Donos de micro e pequenos empreendimentos estiveram reunidos na noite da última quarta-feira, 25 de junho, para celebrar o encerramento do primeiro ciclo do Programa ALI (Agentes Locais de Inovação) de 2025. O evento, realizado estrategicamente em um restaurante no Coco Bambu de Águas Claras, também proporcionou um ambiente propício para a troca de vivências e a discussão de soluções de mercado, resultando na consolidação de contatos profissionais e no fomento de colaborações estratégicas.
A diretora técnica do Sebrae no Distrito Federal, Diná Ferraz, deu início à programação comemorando o sucesso do programa neste primeiro semestre do ano e destacando o caráter transformador que a solução tem no dia a dia de pequenos empreendimentos locais. “O ALI é uma solução diferenciada. Ele transforma vidas. É uma solução que leva agentes até a empresa para mostrar como transformar e melhorar as deficiências. E essa abordagem personalizada é profunda, visando aprimorar a gestão e a inovação em micro e pequenas empresas, gerando resultados tangíveis para os empreendedores”, comentou a dirigente.

A capacidade de transformação da solução ficou ainda mais nítida na sequência do evento, com a apresentação os resultados do primeiro ciclo de 2025, feita pela gestora do Programa ALI Produtividade do Sebrae no DF, Jéssyca Faviero.
No total, 432 empresas concluíram as etapas previstas na metodologia do programa. Em relação à distribuição geográfica das empresas neste ciclo, 51% delas estão localizadas nas regiões da Asa Norte, Águas Claras e Asa Sul, enquanto os 49% restantes se encontram nas demais regiões administrativas do DF. Essa concentração influenciou diretamente a escolha dos locais para a realização dos eventos, planejados estrategicamente para atender as áreas com maior número de participantes.
Quanto aos setores representados, o de serviços mostrou-se o mais engajado, com 50% das empresas participantes. Em seguida, o comércio contribuiu com 39%, e a indústria com a porcentagem restante. Por fim, os resultados consolidados até o momento também mostraram que, em médio, o programa proporcionou um aumento de 36,56% na produtividade e 19,66% no faturamento das empresas envolvidas.

Ao fim das apresentação dos resultados, Jéssyca ressaltou que o programa vai muito além do aumento de faturamento e produtividade, e da promoção da gestão empresarial. “O ALI é muito mais do que um programa de facilitação de gestão e inovação. Ele, na verdade, é um programa de relacionamento, de conexão. Nos resultados deste primeiro ciclo, fica comprovado que somos uma solução para multissetores e isso é uma grande vantagem para as conexões entre empresas. Pelo lado de cá, há também uma conexão: os agentes, os consultores, o Sebrae que trabalham em prol de soluções para atender a cada um de vocês”, assegurou Jéssyca.
A programação da noite seguiu com a realização de painéis temáticos, nos quais empreendedores e os agentes que os acompanharam foram protagonistas. Em cada uma das ocasiões, foram discutidos temas que abrangeram desde a otimização de processos internos até estratégias de relacionamento com clientes e fornecedores. Ao longo dos painéis, foi possível conferir insights e ferramentas para que os negócios prosperem em um mercado cada vez mais competitivo.

O primeiro painel, “Muito suor e pouco dinheiro”, focou em como a ineficiência de processos pode impactar negativamente o faturamento das empresas. A discussão contou com a participação de Adelaide Roque, do Studio Adelaide Roque, e Sâmia Silveira, da Aura Decora. Caio Lovato, do Grupo Abençoado, também contribuiu com suas perspectivas, explorando as consequências da falta de organização e planejamento no dia a dia dos empreendimentos.
Em seguida, um novo painel trouxe à tona a importância da gestão eficiente da cadeia de suprimentos e das relações com fornecedores. Ricardo Sampaio, sócio fundador da Cota Web, participou da ocasião e relatou sua experiência de três décadas como empreendedor, destacando as dificuldades na cotação de preços. Ele descreveu a criação de uma solução avançada para cotação e compartilhamento de notas fiscais, enfatizando como essa ferramenta pode simplificar e automatizar a gestão de compras, transformando fornecedores em parceiros estratégicos para o negócio.

