta trabalhos de profissionais de todo o país em sua 20ª edição

Evento, apoiado pelo Sebrae, movimenta Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo, 9, e tem entrada gratuita
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
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Começou na última quarta-feira, 5 de novembro, a 20ª edição do Salão do Artesanato. O evento, sediado no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, reúne, até o próximo domingo, dia 9, mais de 300 expositores de diversas regiões do país. Com entrada gratuita, a programação é elaborada para valorizar a mão de obra artesanal, prática que acompanha a história da humanidade desde as primeiras civilizações. A estimativa é que cerca de 100 mil pessoas visitem o local durante os cinco dias

O Salão do Artesanato já está consolidado no calendário de eventos do DF e funciona como uma vitrine não apenas para os talentos locais, mas também para os representantes de outros estados. Ao participarem do evento, os profissionais podem expandir suas redes de contatos, interagindo com colegas artesãos, especialistas do setor e um público diversificado de várias regiões do país. Desse modo, além das vendas imediatas, é possível consolidar marcas e pavimentar um caminho para futuros negócios e parcerias.

Parceiro de longa data do evento, o Sebrae no Distrito Federal reafirma seu compromisso com o desenvolvimento da economia criativa local e a valorização do ‘feito à mão’ na capital federal. Por meio do Espaço Brasília Feita à Mão, a instituição apoia a participação de 12 artesãos e três manualistas locais. Todos os participantes se destacaram no 5º Prêmio Brasília de Artesanato e na 4ª edição do Prêmio Brasília Manualistas, iniciativas promovidas em parceria com órgãos do governo distrital e que foram concluídas no início do mês passado.

Durante visita ao evento, a diretora superintendente do Sebrae no DF, Rose Rainha, conferiu de perto o trabalho dos profissionais apoiados e ressaltou a riqueza cultural e a singularidade do trabalho manual que é desenvolvido localmente. “Nosso território já possui um estilo próprio de artesanato, que é moldado pela rica miscigenação cultural de pessoas vindas de todo o Brasil. Esse profissionais conquistaram destaque ao participarem das premiações voltadas a artesãos e manualistas e agora estão em uma grande vitrine, mostrando para todo o país a verdadeira essência do trabalho manual brasiliense”, afirmou.

Foto: Focus Produção de Imagem

A organizadora do Salão do Artesanato, Leda Alves, falou sobre o orgulho de promover a 20ª edição do evento e também salientou o crescimento e a identidade adquirida pelo artesanato produzido no Distrito Federal. “Após 20 edições, a gente vê que as peças dos profissionais artesãos de Brasília são diferentes. Eles conseguem imprimir uma identidade própria e isso é um grande orgulho para nós. Em cada peça, vemos a cultura e as raízes de uma região vibrante se manifestando”, acrescentou Leda.

Entre os talentos que exemplificam essa identidade, está Marlon Maia, um dos artesãos que se destacam no espaço montado pelo Sebrae. Este artesão tem sua trajetória profissional marcada por uma profunda conexão com a transformação da madeira. Ele iniciou sua jornada aos seis anos de idade com a confecção de pipas e seguiu evoluindo ao longo dos anos, muitas das vezes como um autodidata.

Foto: Focus Produção de Imagem

Para a participação no Salão do Artesanato, a segunda em sua trajetória, ele selecionou peças que vão de luminárias a objetos decorativos de diversos tamanhos, revelando uma versatilidade e criatividade que o credenciam como um dos talentos presentes no Distrito Federal. “A minha inspiração vem da natureza. Gosto também de incorporar os elementos da arquitetura brasiliense, como cobogós, as colunas dos palácios e até mesmo os painéis de Athos Bulcão. São meios de conferir identidade às minha peças”, comentou.

A presença de Marlon no Salão do Artesanato deste ano foi a primeira com o apoio do Sebrae no DF e, segundo ele, é fundamental para dar visibilidade a artistas independentes. “Sem o apoio do Sebrae, o meu trabalho dificilmente chegaria a um salão nacional. Esse suporte é o que me permite transformar a inspiração na natureza e na arquitetura de Brasília em arte e levar a essência da nossa cidade para o Brasil”, complementou o artesão.

