Agência Sebrae de Notícias

O Centro Educacional Brasil Central, localizado em Taguatinga, reafirmou o compromisso com a educação como vetor de transformação ao realizar, no último sábado, 20 de setembro, uma nova edição da feira de empreendedorismo integrando a metodologia do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). A ocasião mobilizou toda a comunidade escolar, entre eles, 180 estudantes, e contou com o apoio do Sebrae no Distrito Federal.

A instituição de ensino realizou a feira pela primeira vez em novembro do ano passado. A ideia para a implementação do programa surgiu da então diretora do centro educacional, que já conhecia o impacto do programa e buscou o apoio do Sebrae. Assim como em outras unidades de educação, o Sebrae capacitou os professores na metodologia do programa para que eles pudessem atuar como multiplicadores, transmitindo, em salas de aula, o conhecimento adquirido. Dessa forma, os estudantes puderam desenvolver habilidades empreendedoras essenciais, como a elaboração de planos de negócios, a realização de pesquisas de mercado, a gestão financeira e o atendimento ao cliente.

O engajamento dos educadores e estudantes teve início no primeiro semestre deste ano. Em conjunto, eles se prepararam o evento de sábado, que celebrou a culminância do programa.

Assim como na edição anterior, o ginásio de esportes da escola foi o palco da feira. Os estudantes, organizados em estandes, apresentaram à comunidade escolar uma ampla variedade de produtos, como bolsas recicláveis feitas a partir de caixas de leite, ervas aromáticas e doces. As atividades incluíram, ainda, a elaboração de revistas abordando temas diversos, como moda e games.

Hellen Vieira, coordenadora da unidade de educação, ressaltou a importância de envolver os jovens com o tema do empreendedorismo, especialmente em um contexto econômico desafiador como o do Brasil. “A educação deve preparar os alunos para o mundo real, e o programa JEPP é uma forma de mostrar que uma simples ideia pode se transformar em um negócio rentável”, observou.

“O JEPP tem como objetivo principal despertar o protagonismo dos estudantes. Durante os últimos meses eles estiveram imersos no processo de criação de uma empresa e desenvolveram habilidades como liderança, trabalho em equipe e resolução de conflitos, sempre baseados na identificação de necessidades e na busca por soluções inovadoras. O Centro Educacional Brasil Central assumiu o papel de ser uma instituição facilitadora, com os professores atuando como mediadores, enquanto os estudantes têm a oportunidade de liderar e concretizar seus próprios sonhos”, acrescentou a coordenadora da Assessoria de Políticas Públicas e Gestão Estratégica do Sebrae no DF, Ana Emília Andrade, em visita à feira.

Durante a visita à estrutura montada na escola, a representante do Sebrae pôde conhecer de perto o trabalho desenvolvido por estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental. Sob a orientação da professora Ana Paula dos Reis Xavier, os pequenos empreendedores comercializaram sachês aromáticos.

“Os alunos participaram de tudo o que foi pedido, e os pais abraçaram o projeto de forma incrível. O resultado está sendo incrível. As vendas dos sachês perfumados estão superando as expectativas. Estamos tendo um sucesso de vendas”, contou a educadora.

Ana Paula pontuou, ainda, a importância de o desenvolvimento permitir a introdução de conceitos essenciais aos pequenos estudantes, sobretudo o empreendedorismo. “É importante que as crianças aprendam desde cedo que o mundo não se resume a ser jogador de futebol ou artista. Existem muitas outras possibilidades. Muitos dos pais já são empreendedores, e isso ajuda as crianças a verem que podem abrir seus próprios negócios no futuro” acrescentou Ana Paula.

Um dos estudantes a comemorar a comercialização dos sachês foi Lucca Rodrigues Oliveira, de 6 anos. Com um discurso afiado, ele interagia com o público presente à feira e anunciava a quem se aproximava que restavam apenas poucos sachês para serem vendidos.

O pequeno estudante, que tem como sonho ser jogador de futebol, contou ainda que aprendeu muito ao longo do desenvolvimento do JEPP e que por conta da atividade, pode pensar em seguir uma outra carreira. “Tudo o que fizemos foi muito legal. Eu me diverti e aprendi com os meus colegas fazendo esses sachês e posso pensar em abrir uma lojinha”, disse ele.

A paixão de Lucca por novos aprendizados ficou ainda mais evidente nas palavras de sua mãe, Laura Mendes. “Ele ama aprender sobre algo novo. Adora pôr a mão na massa, gosta de perguntar. Tudo o que estamos fazendo em casa ele está por perto olhando, querendo entender melhor”, relatou ela.

O envolvimento de Lucca na preparação para a realização da feira não foi diferente. A mãe do estudante conta que, assim que o filho recebeu da professora Ana Paula as orientações para colaborar com a execução do projeto, ele iniciou, em casa, o cultivo das ervas que dariam cheiro aos sachês em pequenos potes. As recomendações eram seguidas à risca. A hora de regar as mudas, por exemplo, era tratada com ares de ritual sagrado pelo pequeno estudante.

No entanto, em meio ao processo um incidente caseiro testou a resiliência do jovem estudante. Ao perceber o crescimento das espécies, um dos cachorros da família comeu algumas das plantinhas de Lucca. Apesar da chateação inicial, que o fez chorar, o pequeno empreendedor não se abateu. “Ele chorou muito, muito assim, mas foi lá e juntou tudinho, arrumou os potinhos de novo, plantou, regou e ficou acompanhando a plantinha dele todos os dias”, contou Laura.

A iniciativa escolar, que visa apresentar o universo do empreendedorismo às crianças, é vista com grande valor pela família. “Embora o sonho dele hoje seja ser jogador de futebol, a gente tem mostrado outras possibilidades. Se ele quiser ser um empreendedor, incentivo não irá faltar”, completou Laura.

O sucesso de realização da feira esteve diretamente atribuído à participação ativa e integrada de toda a equipe escolar. Não apenas os professores, mas também gestores e demais funcionários uniram esforços, compartilhando experiências e conhecimentos para envolver a comunidade escolar. Essa sinergia entre os diversos profissionais da educação foi essencial, consolidando o evento como um significativo momento de aprendizado e integração dentro da instituição.

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