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Ao longo da última sexta-feira, 12 de dezembro, a passarela do anexo do Palácio do Buriti se transformou em uma grande vitrine do empreendedorismo feminino no Distrito Federal. O espaço, que integra a sede administrativa do Governo do Distrito Federal (GDF), recebeu a feira interativa do Empreenda Mulher, reunindo 34 empreendedoras que participaram das capacitações promovidas pelo Sebrae no DF ao longo de 2025 nas regiões administrativas da Candangolândia, do Recanto das Emas e de Ceilândia.
A ação marcou um momento de consolidação dos projetos formativos desenvolvidos ao longo do ano. As mulheres já haviam concluído as trilhas de capacitação em seus territórios de origem e, agora, tiveram a oportunidade de expor produtos, fortalecer redes de contato e ampliar a visibilidade de seus negócios em um dos espaços mais simbólicos da administração pública do DF.
Produtos de gastronomia, artesanato, beleza, moda e serviços diversos ocuparam os estandes montados ao longo da passarela, atraindo servidores, visitantes e gestores públicos que circulavam pelo local. Mais do que uma feira, o encontro representou a materialização de trajetórias de superação, autonomia financeira e fortalecimento pessoal construídas ao longo do processo formativo.
Para a diretora-superintendente do Sebrae no Distrito Federal, Rose Rainha, a escolha do local reforça o compromisso institucional com a valorização do empreendedorismo feminino. “Trazer essas mulheres para dentro de um espaço como o Palácio do Buriti é simbólico. É dizer, na prática, que elas pertencem a esse lugar, que o empreendedorismo feminino é pauta de política pública e que essas histórias importam. Quando uma mulher empreende, ela transforma a própria vida e impacta toda a comunidade ao redor”, destacou.
Representando a Secretaria de Estado da Mulher, a subsecretária Renata D’Aguiar ressaltou que a feira vai além da geração de renda e se conecta diretamente à promoção da autonomia e ao enfrentamento das desigualdades.
“Cada produto exposto aqui carrega uma história de resistência e de reconstrução. A autonomia financeira é um dos caminhos mais importantes para que mulheres rompam ciclos de violência e vulnerabilidade. Por isso, essa parceria com o Sebrae é tão estratégica: ela cria oportunidades reais, acolhe e fortalece”, afirmou.
Entre as empreendedoras presentes estava Raquel Aparecida Pereira, de 32 anos, moradora do Riacho Fundo II, que concluiu o Empreenda Mulher em 2023 e voltou a participar da feira como exemplo do impacto do projeto. Mãe de cinco filhos, Raquel construiu sua trajetória vendendo balas no semáforo e vivendo em situação de rua. Hoje, mantém seu sustento com a produção e venda de bolos no pote.
“Eu venho de uma realidade muito difícil. Trabalhei na rua, passei por situações humilhantes, levava meus filhos comigo para vender. Quando fiz o curso, eu entendi que podia crescer, que tinha valor. Aprendi a precificar, a me organizar, a usar redes sociais. Hoje é isso que sustenta a minha casa. Estar aqui, expondo meus produtos, é uma vitória que eu jamais imaginei viver”, relatou, emocionada.
Ao longo do dia, a feira funcionou também como espaço de troca entre as próprias participantes, que compartilharam experiências, desafios e estratégias para fortalecer os negócios nos territórios onde atuam.
A analista da Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistemas de Negócios do Sebrae no DF e gestora do Empreenda Mulher, Rafaela Ferreira, acompanhou a atividade e reforçou que a feira simboliza um fechamento de ciclo – e, ao mesmo tempo, um novo começo.
“Esse momento é muito significativo porque mostra o quanto essas mulheres avançaram. Aqui não estamos falando apenas de vendas, mas de autoestima, de reconhecimento e de pertencimento. O Empreenda Mulher é sobre escuta, acolhimento e construção de caminhos possíveis. E posso adiantar que o projeto continua em 2026. Já no primeiro semestre teremos novas ações e novas turmas, então as mulheres interessadas podem ficar atentas, porque esse movimento segue crescendo”, concluiu.
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