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Edição especial do Bring Talk é realizada no Sebraelab

Realização fez parte de projeto liderado pelo Sebrae no DF e que mobiliza instituições diversas, entre elas, a Associação de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos do DF
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
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Evento consolidado como momento de encontro de desenvolvedores, profissionais e entusiastas do setor de jogos digitais, o Bring Talk, promovido pela Associação de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos do Distrito Federal (Abring) mensalmente. Esta edição especial foi realizada na última terça-feira, 21 de outubro, no Sebraelab. A iniciativa foi organizada em parceria com o Sebrae no DF e teve como objetivo aproximar os profissionais de games ao Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), bem como incentivar a criação de conexões, novas oportunidades e promover a interação entre agentes de tecnologia e economia criativa.

Para cada edição do evento, a Abring elabora uma programação diferenciada, apresentando trajetórias, desafios e conquistas dos participantes, fortalecendo o ecossistema local e estimulando a inovação. Entretanto, na avaliação do presidente da associação, Igor Rachid, a realização de uma edição no Sebraelab é um momento fundamental para fazer parte do amadurecimento do ecossistema de games na região do DF.

Foto: Matheus De Paula | Focus Produção de Imagem

“Promover o Bring Talk aqui no Sebraelab é uma atitude que reforça ainda mais a parceria que estamos construindo com o Sebrae neste ano. É uma oportunidade de mostrar para quem não conhece o que é feito nesse ambiente, as possibilidades que estão presentes aqui e em todo o parque tecnológico e por outros empreendedores da nossa capital. Juntar o ecossistema de desenvolvimento de games com esse ambiente de empreendedorismo e estimulando negócios é um match muito perfeito”, afirmou Igor.

Um dos pioneiros da área de desenvolvimento de jogos no DF, o atual diretor de comunicação da Abring, Hugo Vaz, também comentou sobre a relevância do momento ocorrido no Sebraelab.

O dirigente recordou que há pouco mais de 15 anos, mais precisamente em 2009, o cenário pressente no DF era totalmente diferente. “Havia um grupo pequeno de desenvolvedores de jogos, algumas iniciativas, poucas empresas focadas e uma tímida presença de produtores independentes que criavam e corriam atrás de fazer os próprios jogos”, relembrou.

Com a popularização dos smartphones, a criação das lojas de aplicativos e o avanço de tecnologias, Hugo viu a população de desenvolvedores aumentar, bem como a comercialização de jogos diversos. Mesmo assim, para ele, a parceria com o Sebrae é fundamental neste momento, visando a formalização, a capacitação de indivíduos e o amadurecimento da cadeia produtiva de jogos no Distrito Federal.

“Hoje há uma grande parcela de produtores independentes e também de empresas especializadas em games no DF. São pessoas que estão vivendo desse ramo, sendo que algumas contam com investimentos expressivos, mas há aqueles que precisam, e muito, de apoio para poder avançar, se adequar às normas brasileiras e, assim, evidenciar que os games produzidos aqui no DF podem ser cada vez mais atrativos para pessoas mundo afora”, analisou.

Foto: Matheus De Paula | Focus Produção de Imagem

A programação do evento foi iniciada com uma apresentação detalhada sobre a estrutura do Sebraelab e os diversos espaços do parque tecnológico, pela BioTIC. Em seguida, o palco foi tomado por desenvolvedores de games, que compartilharam suas experiências e conhecimentos em painéis temáticos, refletindo a amplitude do universo dos jogos, desde aspectos técnicos até a gestão de projetos e o desenvolvimento de carreiras.

Produtor musical e fundador da Brasbravel Studio, empresa focada no desenvolvimento de projetos de áudio interativo e na mescla de instrumentos orquestrais gravados em estúdio com sintetizadores digitais, Arlam Junior falou sobre middlewares de áudio, explicando como otimizar a construção da trilha sonora dos jogos, um painel focado na importância do som na imersão do jogador. Na sequência, Júlia Pascual, arquiteta, urbanista, gerente de projetos e atual produtora da equipe Lobo Guaraná, ofereceu dicas sobre como se organizar para fazer um jogo e enlouquecer com calma, abordando a gestão de projetos de forma prática.

