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Sebrae capacita mulheres em oficina de costura criativa realizada em Ceilândia

A iniciativa, que integra o rol de atividades do projeto, preparou as participantes para expor seus trabalhos na Loja Colaborativa Cerrado Feminino e em outros locais
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
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Um grupo de 12 mulheres – algumas artesãs, outras manualistas e interessadas em produtos feitos à mão – participou durante a primeira quinzena de novembro de uma oficina sobre costura criativa promovida pelo Sebrae no Distrito Federal. A iniciativa, parte do projeto Cerrado Feminino, utilizou a estrutura da Unidade Móvel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai/DF), estacionada nos arredores da Administração Regional de Ceilândia, para oferecer aprimoramento técnico às participantes, que moram em diversas regiões administrativas do DF.

O projeto Cerrado Feminino envolve mulheres em capacitações para que elas consigam aprimorar habilidades técnicas e gerenciais. A oficina em Ceilândia, de modo especial, focou nas aptidões técnicas, buscando refinar o que as mulheres já produzem. O objetivo é prepará-las para comercializar produtos na Loja Colaborativa Cerrado Feminino e em outros locais.

“Esses encontros visam a formação técnica, a mão na massa. Nossa intenção é que cada uma das participantes possa aprimorar o que sabem fazer, como o acabamento das peças. Elevando o nível de produção de cada uma dessas artesãs e manualistas, permitiremos que elas alcancem o padrão necessário para expor na loja e mostrarem seus produtos para quem visitar o espaço”, explicou Tiago Gammaro, analista da Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistemas de Negócios do Sebrae no DF e gestor do projeto Cerrado Feminino.

Foto: Focus Produção de Imagem

A loja, dedicada à promoção do empreendedorismo feminino e da economia criativa do Distrito Federal, está localizada na Feira da Torre de TV, um dos pontos turísticos mais tradicionais da capital federal e é fruto de uma parceria firmada pelo Sebrae no DF com a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal e o Instituto BRB. Aberta em junho, a loja funciona aos sábados e domingos, nos boxes 95 e 96 do Bloco C, oferecendo uma vitrine para produtos artesanais de alta qualidade.

A iniciativa visa proporcionar visibilidade, oportunidades e geração de renda para mulheres artesãs e manualistas. Na etapa inicial, 80 mulheres foram selecionadas por meio de chamamento público, e 20 delas atuam na loja neste ciclo. A cada trimestre, um novo grupo assume os boxes, apresentando ao público produtos que refletem a cultura do bioma Cerrado e a identidade brasiliense, como bordados, cerâmicas, peças em macramê, roupas, bolsas e itens de decoração, tudo cuidadosamente selecionado por uma consultora credenciada ao Sebrae no DF, garantindo a qualidade e a representatividade cultural.

Além dos critérios estéticos e de qualidade dos produtos, o projeto inclui capacitações em gestão, ofertadas pelo Sebrae. O objetivo dessas formações vai além da preparação para a loja colaborativa, visando capacitar as mulheres para o mercado de forma abrangente. A intenção é que elas estejam aptas a ocupar outros ambientes, como feiras, e a estruturar seus próprios negócios de maneira profissional e sustentável.

Também analista da Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistemas de Negócios do Sebrae no DF, Mônica Fortunato avaliou a realização da oficina de forma positiva. Ela demonstrou confiança de que os trabalhos das participantes irão melhorar, alcançando as condições necessárias para serem expostos na loja colaborativa.

Mônica observou que a oficina também promoveu um espaço para troca de experiências e histórias entre as artesãs, momento essencial para fomentar a empatia e o aprendizado coletivo. “Elas compartilham ideias e conhecimentos, e isso é muito importante porque o conhecimento não ocupa espaço. Esse processo avaliativo vai além do produto, é sobre aprender juntas”, pontuou ela.

Cláudia Soares, instrutora responsável pela oficina de costura criativa na unidade móvel do Senai/DF, também falou da satisfação em conduzir a capacitação. Durante as 24 horas de aula, distribuídas em seis encontros, ela não apenas ensinou técnicas de costura criativa, orientando a confecção de jogo americano e enfeites natalinos em tecido, mas também promoveu um ambiente de troca de experiências com a participantes. Com 17 anos de experiência à frente de seu ateliê, ela também revelou detalhes de sua jornada empreendedora, que foi apoiada pelo Sebrae no DF.

Foto: Focus Produção de Imagem

“Acredito que a vida evolui melhor quando há uma constante troca de experiências. Todos os dias despertamos com uma página em branco, pronta para ser preenchida e dar continuidade à nossa história. Foi essa prática que exerci com as mulheres desse grupo e deu muito certo”, comentou a instrutora.

Entre as participantes da oficina estava Edna Fernandes Vieira, moradora de Ceilândia Norte. Ela se define como um “caloura na arte da costura”, já que iniciou sua trajetória na área ao participar de cursos oferecidos recentemente pela Fundação Bradesco. Foi na sede da organização, próximo à Feira do Produtor da região administrativa que ela aprendeu técnicas de tricô, crochê, macramê, bordado livre e assim começou a fazer pequenas produções que a motivam diariamente. “A costura me trouxe uma nova forma de expressão e uma paixão que eu nunca havia imaginado”, assegurou ela.

Agora, com determinação e com oportunidades de mais conhecimento na área, Edna tem nutrido o desejo de crescer e se estabelecer como empreendedora no mundo da costura criativa. “Estou animada com o que vem pela frente. A costura já não é apenas um hobby. Vejo como uma oportunidade de empreender e crescer. E já que apareceu essa chance, vou seguir com todas as minhas forças”, acrescentou a moradora de Ceilândia.

Foto: Focus Produção de Imagem

Outra participante da oficina foi Rosemary dos Santos Sales, moradora da Cidade Estrutural. Ela iniciou sua trajetória no artesanato após receber um incentivo de uma amiga próxima, que lhe mostrou uma oportunidade promissora: com a compra de apenas R$ 50 em tecido, seria possível produzir 10 ou mais panos de prato.

O que começou como uma atividade informal ganhou profissionalismo ao longo do tempo. Rose, como gosta de ser chamada, conseguiu tirar a carteira de artesã e se especializou na confecção de capas de almofada, além de seguir expandindo gradualmente seu portfólio de produtos. Sua casa transformou-se em um espaço de produção que hoje representa sua principal fonte de renda — essencial para sustentar a casa e custear a medicação mensal do neto, de 14 anos, que ultrapassa R$ 400.

Foto: Focus Produção de Imagem

Apesar dos desafios, Rose demonstra humildade e visão de futuro. Por isso, a participação na atividade promovida pelo Sebrae representou um marco importante em sua formação como artesã. Durante o curso, ela teve a oportunidade de aprimorar técnicas que considerava já dominar, descobrindo que havia muito espaço para evolução. “Eu sempre acreditei que fazia um acabamento perfeito. Mas aqui na oficina eu percebi que era possível melhorar e aprendi técnicas melhores. Hoje digo que estou aprendendo acabamento e vou treinar cada vez mais para melhorar a apresentação do que produzo”, afirmou a artesã.

O aprendizado adquirido na oficina não apenas elevou a qualidade dos produtos de Rose, como também ampliou as possibilidades de atuação no mercado, permitindo que a artesã desenvolvesse novos produtos, que antes não tinha segurança para produzir.

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