O Sebrae no Distrito Federal, a Coalizão pelo Impacto e o Instituto Sabin escreveram, na tarde de sexta-feira, 22 de agosto, mais um capítulo na história do Impacta DF. Em sua terceira edição, o evento realizado no Sebraelab, no Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), seguiu com a proposta de contribuir significativamente para o amadurecimento do ecossistema de negócios de impacto social no Distrito Federal, ampliando conexões e gerando novas oportunidades, por meio de discussões sobre educação, inovação e estratégias de negócios.
Isabela Patrocínio, analista da Gerência de Negócios de Rede do Sebrae no DF e gestora do Sebraelab, abriu a programação destacando a relevância dos negócios de impacto no cenário atual e a expressiva participação do público. Ela pontuou que o Impacta DF é um evento construído pela própria comunidade, com o Sebrae atuando como facilitador. “Abrimos espaço para que os empreendedores de impacto definam o que desejam ver na nossa programação. Questionamos sobre os temas que querem aprofundar e como podemos ajudá-los nessa jornada”, explicou.
A partir desse enfoque colaborativo, Isabela anunciou novidades na programação. Uma delas foi a criação da “Feira Negócios que Transformam”, atendendo à demanda dos participantes por um espaço para apresentação de produtos e serviços. A iniciativa permitiu que empreendedores de impacto social e ambiental exibissem suas soluções, incentivando a colaboração e o consumo dentro do próprio ecossistema.
Em seguida, a gestora do Sebrae destacou o painel principal do evento, que aprofundou os debates sobre financiamento coletivo. Essa alternativa, ressaltou ela, surge como uma solução mais viável e menos burocrática para os empreendedores de impacto.

Isabela também ressaltou a importância de redefinir o acesso ao crédito para negócios de impacto. Ela destacou que instituições financeiras focadas em financiamento coletivo vão muito além da mera análise de planilhas financeiras. “Eles trabalham com o objetivo de, de fato, fazer aquela empresa dar certo, afirmou. Essas instituições compreendem que os empreendedores de impacto são movidos por uma causa e um propósito, e por isso desenvolvem abordagens que ressoam com essa essência. Afinal, o propósito de vida de uma pessoa não cabe em uma planilha; é algo muito maior do que isso”, observou a gestora do Sebrae no DF.
O painel contou com a participação da Mayane Burti, gestora de Programas da Trê – Investindo com Causa e de Bianca Castro, analista da Sitawi, organização social de interesse público (Oscip) atuante no desenvolvimento de soluções financeiras inovadoras para impacto socioambiental positivo. A ocasião foi mediada pela jornalista e empresária de impacto, Gabriela Speziali e funcionou como um momento que desvendou as estratégias que impulsionam o financiamento de negócios de impacto Brasil afora.

“O sucesso no financiamento de negócios de impacto social exige uma conexão profunda com a comunidade”, pontuou Mayane durante a apresentação. Ela enfatizou que essa abordagem, baseada na compreensão genuína das necessidades do empreendimento, difere radicalmente dos modelos convencionais e é a chave para iniciativas que visam gerar um retorno social e ambiental positivo.
Mayane aprofundou a discussão ao detalhar a dinâmica da Trê, que tanto desenvolve programas de forma autônoma quanto estabelece parcerias estratégicas com grandes corporações atentas aos critérios ESG e comentou sobre o aumento no interesse pelo fortalecimento para negócios com causa.

“Estamos vendo uma crescente busca por investimentos que promovam impacto na sociedade e no meio ambiente”, afirmou. Ela ainda fez uma reflexão sobre a crescente demanda por produtos sustentáveis, que reflete, em igual medida, o aumento do interesse por investimentos que proporcionem um retorno social concreto.
Já Bianca trouxe à tona o papel desempenhado pela Sitawi, que ajuda a fomentar negócios de impacto em territórios historicamente negligenciados, como as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com exemplos inspiradores de sucesso, Bianca celebrou o poder transformador do financiamento coletivo, que converte a árdua jornada do empreendedor em uma verdadeira celebração comunitária. “Nós não soltamos a mão do empreendedor. Investir em negócios de impacto, para a Sitawi, é uma via de mão dupla”, comentou.

Para a analista, a verdadeira recompensa reside na transformação social, algo infinitamente mais gratificante do que qualquer relatório financeiro. Ela reforçou, ainda, que a colaboração e o diálogo são pilares para o sucesso e a superação de desafios, pois a simbiose entre investidor e negócio transcende a busca por dividendos, focando na celebração do impacto real gerado.
A programação do Impacta DF foi encerrada com a divisão dos empreendedores participantes em grupos. Nesse momento, eles puderam discutir suas ideias e, posteriormente, apresentar pitches para ampliar a visibilidade de seus empreendimentos, detalhando suas atuações e soluções no ecossistema, bem como receber feedbacks para melhorar suas apresentações.
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