ASN DF Atualização
Compartilhe

Colaboração entre criativos impulsiona identidade brasileira no design e no artesanato

Painel realizado durante o Sebrae Inova 2025 debateu sobre como artesãos, designers e arquitetos podem fortalecer negócios e resgatar a essência cultural do Brasil
Por Jamile Rodrigues | Clip Clap Comunicação
ASN DF Atualização
Compartilhe

A valorização da identidade brasileira no design, na arquitetura e no artesanato esteve no centro do painel “Conexões de valor: Oportunidades para artesãos, designers e arquitetos”, realizado nesta quinta-feira, 10 de abril, durante o Sebrae Inova 2025.

Com a participação do arquiteto e designer de produtos Maurício Arruda, da artista e designer Nina Coimbra, e mediação da jornalista Márcia Zarur, o encontro discutiu como colaborações criativas podem impulsionar negócios, ampliar a visibilidade de produtos autorais e valorizar a cultura brasileira. Após o painel, quem esteve presente pode acompanhar a palestra “Parcerias seguras: aspectos jurídicos para colaboração de sucesso entre arquitetos, designers e artesãos”, com o advogado Alessandro de Oliveira Amadeu.

Foto: Focus Produção de Imagem

O debate do painel girou em torno da importância das conexões criativas e estratégicas para impulsionar negócios e construir uma linguagem autoral genuinamente brasileira. Para Maurício, buscar essa identidade passa, necessariamente, pelo resgate das origens e das histórias locais. “Contar quem somos e não como queremos ser vistos. Em tempos de Inteligência Artificial, precisamos voltar um pouco para a inteligência manual, que é insubstituível e tem muito a ver com o local em que a gente está”, afirmou.

O arquiteto também destacou a necessidade de assumir a diversidade cultural brasileira como um diferencial competitivo. “Somos coloridos, informais, diversos, ricos. E eu vejo que, às vezes, tentamos esconder isso que é o nosso maior tesouro. A gente se destaca lá fora quando somos isso e precisamos fortalecer essa cultura”, acrescentou.

Já Nina Coimbra reforçou a importância de valorizar o que é produzido localmente e de maneira artesanal. “É fundamental trazer brasilidade ao olhar o que é feito por nós. No começo do design brasileiro, éramos focados no estilo europeu e tirava tudo que remetia à nossa essência manual. Agora, entendemos que o valor está no que é humano, cultural e nosso”, declarou.

Segundo a designer, as limitações de produção deixaram de ser um problema e passaram a ser vistas como uma força. “Se nos unirmos às técnicas que buscamos para realizar nossos projetos localmente, conseguimos criar um fluxo de trabalho mais interessante, mais nosso e com a nossa identidade. Esse é meu chamado aos artesãos, arquitetos e designers se unam para potencializar o que há de belo no Distrito Federal”, acrescentou Nina.

Foto: Focus Produção de Imagem

Os painelistas também abordaram o desafio de construir uma identidade única em uma cidade diversa como Brasília, composta por pessoas de todas as regiões do país. “Durante muito tempo, olhávamos para fora para sermos reconhecidos. Agora temos maturidade para entender que Brasília são todas as regiões do Brasil. Se a gente se unir, conseguimos desenvolver uma linguagem que é nossa e que vai nos fortalecer tanto nacional quanto internacionalmente”, completou Nina.

A segunda parte da atividade trouxe orientações práticas sobre como formalizar essas colaborações, com foco em segurança jurídica. O advogado Alessandro de Oliveira Amadeu explicou conceitos importantes sobre direito autoral, propriedade industrial e contratos. “Arquitetos, designers e artesãos podem e devem colaborar entre si para criarem peças únicas e personalizadas para projetos interiores, valorizando o trabalho manual e a cultura local, mas é preciso ter cuidados contratuais como objetos do contrato, prazos de entrega, cronograma, valores e formas de pagamento”, alertou.

O advogado também falou acerca da importância de documentar o processo criativo. “Manter registros detalhados é fundamental para comprovar autoria em caso de disputas. Registrar obras, elaborar contratos bem estruturados e monitorar o mercado são medidas essenciais para garantir os direitos dos criadores”, recomendou.

Para a gestora do projeto de Arquitetura e Design do Sebrae no DF, Gabriela Tavares, o objetivo do painel foi fomentar parcerias que se traduzam em oportunidades reais de negócio. “A gente teve um público de, majoritariamente, artesão, arquiteto e designers, que são públicos dos projetos que trabalhamos. E a nossa proposta era fomentar parcerias com foco em negócios, porque às vezes a parceria fica muito no universo da criatividade, mas isso não chega a gerar retorno concreto. O Sebrae, nesse papel de fomentar acesso a mercados, trouxe esse olhar”, concluiu Gabriela.

O painel “Conexões de valor” integrou a programação do Sebrae Inova 2025, evento que reuniu especialistas, empreendedores e lideranças para debater soluções inovadoras e fortalecer redes de colaboração em diferentes setores da economia criativa.

  • arquitetura
  • Artesanato
  • design
  • Sebrae Inova 2025
  • Sebrae no DF;