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Empreendedores e interessados em aprofundar os conhecimentos de negócios sobre a moda do Distrito Federal se encontraram nesta terça-feira, 28 de junho, para mais uma edição do Welcome Coffee com moda. O evento aconteceu no Sebrae do SIA e o tema desta edição foi “Branding na prática para os negócios de moda”.
O evento é uma idealização do Sebrae no DF voltado para o Microempreendedor Individual, a Microempresa, Empresa de Pequeno Porte, que atuam no segmento da moda de maneira geral. Este ano, as palestras retornaram aos encontros presenciais após a pandemia.
A iniciativa foi criada em 2019 e possibilita a sinergia entre especialistas para se aprofundarem mais sobre o segmento e interessados em fazer network com outros profissionais da área.
O palestrante convidado foi o consultor do Sebrae Lívio Lourenzo, especializado em inovação de marketing, especificamente em branding, termo em inglês que significa a gestão de marcas. Ele destacou que a ideia do encontro foi proporcionar mais conhecimentos para o empresário da moda, que muitas vezes não consegue se aprofundar em questões que são cruciais para o negócio.
Na visão do consultor, o branding é uma área responsável por gerenciar a marca no mercado e junto aos consumidores. “Essa palestra foi criada especificamente para o segmento de moda, inclusive, por marcas locais que já vêm utilizando as ferramentas de branding”, diz Livio Lourenzo.
Na palestra, o instrutor abordou assuntos como questões relacionadas à sustentabilidade e a ligação da moda com as causas humanitárias. Lourenzo ressaltou a importância de pensar no futuro e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030. O organismo internacional tem como foco, nos próximos anos desta década, trazer 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, o que pode servir para incentivar o empreendedor a pensar de maneira mais voltada ao social e ambiental.
Temas como consumo consciente, pluralidade e equidade, expansão cultural, aceleração digital, economia circular, moda circular, economia de compartilhamento e design regenerativo foram algumas das tentativas atuais para repensar a forma de desenvolvimento sustentável.
Atualmente, no mundo, a indústria da moda é uma das que mais poluem, gerando uma crise de imagem para o setor e, consequentemente, para os empreendedores envolvidos direta ou indiretamente com o tema. Para o palestrante, é essencial que os empresários se adequem a essa nova realidade. “Hoje, já é inaceitável ter um comércio predatório como foi, nas últimas décadas, principalmente, em relação à moda”, acrescenta.
Lourenzo considera ser um erro as marcas tentarem transmitir uma imagem de sustentabilidade sem realmente praticar a ideia. Por isso, a palestra foi elaborada com o intuito de trazer conhecimento para não repetir os erros semelhantes e do passado. “Indico não levantar uma bandeira sustentável se não tem reais práticas sustentáveis. Hoje, o acesso à informação é muito fácil, eles estão engajados com a questão sustentável, não só no sentido de meio ambiente, mas também no humanitário”, destaca.
De acordo com o consultor, cada vez mais se ampliam os escândalos da indústria da moda, como questões de trabalho escravo, com o emprego de idosos e com crianças em situação de insalubridade no trabalho, por exemplo. “A próxima década não vai aceitar isso, o consumidor vai frear, querendo ou não, o empresário que está entrando e tem um negócio de moda, tem que repensar ou planejar para já entrar dentro dessas tendências”, afirma.
Outra questão levantada pelo palestrante é a parte humanitária, como a igualdade de gênero e de raça. Na visão dele, o novo universo da moda, que será a realidade, nos próximos anos, não admite mais o preconceito e racismo, por exemplo.
“O empresário que atua na moda tem que, necessariamente, trazer a periferia para dentro dos negócios, não com o sentido de explorar a mão de obra, mas de pagar um salário adequado e oferecer o mínimo de dignidade para gerar desenvolvimento de renda em periferias”, ressalta. Lívio acrescenta que a moda precisa se reinventar.
O Welcome Coffee com moda
Thiago Ângelo é analista técnico do Sebrae na área de moda e destaca a ideia de trazer a palestra. “Para os empresários o Welcome Coffee já é dito como uma ação de integração da cadeia de moda. Eles já esperam esse tipo de ação, o café, como um evento mensal” diz.
A ideia é trazer uma correlação do café com as vendas, um momento de bate-papo com negócio: “Tipo um ‘vamos tomar um café e falar de moda’”, ressalta Thiago. Ao todo, foram realizados 12 encontros.
Para ele, um dos grandes gargalos está ligado à questão do planejamento da marca. “Cada edição conta com um tema, os temas surgem a partir da observação do mercado da moda e das pesquisas conforme as necessidades empresariais”, ressalta. Entre as palestras, já foram abordados assuntos como vendas, marketing digital, consultoria de imagem e diversidade, entre outros.
“Este ano queria trazer uma abordagem do branding falando sobre a importância da gestão da marca, como essas marcas construíram uma linguagem tanto online quanto offline, e como se posicionar dentro desse mercado para realmente trazer experiência de consumo da marca para o consumidor.”, diz.
A empresária Ana Maria Rocha Esteves foi uma das participantes presentes. Para ela, normalmente, a vida de empresário costuma ser solitária por não poder trocar experiências com outros do setor, então a palestra serve como uma ponte para fazer esses contatos. “Essa troca é muito rica e possibilita que a gente converse com pessoas que vivem aquilo que vivemos’’, destaca.
O Welcome Coffee com Moda tem, entre as ações previstas, mais dois encontros em 2022. Em julho, será realizada a Oficina Digitaliza da moda. Além de outros eventos como o Seminário Empreenda na Moda, a Missão Técnica da Febratex, feira voltada para indústria têxtil, realizada em Santa Catarina e uma Missão Empresarial Internacional, em 2023, em Nova Iorque.
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