Para encerrar, o terceiro e último painel levou os participantes a refletirem sobre a retenção e fidelização de cliente. O debate explorou o relacionamento e desenvolvimento de times como fatores cruciais para a retenção e fidelização do público. Luan de Morais, da Nutriform, empresa do segmento de suplementos, e Carlos Sanabria, do Sanabria Boteco de Vinhos, compartilharam suas experiências, salientando a importância do registro de clientes como uma estratégia fundamental para a criação de promoções personalizadas e o fortalecimento do vínculo com suas respectivas clientelas.
A programação do evento foi encerrada com premiações para as empresas que registraram os melhores índices de evolução ao longo do ciclo do Programa ALI. Um dos empreendimento foi a Casalinga Rosticceria, que tem uma proposta gastronômica de dar evidência a essência da culinária italiana do dia a dia. A marca é fruto da paixão e persistência de Edilson Faria da Silva e Luiza Daniel Rodrigues e começou a ser amadurecida em 2017.
Para começar a concretizar o sonho, Edilson embarcou em uma jornada de imersão cultural e gastronômica. Primeiramente, dedicou-se ao estudo da língua italiana, realizando dois cursos para poder se comunicar diretamente com os italianos e compreender seus hábitos alimentares. Ele chegou, ainda, a aprofundar conhecimentos técnicos em renomadas escolas do país europeu e visitar feiras e mercados.
Embora o sonho inicial tenha sido adiado devido a compromissos profissionais de Edilson, que atua há mais de 30 anos na área de tecnologia, a paixão pela culinária italiana o trouxe de volta em 2023. Ao lado de sua esposa ele revisitou as escolas, aprofundou-se em aulas temáticas, degustação de vinhos e azeites, e finalmente deu seguimento à ideia de abrir a Casalinga Rosticceria, hoje localizada em Taguatinga Sul.
A participação no Programa ALI foi um momento de virada de chave para os donos do empreendimento. Edilson contou que, inicialmente, não conseguia dedicar muito tempo à loja devido a outras atividades e que viu na solução do Sebrae no DF uma oportunidade de otimizar os processos e impulsionar o negócio. “Em um dos raros momentos em que estava na loja, o nosso agente passou por lá e apresentou o programa. A gente iniciou o contato e alguns dias depois a gente já estava mais por dentro do que aconteceria e começamos a nossa jornada”, recordou Edilson.

A chegada do agente local de inovação, Raul Ventura, e, posteriormente, de um consultor credenciado ao Sebrae, foi fundamental para identificar os desafios da Casalinga. Edilson percebeu que, embora o imóvel próprio em que a empresa estava situada ajudasse a reduzir custos e oferecesse um ambiente rústico e acolhedor, inspirado em uma vila italiana, a localização não era ideal para o tipo de produto específico que a Casalinga oferece.
A principal mudança estratégica, sugerida pelo agente local de inovação, foi levar o produto até o público. “A gente começou a tirar o que fabricávamos daquele espaço e a levar para outros pontos de venda. E essa decisão resultou em uma explosão nas vendas, e isso agora está abrindo muita expectativa para a gente”, revelou Edilson.
O empreendedor frisou, ainda, a importância do Programa ALI de conectar empreendedores a pessoas que realmente possuem expertise, oferecendo orientação precisa e eficaz para o crescimento do negócio. “O programa foi a oportunidade que tivemos de conversar com profissionais experientes e obter conselhos assertivos. Os agentes e os consultores analisam bem a realidade de cada empreendimento e chegam a uma conclusão que dá resultados. Eles sabem muito bem o que estão falando e nós, da Casalinga, soubemos acolher esses conselhos e aplicar junto com eles para alcançar esse grau de transformação em tão pouco tempo”, concluiu.
Além da Casalinga, foram reconhecidas como empresas de destaque do primeiro ciclo do Programa ALI 2025: A.Mar Viagens, acompanhada pelo agente local de inovação Rafael Santana; Bailarinas Por Que Não, orientada por Marcos de Freitas Borges; Ambrac e Évora Cosméticos, ambas acompanhadas por Karyna Farias Scucuglia; Nutriform, com o suporte de Mayara Barreto Machado; a Pizza do Quadradinho, por Matheus de Brito Aguiar; e Alecrim Cozinha Inteligente, que foi acompanhada por Marina Carvalho Côrtes.
A seleção das empresas de destaque ocorreu após uma análise e curadoria minuciosas.
Agentes em evidência
A programação do evento dedicou um espaço especial para reconhecer o fundamental trabalho dos agentes locais de inovação (ALIs). Ao longo de janeiro, o Sebrae no Distrito Federal conduziu uma capacitação intensiva para 20 novos ALIs em sua sede, com foco no treinamento e alinhamento estratégico do programa. Essa formação inicial os preparou para promover a inovação contínua em pequenas empresas, por meio de orientação proativa, gratuita e personalizada.
A capacitação aprimorou a metodologia e a abordagem junto aos empresários, reforçando a relevância desses agentes para o desenvolvimento econômico do Distrito Federal. As atividades combinaram teoria e prática, com simulações de campo e dinâmicas de gamificação para tornar o aprendizado mais eficiente. Além dessa formação inicial, o Sebrae no DF oferece capacitações periódicas e continuadas aos agentes, assegurando sua constante qualificação profissional e a efetividade dos resultados alcançados.

Como parte desse processo de desenvolvimento, o Sebrae também promoveu uma estratégia de gamificação, que visou aumentar o engajamento e fortalecer os laços entre os agentes e as empresas acompanhadas. O agente local de inovação Matheus de Brito Aguiar foi reconhecido pelo seu destaque no relacionamento com os empreendimentos, enquanto a Clínica de Estética Gabriela Miranda, acompanhada pelo agente Shallon Wellington, também foi homenageada.

Shallon recebeu ainda o reconhecimento como o profissional que mais se destacou neste primeiro ciclo do programa, após avaliação rigorosa baseada em critérios técnicos — como entregas, cumprimento de prazos e acompanhamento das empresas — e comportamentais, como participação, colaboração e apoio ao grupo de agentes.
