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Parceria entre pai e filha transforma madeireira de Taguatinga em referência de gestão no DF

Madeireira Tradição acumula uma história de mais de três décadas no Setor de Indústria da região administrativa
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
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Foi em meio à rotina do Setor de Indústria de Taguatinga, berço do desenvolvimento da região administrativa e também de Brasília, que Marianne Panassolo, 35 anos, começou a escrever sua trajetória como empreendedora de sucesso. Atualmente à frente da Madeireira Tradição, ela cresceu observando de perto os passos do pai, Antônio Barbosa de Aguiar, e foi desenvolvendo – sem nem imaginar – uma visão empreendedora que tem sido essencial para honrar o legado familiar e impulsionar o futuro do empreendimento que se aproxima de quatro décadas de história no Distrito Federal.

A semente para a criação da madeireira foi plantada em 1990. Naquela época, Antônio já acumulava uma bagagem de experiências que lapidaram sua veia comercial e seu comportamento profissional. De engraxate a vendedor de consórcios, passando por empacotador, office boy e até vendedor de churrasquinho, cada passo serviu de aprendizado. Toda essa vivência o inspirou a iniciar, em sociedade com um sobrinho, a Madeireira Aguiar. A parceria não prosperou. Contudo, a mentalidade empreendedora de Antônio não permitiu que ele desistisse.

Foto: Cláudio Reis

Para seguir sonhando com o próprio negócio, Antônio buscou o apoio da esposa, Lurdes Panassolo de Aguiar. Juntos, tomaram uma decisão ousada: venderam a casa onde moravam, na QNL, e investiram em um lote na QI 9 do Setor de Indústria. Nos fundos do terreno, a família morou por 15 anos. Na parte da frente, montaram as primeiras instalações da empresa. E foi precisamente nesse ambiente familiar e de trabalho que Marianne cresceu, acompanhando de perto as negociações do pai e testemunhando os primeiros passos da Madeireira Tradição. “Cresci vendo meu pai vender madeira. Nós também não tínhamos vizinhos. Sempre que o relógio marcava 18h, começava um breu, um silêncio até a manhã seguinte. Essa era a realidade com a qual convivíamos”, recorda.

Com o passar dos anos, Marianne traçou um caminho sinuoso, longe de ser linear. Antes de fincar raízes na gestão da madeireira, ela explorou outros horizontes profissionais. Cursou quatro semestres de Jornalismo. Optou, depois, pela Odontologia, área em que se formou e chegou a inaugurar a própria clínica em Ceilândia. No entanto, foi a constatação de uma falta de conexão genuína com o caminho escolhido que impulsionou Marianne a um movimento de honestidade consigo mesma. Após uma conversa com seus pais, ela finalmente, percebeu que a madeireira não era apenas seu lugar, mas um espaço propício para crescer e prosperar.

Aos poucos, Marianne foi assumindo responsabilidades, aprendendo com a experiência dos pais e também do irmão, Leonardo Aguiar, que por anos apoiou os pais na condução do empreendimento. Ele, porém, fundou sua própria empresa, atitude que abriu ainda mais caminho para o aprendizado de Marianne como empreendedora.

Foto: Cláudio Reis

“Fui percebendo com o dia a dia que eu não era apenas a ‘filha do dono’. E isso foi fundamental para me sentir como merecedora e assumir responsabilidades cada vez maiores na empresa. Hoje, eu me sento do lado do meu pai. Sou o braço direito dele. A pessoa que ele confia para manter a operação enquanto ele se dedica a outras atividades”, afirma Marianne.

A jovem empreendedora reconhece e observa diariamente a genialidade do pai, que, mesmo sem ensino superior, possui um controle mental de toda a empresa que vai além das planilhas. “Ele não costuma usar computador. Anota tudo no papel, mas tem consciência de todos os processos da madeireira. Até mesmo para as contas ele usa calculadora para fazer”, relata.

Marianne, no entanto, equilibra a experiência prática aprendida com o pai com ferramentas de gestão, encontrando nos materiais do Sebrae um apoio fundamental para a organização interna da empresa, a gestão de pessoas e o planejamento anual. “Foram conteúdos que serviram como uma espécie de bússola. Acessar esses materiais foi fundamental para ajudar na sua transição de um papel de filha no negócio para uma posição de liderança efetiva”, acrescenta.

Além de sua missão como empreendedora, Marianne também enfrenta o desafio de equilibrar os papéis de esposa e mãe. Com uma filha de apenas 1 ano, ela valoriza a flexibilidade de horários que a vida empreendedora lhe proporciona, permitindo estar mais presente na criação da menina. “Tenho pensado o quão bom é empreender nessas horas. Consigo estabelecer os meus horários e estar perto da minha filha quando preciso”, assegura. Ela também afirma que o apoio do marido, outro empreendedor, também é fundamental nessa conciliação.

Os planos para o futuro da Madeireira Tradição, segundo Marianne, estão ancorados em uma filosofia de gestão pautada na cautela e na solidez do momento presente. Sem grandes projeções de expansão a curto ou médio prazo, a empresa se concentra em manter o ritmo e confia que o futuro se desenhará naturalmente.

Atualmente, a Madeireira Tradição opera a partir de dois lotes na QI 7 do Setor de Indústria de Taguatinga, contando com cerca de 20 funcionários diretos. A empresa consolidou sua posição no mercado do Distrito Federal, estabelecendo parcerias com grandes nomes da construção.

Um pilar importante para a atuação da empresa é o compromisso com a legalidade é evidente no trabalho com madeiras certificadas por órgãos competentes. Há, também, opções de reflorestamento, como pinus e eucalipto.

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