O terceiro tema foi conduzido por Alexandre Canut, designer com 30 anos de experiência em design gráfico e de produto, especialista em shape design e fundador da startup EducartGames — voltada à criação de jogos transmidiáticos que unem tecnologia, criatividade e sustentabilidade. Ele trouxe a perspectiva de como superar desafios para montar uma equipe forte e comprometida. Em seguida, foi a vez de Alisson Domingos diretor de animação, idealizador do Animado Academy e do Animado Studio detalhar os processos envolvidos na adaptação de jogos para séries e filmes, um tema relevante para a expansão das marcas de jogos.

Foto: Matheus De Paula | Focus Produção de Imagem

A realização do evento contou, ainda, com um momento muito importante de sensibilização para abordar a formalização de empresas, conduzido por Kátia Magalhães, analista da Gerência de Atendimento Personalizado do Sebrae no DF. Ela apresentou informações de forma clara e prática, adaptando a linguagem para o público presente. Esse equilíbrio entre o conteúdo técnico das palestras e a abordagem acessível sobre gestão empresarial criou um ambiente de aprendizado completo, conectando inovação, gestão e a realidade dos negócios locais, o que é fundamental para o contínuo amadurecimento do setor de desenvolvimento de jogos no Distrito Federal.

Para encerrar a noite de programação, o painel “Fazendo Jogos no Brasil: Desafios Locais, Conexões Globais” reuniu membros da Glitch Factory. Igor Rachid, presidente da Abring e cofundador da empresa, acompanhado de Otávio Soato, fundador e diretor de tecnologia da marca, Williane Oliveira, produtora e assessora jurídica, e Vitor Dias, game designer, debateram os desafios e as oportunidades para os desenvolvedores brasileiros no cenário global.

Profissional com vasta experiência no desenvolvimento de jogos digitais e CEO da Uruca Game Studio, Philippe Lepletier, elogiou a edição especial do Bring Talk no Sebraelab. “Gostei muito da forma como foi organizada a programação de hoje, bem focada no mercado de jogos, um tema que todo desenvolvedor tem interesse”, comentou.

Philippe também destacou a estrutura que o Sebraelab oferece para a realização de eventos, dinâmicas de networking e manifestou interesse em participar de eventos do Sebrae focados em marketing. “Preenchi a pesquisa de satisfação com os temas que considero mais necessários para quem desenvolve jogos. Uma das palestras que gostaria de acompanhar é sobre marketing voltado para o nosso setor. É justamente um tema que percebo como uma parte frágil e que é essencial para a jornada do empreendedor na área de games”, acrescentou.

Além da capacitação em marketing, Philippe ressaltou a formalização como um desafio significativo para os desenvolvedores independentes. Ele destacou a dificuldade em encontrar um código adequado na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que contemple a especificidade da indústria de jogos, bem como a necessidade de suporte para estratégias de formalização e adequação fiscal, visando facilitar a atuação legal e tributária das empresas do setor.

“Esta edição do Bring Talk, realizada como parte integrante do rol de atividades do Projeto Setorial TIC/GAMES, foi uma oportunidade incrível para aproximar os desenvolvedores de games no Sebraelab. Muitos participantes que ainda não conheciam o parque tecnológico ficaram fascinados com o espaço e com as oportunidades aqui geradas”, observou a gestora do projeto, Cláudia Bonifácio.

Foto: Matheus De Paula | Focus Produção de Imagem

“Ao promover um diálogo acessível e alinhado com os desafios reais enfrentados pelos empreendedores, conseguimos criar um ambiente de troca genuína e aprendizado prático. Essa conexão entre inovação, gestão e vivência empresarial foi essencial para fortalecer o setor de games no DF e gerar conexões importantes para o Projeto Sebrae Conecta Games, ação que desenvolveremos em 2026”, complementou ela.

O chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF (Secti/DF), Leandro Reis, prestigiou a realização do evento no Sebraelab e destacou a importância do papel da pasta em fomentar o mercado tecnológico, que tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Reis também enfatizou o compromisso da secretaria em apoiar projetos que não apenas se consolidem regionalmente e nacionalmente, mas que também alcancem o mercado internacional, exportando ideias transformadas em produtos.

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