O Parque Tecnológico de Brasília, BioTIC, recebeu ao longo da última terça-feira, 14 de outubro, a edição do Distrito Federal da Jornada Nacional de Inovação da Indústria. O encontro é uma iniciativa pensada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Sebrae Nacional para mapear as melhores práticas em soluções tecnológicas e sustentáveis para o Congresso Nacional de Inovação, evento previsto para ser realizado no primeiro trimestre de 2026, em São Paulo.
Na capital da República, a atividade foi correalizada pelo Sistema Fibra e contou com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF), da BioTIC S.A, de agentes do Ecossistema Local de Inovação (ELI) e do Sebrae no Distrito Federal.
O presidente em exercício da Fibra, Pedro Henrique Verano, abriu a programação da jornada destacando a relevância do evento para a região e ressaltou a importância de investir na indústria local, setor que segundo ele, tem o potencial de gerar empregos de qualidade e bons salários, diminuindo a dependência do setor público. “Hoje é um dia muito especial. A realização desta etapa da jornada é uma oportunidade muito especial de aumentarmos a contribuição para a inovação e tecnologia no Distrito Federal. A CNI e o Sebrae Nacional acertaram em cheio com esta formatação do evento, que percorre todos os estados brasileiros para compilar a diversidade e características de cada um. E nós aqui faremos a nossa parte de apresentar soluções sérias de inovação e tecnologia para o Distrito Federal”, pontuou.

O diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Fibra, Graciomário de Queiroz, destacou que a promoção da Jornada Nacional de Inovação da Indústria é fundamental para estimular o diálogo e a troca de experiências, buscando soluções inovadoras que fortalecem o setor produtivo local e brasileiro.
Queiroz enfatizou que, no cenário atual, a inovação deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade imperativa para a indústria ser mais competitiva e sustentável, gerando desenvolvimento para a sociedade. Ele também mencionou o intenso trabalho do Sistema Fibra, em apoiar essas transformações, conectando empresas e fortalecendo o ecossistema de inovação no Distrito Federal. “Que esse encontro seja inspirador, seja produtivo e colaborativo e que daqui saiam novas ideias, conexões e projetos concretos capazes de impulsionar ainda mais a inovação de todo o nosso território”, disse ele.
Na sequência, o superintendente do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, ressaltou o caráter itinerante da Jornada Nacional de Inovação e comentou que, tradicionalmente, a cada dois anos, a CNI realiza o Congresso Nacional de Inovação, focado na tríade governo, academia e empresa. No entanto, para edição de 2026, a lógica foi subvertida: o objetivo determinado pela organização foi de ir a cada região do território brasileiro, ouvir as dores e êxitos no processo de inovação de forma capilar.
Márcio também reconheceu, em sua fala, que o Distrito Federal possui a inovação em seu DNA, mas enfrenta desafios semelhantes e também distintos dos demais estados do país. Diante disso, ele reforçou a necessidade de acelerar o processo de transformação digital nas empresas brasileiras, inspirando-se em outros países que possuem planos estratégicos de conversão. “Precisamos acelerar esse processo. A CNI tem a missão de ouvir e levar a voz dos agentes do Distrito Federal para compor a estratégia nacional de inovação”, assegurou.
A diretora superintendente do Sebrae no DF, Rose Rainha, falou acerca da grande satisfação em participar da Jornada Nacional de Inovação da Indústria, celebrando a capacidade inovadora da indústria brasileira. Ela salientou que o Distrito Federal é um território de inteligência, criatividade e sustentabilidade, onde a inovação dialoga com a cultura, o Cerrado e a força das pessoas que acreditam no novo. “A inovação não acontece em laboratórios isolados; ela aparece quando empreendedores, universidades, indústrias se encontram para construir”, pontuou.

Rose também observou durante sua fala que a indústria está vivenciando uma nova era – mais verde, digital e colaborativa – e que essa transição só será completa com o envolvimento de pessoas dispostas a pensar diferente.
A dirigente finalizou sua apresentação enfatizando que a jornada é uma construção de um Brasil mais competitivo, sustentável e humano, e que inovar não é um privilégio, mas uma escolha de muita responsabilidade. “Que este encontro nos inspire a seguir junto, construindo o futuro do nosso DF e o futuro da nossa indústria brasileira”, acrescentou.
Também presente ao evento, a superintendente de Tecnologia e Inovação da FAP/DF, Renata Vianna, falou sobre o envolvimento da fundação em eventos como a jornada, ressaltando que é gratificante ver uma conversa tão próxima e profícua entre a academia e a indústria.
Renata destacou que a inovação é intrinsecamente ligada à cooperação entre academia, indústria e todo o ecossistema, ressaltando que o elemento mais valioso desse processo são as pessoas. “O que mais vale em tudo isso somos nós, pessoas capazes de realizar a partir da tecnologia e de processos de inovação, para que a gente consiga elevar o nosso patamar e mudar a matriz econômica do Distrito Federal”, analisou.
“É preciso que a gente se reúna para que o que for discutido aqui hoje, de fato, traga resultados para a sociedade do Distrito Federal”, concluiu ela.

