Agência Sebrae de Notícias

No último sábado, 9 de novembro, estudantes da unidade 5 do Colégio Vitória Régia, localizada no Riacho Fundo I, participaram de uma atividade letiva diferente. Em vez de ocuparem as salas para se debruçarem na resolução de problemas e na absorção de conteúdos difundidos em sala de aula, eles, juntamente com os professores e demais educadores, ocuparam os corredores e as demais instalações da unidade educacional para mais uma edição da Feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). A realização marcou o fim do projeto neste ano na instituição e contou com apoio do Sebrae no Distrito Federal.

O programa já e considerado um marco no calendário escolar. Isso porque a metodologia envolvida no JEPP transforma a experiência de aprendizado em uma prática não apenas educativa, mas também social, alinhando a formação de cidadãos conscientes e responsáveis. “Este projeto não é apenas sobre empreendedorismo, mas sobre desenvolver habilidades como organização financeira, controle e planejamento. É preciso entender que a vida exige planejamento, e o JEPP semeia essas lições nos jovens, ajudando-os a se tornarem cidadãos mais conscientes e preparados”, explicou Erlaine Freitas, diretora pedagógica da unidade 5 do colégio.

Desde o início do ano letivo, as atividades do JEPP são preparadas com entusiasmo por toda a comunidade escolar. “Logo depois do Carnaval, já promovemos uma reunião de apresentação aos pais. Entendemos ser fundamental que as famílias estejam informadas e engajadas, já que não se trata apenas de uma escolha, mas de um trabalho colaborativo envolvendo escola, alunos e suas famílias,” acrescentou a diretora.

Os profissionais do colégio assumiram, então, o papel de multiplicadores, incentivando os estudantes no dia a dia e orientando-os na elaboração de um pequeno negócio e as etapas necessárias para sua implementação, todas alinhadas à temática do livro do JEPP, que abrange, entre outros aspectos, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda e técnicas de atendimento ao cliente.

Uma das professoras a desempenhar um papel fundamental na difusão dos conteúdos do programa foi Ingrid de Oliveira. Ela é a profissional com a mais longa trajetória na unidade do Riacho Fundo I e, neste ano, acompanhou de perto o trabalho desenvolvido pelas turmas do 6º Ano do Ensino Fundamental.

Ingrid incentivou os alunos a realizarem uma rifa para arrecadar fundos, e os estudantes demonstraram uma notável organização e entusiasmo, refletindo um aprendizado que vai além das salas de aula. “Eles estão arrasando. A participação nas atividades não apenas proporciona habilidades empreendedoras, mas também desperta um interesse pelo cultivo e uso de ingredientes naturais, mostrando que a educação se estende além do conteúdo teórico”, observou a educadora.

Maria Fernanda Neves, estudante 6º ano, era um dos destaques da feira. Com uma personalidade extrovertida, ela interagia com o público da realização e não escondia a alegria em participar da iniciativa, ressaltando sua paixão por conversar, aprender coisas novas e fazer amizades. “A Tia Ingrid me escolheu como divulgadora. Então eu me tornei a comunicadora da minha turma e eu adorei essa oportunidade”, contou. “Eu chego nas pessoas, converso e entrego os materiais que produzimos e que detalham os temperos, que são ótimos e dão um gostinho muito bom a qualquer comida. E ainda digo que se fosse uma chef de cozinha, só usaria desses temperos”, completou a jovem estudante.

Maria também comentou sobre o apoio familiar para a atividade. Lembrou de ter ficado ansiosa pela realização do evento e resumiu a experiência de aprendizado do JEPP como incrível.

Quanto ao futuro, Maria Fernanda sonha em ser médica, mas mantém a mente aberta para outras possibilidades: “Ainda tenho muito caminho pela frente e já pensei, sim, em ser uma empreendedora. Mas por enquanto, meu foco é a medicina”, afirmou.

Pai de Maria Fernanda e também de outro aluno da instituição de ensino, Ricardo Neves reconheceu o impacto do JEPP no dia a dia dos filhos, observando que a iniciativa estimula não apenas a criatividade, mas também o amadurecimento de habilidades necessárias para o mundo contemporâneo. “Esse projeto oferece um desenvolvimento muito interessante que fortalece a criatividade tanto da minha filha quanto do meu filho. Eles são crianças ainda e já compreendem a importância da questão financeira. Vejo isso como um passo fundamental para o desenvolvimento deles”, analisou.

Uma das principais ações implementadas pela instituição ao JEPP, a partir do ano passado, foi a decisão consciente de destinar parte dos lucros gerados nas feiras empreendedoras a causas sociais. Antes, todo o saldo excedente era utilizado para custear um passeio, que era o prêmio dos alunos. Desde a mudança, um percentual dos ganhos é direcionado à compra de cestas básicas e kits de Natal para ONGs que atendem crianças carentes. Assim, além de se divertirem, as crianças aprendem sobre a importância de colaborar com o próximo.

O resultado desse engajamento é notável; no último ano, os alunos do quinto ano doaram mais de 50 cestas natalinas, além de desfrutarem do tão esperado passeio. O envolvimento de toda a equipe — professores, alunos e pais — tem se mostrado fundamental para o sucesso do projeto.

Atualmente, a unidade 5 do Colégio Vitória Régia abriga cerca de 430 alunos. A estrutura, no entanto, permite acomodar até 480 alunos em dois períodos.

Todos os estudantes, do infantil ao ensino médio, participam ativamente, com o ensino fundamental II e o médio focados em feiras de ciências, enquanto a educação infantil se dedicou a uma feira literária.

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