Estimular a criatividade, o pensamento crítico, a resolução de problemas e despertar novas habilidades. Esses são alguns dos objetivos do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), uma iniciativa do Sebrae no DF em parceria com instituições de ensino. Pelo quinto ano consecutivo, a Escola Cresce Águas Claras promoveu a Feira do Empreendedorismo, que ocorreu no sábado (21/10), com a participação de estudantes, professores, familiares e comunidade.
Segundo o Sebrae no DF, a implantação do JEPP nesta escola apresentou resultados satisfatórios. Foi possível ver o empenho dos professores e da Direção, juntamente com as famílias, em fazer todo o projeto acontecer.
A diretora e proprietária da escola, Mayura Cordeiro, expressou sua satisfação em ver mais uma edição do evento. A educação empreendedora sempre esteve presente no projeto pedagógico da unidade. Durante o curso de Pedagogia na Universidade de Brasília (UNB), Mayura elaborou um projeto sobre o que seria a escola ideal para ela. Daí surgiu, há quase 30 anos, a primeira unidade da Escola Cresce voltada para educação inclusiva. Para estar à frente do projeto, Mayura participou de algumas capacitações pelo Sebrae no DF.
“Empreender não é apenas criar um negócio. As habilidades de um empreendedor são habilidades para a vida. Acreditamos muito na importância de trabalhar a educação empreendedora e a educação emocional na formação das crianças desde os primeiros anos de vida. Elas precisam aprender a empreender em todas as áreas de suas vidas, inclusive emocionalmente”, afirmou a diretora.
A feira contou com o envolvimento de 250 estudantes que expuseram e comercializaram produtos e serviços desenvolvidos por eles. Entre os projetos de empreender estão diversos tipos de artesanato, brinquedos recicláveis, sabonete, temperos naturais, quadros, porta-retratos com fotos impressas na hora, além de produtos alimentícios.
“O evento é a culminância de um projeto que desenvolvemos ao longo do ano. As aulas do projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos ocorrem uma vez por semana e estimulam o protagonismo dos estudantes em diversas faixas etárias, por meio de orientação e de formação dos profissionais de educação, que recebem orientações do Sebrae e repassam aos estudantes”, explicou Mayura.
A professora Glaucia Rabelo Santana, responsável pela loja de sabonetes artesanais, conta que os estudantes se empenham muito para concluir o projeto. “Eles vivenciam toda essa realidade do mercado de empreendedorismo, desde pensar no produto ou serviço que será oferecido até a busca de patrocínios, por exemplo, sendo os grandes protagonistas do dia”, detalhou a professora.
Para a bancária Clismara de Aragão, mãe do Fabrício (5° ano) e do Rodrigo Aragão (2º ano), é muito importante a participação dos pais neste processo de aprendizagem. Ela e outras mães participaram ativamente no dia do evento como caixas, atendentes e locutoras da empresa “Fazendelícia”, que atraiu muitos visitantes com a venda de bolos, pães de queijos, brownies, sucos, café e chocolate quente.
“Eu sou uma empreendedora nata. Desde pequena, minha mãe sempre me incentivou a empreender. Ela vendia semijoias e montava um kit com peças para eu vender durante o intervalo da escola. Agora, falando sobre a feira, considero que família e a escola têm que caminhar juntos, visto que são repassados valores que ensinamos para os nossos filhos em casa, como cooperação, união, solidariedade, entre outros”, comentou Clismara.
“Uma das melhores maneiras de ajudar os nossos filhos a alcançar o sucesso é criá-los com espírito empreendedor. O programa JEPP contribui para o desenvolvimento de habilidades como planejamento de atividades, engajamento, capacidade de negociar e articular. São experiências que, na minha geração, iríamos descobrir somente na universidade”, ressaltou o gestor de projetos Leonardo Jordão, pai do Mateus (2° ano) e do Eduardo Jordão (5° ano).
Mateus Jordão, estudante do 2° ano, estava empolgado com as vendas de temperos naturais. “É muito legal participar da feira, porque a gente aprende a economizar e como usar o dinheiro de forma correta”, disse o aluno. Com o dinheiro arrecadado durante a feira, Mateus e os demais estudantes vão investir em um passeio para uma casa de festas em Brasília.
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