Também participaram da cerimônia de abertura o presidente interino da BioTIC S.A., Luciano Carvalho, o coordenador-geral de Instrumentos de Apoio à Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Hideraldo Luiz de Almeida, e o secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Leonardo Santana.
Após a abertura, a programação do evento seguiu com a realização de painéis temáticos. O primeiro abordou as oportunidades e desafios da transição digital e contou com a participação da empresária Laura Oliveira; do professor do MIT, Fernando Arbache; do CEO da Krilltech, Marcelo Rodrigues; e de Sergio Floresta, diretor das Indústrias Rossi. Foram abordados temas como mudança de cultura organizacional, uso consciente de inteligências artificiais, excelência na entrega de produtos e serviços com valor agregado, incentivos fiscais, apoio para pesquisas e acesso a crédito.

A ocasião foi mediada pelo superintendente do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra.
Antes do almoço, um segundo painel abordou experiências e práticas em sustentabilidade, economia circular e eficiência ambiental. Os participantes discutiram temas como certificações, marcos regulatórios, redução do impacto ambiental dos insumos, aproveitamento integral de produtos, qualificação da mão de obra, atração e retenção de talentos, financiamento, fiscalização e a implementação de medidas sustentáveis.

O painel contou com a participação do CEO da Soluções Ambientais, Luciano Dantas; do diretor comercial sênior da Votorantim Cimentos, Frederico Oliveira; do diretor da BubbleDeck Brasil, Bruno Goretti; e da proprietária da Confeitaria da Torre, Yannah Raslan.
A atividade também foi mediada pelo superintendente do Observatório Nacional da Indústria.
Salas temáticas
No período da tarde, as discussões da Jornada Nacional de Inovação da Indústria foram aprofundaram em salas temáticas que ocorreram de forma simultâneas, reunindo empresários e representantes da academia. Nestes espaços colaborativos, foram debatidos desafios, oportunidades e a proposição de políticas públicas inovadoras.

Os temas em foco incluíram: Indústria Sustentável: descarbonização, transição energética e economia circular; Transformação Digital: inteligência artificial, big data, dados e IoT; Ecossistema de Inovação: empreendedorismo e startups de impacto; Futuro do Trabalho: qualificação profissional; e Fomento à Inovação: marcos legais, incentivos fiscais e articulação público-privada.
Simultaneamente às mesas de debate, foram realizados dois workshops destinados a funcionários de empresas, acadêmicos e ao público em geral. As oficinas ofereceram capacitação prática sobre acesso ao fomento à inovação e gestão da inovação, complementando as discussões teóricas com ferramentas e conhecimentos aplicáveis.

Ao fim do dia, Graciomário de Queiroz voltou ao palco da jornada para fazer uma avaliação positiva do evento. Ele expressou satisfação, afirmando que o dia foi extremamente proveitoso e que todos saíram enriquecidos, não apenas em conhecimento, mas também em relacionamentos.
O diretor da Fibra ainda destacou que o encontro cumpriu o desafio proposto pela CNI e pelo Sebrae Nacional de promover o desenvolvimento da indústria e apresentar expectativas, servindo como um estilo de discussão para o fórum nacional. Ele ressaltou o potencial inovador presente no Distrito Federal e que os participantes do evento demonstraram estar engajados no progresso da região.

Sobre a jornada

Brasília foi a quinta cidade da região Centro-Oeste a sediar as atividades da Jornada Nacional de Inovação da Indústria, reunindo empresários, autoridades e acadêmicos e interessados no tema.
Desde julho, a iniciativa percorre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, promovendo um diálogo abrangente entre representantes do governo, da academia e do setor produtivo.
Ao término das etapas previstas no cronograma proposto pelos organizadores da jornada, serão compilados documentos contendo propostas de inovações tecnológicas e uma lista dos desafios identificados. Esses subsídios serão levados a encontros regionais para a elaboração do texto final, que será apresentado no Congresso Nacional de Inovação, em São Paulo, em março de 2026.
Saiba mais sobre a realização do evento acessando o site www.jornadanacionaldeinovacao.com.br
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