Outro profissional presente no espaço do Sebrae é Carlos Bomtempo, que também busca se destacar no universo do artesanato com o reaproveitamento e a diversidade de criações utilizando madeira. Ele levou para o evento um leque variado de produtos, desde suportes para incenso e velas aromáticas, até bandejas, petisqueiras e peças de xilogravura com animais.

Foto: Focus Produção de Imagem

Carlos também reconhece a importância do apoio ofertado pelo Sebrae. “Para nós, artesãos, o Sebrae é um rebocador. É uma instituição que busca estar sempre à frente, nos conduzindo a grandes realizações. Sem esse apoio, seria impossível estar presente aqui no salão, nesta vitrine de porte nacional, mostrando como a arte pode transformar madeira descartada em peças cheias de vida e propósito”, pontuou.

Já entre os manualistas presentes estava Cibele Queiroz. Ela atuou por anos como professora do curso de Estatística da Universidade de Brasília (UnB) e há cinco, após aposentar, criou a Joy Moisacos e Bijoux. À frente do pequeno empreendimento, a profissional expressa seu talento fabricando biojoias e peças de mosaicos, usando toda a habilidade e precisão que apreendeu ainda na infância, junto ao pai e avô, ambos ferramentistas. Além disso, ela se dedica a aprender diversas técnicas, buscando sempre a inovação e a interação entre as artes, criando peças únicas com vidros artísticos, alguns brasileiros e outros importados da Itália.

Foto: Focus Produção de Imagem

Para ela, que já participou de outras edições do Salão do Artesanato, o apoio do Sebrae é fundamental, proporcionando segurança, organização e, sobretudo, visibilidade e oportunidades financeiras para os manualistas. “O Sebrae não só nos oferece um suporte impecável, mas nos dá a segurança necessária para transformar nossa arte em um negócio próspero, mostrando a todos a riqueza do fazer manual brasiliense”, comentou.

Ao lado de Cibele, o trabalho do manualista Daniel Godoy atrai a atenção do público. Ele detém uma trajetória que, embora curta, é um exemplo inspirador de como um hobby pode florescer em um negócio promissor. Inicialmente, o profissional utilizava suas habilidades para criar peças de bordado como presentes. Com o tempo, suas técnicas se aprimoraram, culminando na decisão de formalizar seu trabalho e dar origem à Elemental Plantas.

Fundado em meados deste ano, o empreendimento levou Daniel às primeiras colocações do Prêmio Brasília Manualistas. Para a premiação, ele criou uma kokedama – espécie de arranjo de planta aérea que emprega uma técnica japonesa para suspender espécies que necessitam de terra, sem o uso de jardineiras.

Foto: Focus Produção de Imagem

A participação no Salão do Artesanato, um evento de grande porte, foi um marco significativo para Daniel, especialmente acontecer em um momento tão recente de sua trajetória como manualista. “Chegar ao Salão do Artesanato com um negócio tão recente como o meu, é a prova de que o apoio do Sebrae é fundamental. Essa parceria não só valida meu potencial, mas me dá a confiança e a vitrine para transformar a Elemental em uma marca sólida e cada vez mais presente no cenário nacional”, avaliou Daniel.

O gestor do projeto de Artesanato do Sebrae no DF, Felipe Fernandes, reitera a importância do apoio institucional. “Cada oportunidade para o artesão e o manualista brasiliense exibir o seu talento carrega um valor inestimável’, ressaltou. ‘O Sebrae compreende bem essa necessidade e tem se dedicado intensamente a fomentar esses pequenos negócios, garantindo que nossos profissionais, com suas técnicas impecáveis e cada vez mais primorosas, tenham acesso a essas vitrines para vender e gerar novos negócios. É fundamental dar a eles essa chance de prosperar e mostrar a força da economia criativa que temos em nosso território”, concluiu.

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