O Sebraelab foi palco, na tarde da última sexta-feira, 25 de julho, da segunda edição do Impacta DF. Promovido pelo Sebrae no Distrito Federal em parceria com a Coalizão pelo Impacto e o Instituto Sabin, a iniciativa seguiu com o propósito de, mensalmente, promover encontros que visam ampliar as conexões e gerar novas oportunidades no Distrito Federal, por meio de discussões sobre educação, inovação e estratégias de negócios, com o objetivo principal de fomentar um ecossistema que harmonize a sustentabilidade financeira com um propósito socioambiental robusto.
Isabela Patrocínio, analista da Gerência de Negócios de Rede do Sebrae no DF e gestora do Sebraelab, abriu o evento ressaltando a importância dos negócios de impactos na cena contemporânea e comentando sobre a ampla participação do público interessado no assunto. Nesta segunda edição, o evento reuniu mais de 70 pessoas, mais que o dobro registrado na primeira edição do encontro, no mês de junho. “Ficamos muito felizes em ver que a segunda edição superou as expectativas, com mais que o dobro de participantes. Enxergamos isso com bons olhos e como uma resposta clara das pessoas a essa iniciativa. Quando vemos essa resposta, percebemos que estamos no caminho certo, que a nossa proposta ressoa com as necessidades da comunidade”, analisou.

Isabela também falou sobre a atuação do Sistema Sebrae em prol do setor. Um dos destaques apresentados pela gestora foi a Comunidade Sebrae Impacta. Com o objetivo de desenvolver e conectar negócios de impacto em todo território nacional, a iniciativa se baseia em cinco ações estratégicas: fortalecer a jornada de negócios de impacto em diferentes níveis de maturidade, estimular a colaboração entre empreendedores, organizações e o ecossistema, oferecer conteúdos práticos para acelerar o desenvolvimento dos negócios, gerar acesso a mercado, capital e redes de apoio, e promover visibilidade, reconhecimento e impacto coletivo.
“Negócios sociais são cruciais para uma economia justa e solidária. Empresários precisam de espaço e voz para seus empreendimentos, e o Sebrae atua nisso ao criar uma comunidade nacional para fortalecer e apoiar todo o ecossistema de impacto no DF, capacitando e conectando ideias para mais e melhores negócios de impacto”, observou Isabela.
A programação do encontro seguiu com uma breve apresentação cultural, conduzida pela MC Fugazz e pelo MC Dudu Mano, que juntos, transformaram o Sebraelab em um palco de celebração da cultura local e compartilharam conhecimentos e experiências. Em seguida, os participantes puderam acompanhar uma batalha de pitches, momento em que donos de empreendimentos de impacto apresentaram suas ideias e soluções, detalharam suas atuações e ganharam mais visibilidade no ecossistema.

Em seguida, o público presente ao Sebraelab pôde conferir um debate aprofundado. Foi durante a realização de um painel que reuniu especialista para falar sobre o papel dos hubs e programas na construção de ecossistemas vivos. A discussão contou com a expertise do líder de parcerias estratégicas da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), Thiago Pietschmann; da head de inovação do Hub CNA, Danielle Leonel; e da coordenadora do curso de administração do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Paula Salomão. A mediação ficou a cargo de Rubenilson Cerqueira, Doutor em Educação pela Universidade de Brasília (UnB) e Mestre em Desenvolvimento e Políticas Públicas.

Inicialmente, Paula compartilhou a nova abordagem da universidade, que, tradicionalmente focada em direito, está expandindo para as áreas de negócios e tecnologia. Ela ressaltou o compromisso do IDP em formar novas gerações de profissionais com mentalidade empreendedora, incentivando os alunos a desenvolverem novos negócios e a gerarem impacto.
Thiago, por sua vez, abordou o suporte da federação a iniciativas e projetos que visam escala e crescimento no mercado financeiro. Ele salientou o papel da Fenasbac em orientar startups nesse ambiente complexo e regulado, desde a pesquisa fundamental em colaboração com o meio acadêmico até a criação de soluções avançadas, assegurando que as inovações estejam alinhadas à regulamentação e auxiliando os órgãos reguladores a entenderem as tendências de mercado para um desenvolvimento mais eficaz. Já Danielle destacou o papel fundamental da entidade em levar tecnologia e inovação ao campo, com um foco especial nos pequenos e médios produtores rurais.
Os participantes do painel, após falarem sobre suas vivências em hubs de inovação, convergiram em um ponto crucial: o valor de um hub vai além de sua infraestrutura física. Paula Salomão defendeu que o sucesso de um espaço de inovação reside na alma e na ativação que o preenchem.
Thiago Pietschmann exemplificou essa transição do físico para o virtual com sua experiência pessoal. Após o fechamento de um coworking por ele idealizado, devido à pandemia, ele adaptou sua estratégia, priorizando a colaboração e o acesso virtual.
Ele também falou que, atualmente, a maioria dos programas de aceleração da Fenasbac ocorre de forma online, com eventos presenciais estratégicos que promovem conexões e discussões sobre o futuro do dinheiro e a intersecção entre inovação e regulação.
Danielle corroborou com essa visão, destacando que o Hub CNA, embora focado no agro, busca soluções em nível nacional e internacional para seus produtores, priorizando a geração de valor por meio de eventos e capacitações virtuais. Apesar de reconhecer a importância do espaço físico para a cultura organizacional de instituições mais tradicionais, ela reiterou que a essência de um hub reside na entrega de valor e no atendimento às necessidades dos empreendedores.

Ao fim do debate, Dani Estevam, coordenadora local da Coalizão Pelo Impacto, comentou o sucesso da segunda edição do evento, que praticamente dobrou o número de participantes. “ O formato do evento e a qualidade do que entregamos na primeira edição trouxeram as pessoas de volta e fizeram com que elas pudessem convidar outras”, afirmou.
Dani também salientou que a organização do evento esteve atenta aos feedbacks após a primeira edição e declarou que o processo de escuta ativa do público será fundamental para a construção das próximas edições do evento.

A coordenadora ainda comentou sobre a parceria entre a Coalizão Pelo Impacto e o Sebrae no DF, salientando a capilaridade e a importância que a atuação da instituição tem para o empreendedorismo local e nacional. “O Sebrae é um dos parceiros mais estratégicos, não só pela sua capilaridade, mas também por todos os produtos que são desenvolvidos e que podem dar suporte também para os negócios de impacto”, completou.
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