Agência Sebrae de Notícias

Todo empreendedor nato é uma verdadeira usina de ideias; enxerga oportunidades nos mínimos detalhes. Entretanto, muitas vezes, deixar de se atentar a um item de extrema importância que faz o negócio não prosperar: o planejamento. Foi com a ajuda do Sebrae no Distrito Federal que Esther Baldez dos Santos Marques, de 46 anos, conseguiu driblar essa dificuldade e começar praticamente do zero a Enxaimel, na Ceilândia, um negócio rural que só cresce.

Formada gestora de recursos humanos pela Universidade Católica de Brasília (UCB), Esther é na verdade especialista em uma série de outras áreas do setor rural. “Na base da experiência, testes, pesquisa, planejamento, sem diploma mesmo”, diz.

Na verdade, Esther acha que nasceu empreendedora. “Em tudo o que fiz até aqui, lidei com o público, e aproveitei essas oportunidades para exercer essa veia”, afirma. “Por oito anos vendi sapatos que comprava de um polo calçadista de São Paulo. Já vendi muita coisa, até começar a produzir e chegar até aqui”, diz.

A Enxaimel surgiu na pandemia, quando ela e o marido, Robson Marques, resolveram investir no agro. Procuraram uma área rural e, com pouca capacidade de investimento, conquistaram um local que estava praticamente abandonado. “Tinha só mato e uma casa de tapera caindo aos pedaços”, lembra.

Com a ajuda de amigos, o casal foi limpando o sítio e descobriu um lago desativado, que, após estudos, colocaram novamente em funcionamento. Foi quando Esther conheceu o Sebrae no DF, mais especificamente o Inova, onde teve contato com duas produtoras rurais. Ali veio o insight de que a área que havia acabado de comprar poderia gerar lucro. Comprou alevinos e em algum tempo teve sua primeira leva de tilápias.

Foi o ponto de inflexão para trocar de uma vez a cidade pelo campo. Depois de novas palestras, atividades e consultoria do Sebrae, ela reformou o sítio, decidiu diversificar, e começou a produzir mel a partir de abelhas sem ferrão. “Meu modelo de negócios é do produtor direto para o consumidor, e tem funcionado muito bem assim. Antes as pessoas vinham até aqui e diziam que o mel era muito bom, e que eu deveria vender. Essa foi a minha tática para colocar tanto os peixes quanto o mel no mercado”, revela.

O sítio foi crescendo, ganhou um vasto pomar, animais, as caixas de colmeias foram aumentando – o objetivo é dobrar o número no ano que vem. Atualmente, a Enxaimel produz 3 toneladas de tilápias e 300 kg de mel por ano.

E a fase é mesmo de expansão. Esther está pesquisando a baunilha do Cerrado, e espera ter, em 2026, uma estufa de 80 metros. “Estou pesquisando a melhor maneira de produzir, as melhores técnicas, marketing, tudo”, diz. E, em parceria com uma amiga, desenvolve também uma linha de chás caseiros, aproveitando-se sobretudo de flores e frutas do cerrado.

Paralelamente, ela é conhecida na região pelas pitayas que produz no sítio. Mas, aqui, novamente a pesquisa entra em campo. “Temos bastante experiência no cultivo, e agora estamos experimentando as melhores formas de servir”, afirma. A fruta, uma espécie de cacto de sabor exótico, é rica em nutrientes, promove saciedade, ajuda o intestino, a saúde cardiovascular, o controle da glicemia e ainda tem ação antioxidante e baixas calorias. “O problema é a sazonalidade. Só é possível colher uma vez ao ano, mas agora em 2025, eu consegui colher até maio, uma excelente produtividade”, conta Esther.

Recentemente, Esther foi selecionada pelo Sesc para representar o DF Festival Pautas Sociais, que será realizado no Polo Sociocultural Sesc Paraty, no Rio de Janeiro. O tema será Cuidar de quem cuida, em Comunidades Tradicionais. “Estou estudando muito, para representar muito bem o cerrado”, diz e continua “pretendo crescer, é claro, mas sempre com os pés no chão. Quero aumentar meu negócio para levar comigo muitas mulheres empreendedoras rurais. Sonho com planejamento cria raízes’’, conclui.

Serviço – Enxaimel 

Endereço: Núcleo Rural Boa Esperança DF 190 – KM 1. Sítio Enxaimel | Ceilândia.

WhatsApp: 61 9 8169-3061

Instagram: @enxaimel