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Reconhecida internacionalmente como a capital do design, a cidade de Milão, na Itália, recebeu, entre os dias 10 e 18 de abril, um grupo de 23 pequenos empresários dos setores de arquitetura e design do Distrito Federal. A ação foi coordenada pelo Sebrae no Distrito Federal e permitiu que os integrantes do grupo pudessem iniciar uma jornada de aprendizado, conexões e inspirações, participando da maior feira de design do mundo, o Salone del Mobile.Milano, e de uma capacitação exclusiva no Instituto Politécnico da cidade italiana, uma das 50 melhores universidades do Velho Continente.
E como desdobramento direto dessa experiência internacional, o Sebrae no Distrito Federal promoveu um evento especial na noite da última segunda-feira, 26 de maio. O objetivo foi apresentar os desdobramentos da missão técnica a Milão, celebrar os resultados alcançados e discutir os novos caminhos que se abrem para os pequenos empresários do DF a partir dessa jornada. Para sediar o encontro, foi escolhido um local de grande simbolismo e relevância: o icônico edifício sede da embaixada da Itália no Brasil, na Asa Sul.
A atividade foi aberta pelo anfitrião do espaço, o chefe da missão diplomática da Itália no Brasil, Alessandro Cortese. Ele fez questão de destacar a arquitetura singular do edifício que sedia a embaixada, obra projetada pelo renomado arquiteto italiano Pier Luigi Nervi, além de ressaltar a boa relação estabelecida entre profissionais do Brasil e da Itália, chamando a atenção para as vastas possibilidades de parceria entre os dois países em diversos setores, incluindo a arquitetura e o design.
“As possibilidades de colaboração entre Itália e Brasil são extraordinárias. Uma prova disso é que, há algum tempo, atua por aqui — mais precisamente no Rio de Janeiro e em São Paulo — uma das mais importantes escolas acadêmicas de design, que é o Instituto Europeu de Design, e está contribuindo intensamente para formar as novas gerações de designers brasileiros”, comentou o embaixador.
O gerente da Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistemas de Negócios (APEC) do Sebrae no DF, Jorge Adriano, foi outro a destacar a importância estratégica da conexão entre Brasil e Itália, bem como o papel da instituição no apoio ao desenvolvimento de pequenos empreendedores de arquitetura, design e áreas correlatas.
“Vocês, empresários, foram beber dessa, que é uma das fontes mais relevantes de criatividade no planeta: a Itália. Mas o Brasil não fica muito atrás. Temos nossas próprias referências em design. Brasília é uma delas e por isso o Sebrae, há alguns anos, vem apoiando setores como design, mobiliário, arquitetura e outros que compõem o que chamamos de economia criativa, um motor essencial para o desenvolvimento do Distrito Federal e do nosso país”, afirmou.
A programação da noite seguiu com uma apresentação conduzida pelo arquiteto Lorí Crízel. Ele, que também é presidente da ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture) no Brasil, resumiu as atividades promovidas nos dias em que o grupo de empresários esteve na Itália e elencou as principais novidades apresentadas no Salone del Mobile.Milano, como as tendências futuras no campo do design e a importância da valorização do humano no desenvolvimento de projetos.
“Conseguimos reunir um grupo de empresários do DF muito coeso e ativo. Durante a estadia na Itália eles fizeram muitas trocas, estabeleceram conexões e inúmeras possibilidades de negócio. Foi gratificante ver como o grupo se encontrou coeso e proativo, o que significa que estamos, de fato, criando cada vez mais oportunidades. Isso esteve totalmente alinhado com o propósito central da missão: potencializar esses empresários, abrindo novos mercados, novas áreas de atuação e novas vertentes para seus negócios”, observou Crízel.
O arquiteto também mediou um painel com a participação de empresários que participaram da missão à Itália. Uma das participantes foi a arquiteta Viviane Ramos. Para ela, a ida a Milão representou a realização de um sonho, especialmente pela oportunidade única de aprofundar conhecimentos.
“Fazer o curso no Politécnico de Milão foi a cereja do bolo, porque realmente foi o grande diferencial de termos ido com o Sebrae. Como a feira é anual, ir nela sozinhos seria uma possibilidade, mas fazer o curso no Poli, não. Essa oportunidade só surgiu por meio da ponte que o Sebrae construiu”, pontuou Viviane.
A arquiteta não poupou elogios à organização e assessoria recebidas pelo Sebrae. Ela destacou o cuidado das coordenadoras do projeto em cuidar de cada detalhe, desde o transporte até a minuciosa programação de atividades, incluindo visitas a indústrias que abriram novas perspectivas sobre os processos e a produção.
Outra arquiteta a compartilhar suas impressões sobre a missão foi Clara Miranda, especialista nas áreas de acessibilidade e neuroarquitetura. Em solo italiano, ela disse ter percebido bem a profunda conexão entre design, sustentabilidade e a inclusão no processo de construção. “Na minha avaliação, uma lição que ficou na memória é com relação à acessibilidade: pude compreender melhor que a acessibilidade faz parte da sustentabilidade. E que a gente também tem que pensar nela do início ao fim do projeto, em vez de chegar depois e encaixar no fim. A gente tem que pensar nela desde a concepção das ideias, das primeiras ideias”, explicou.
A profissional também colocou a capacitação realizada no Politécnico de Milão com outro ponto fundamental da missão. Na instituição, Clara teve contato direto com tecnologias de ponta, explorando o potencial da robótica e da Inteligência Artificial no campo da arquitetura. “São assuntos que fazem com que a gente fique mais temeroso, com medo de ser substituído pelas inovações. Mas quando a gente entende o que acontece, a gente compreende que a tecnologia vem para colaborar conosco e apoiar em nossos projetos, otimizando processos”, completou.
O terceiro profissional a participar do painel e relatar a sua experiência no território italiano foi Rafael Barros. Ele já esteve presente em Milão em outras oportunidades, sobretudo em edições anteriores do Salone del Mobile.Milano. Ele, no entanto, notou e compartilhou a diferença de estar presente no evento com o apoio do Sebrae no DF. “Quando você está acompanhado com um grupo que tem assessoria e segurança, você consegue ter um consultor que está ali te apoiando. Você tem orientações mais técnicas. Você era direcionado, sabia onde ir, sabia o que visitar, sabia quais os estandes eram mais importantes”, contou.
Rafael também colocou a oportunidade de participar da capacitação no Politécnico de Milão como um diferencial da missão e salientou a ideia de se inspirar no design italiano sem buscar apenas copiar, mas sim aprender e melhorar suas próprias práticas no setor. “Essa experiência nos permite aprimorar o que já fazemos e, com uma nova perspectiva, encontrar caminhos para ir além, elevando nosso trabalho dentro da nossa própria área”, completou o arquiteto.
Da plateia do evento, a designer de interiores Eliane Santos observou os insights compartilhados pelos profissionais que estiveram presentes na cidade italiana. Ela disse ter compreendido a importância de integrar tecnologia e humanização no design e afirmou que aplicará o conteúdo que absorveu em projetos para atender melhor aos clientes.
“Foi muito legal ver que foi abordado sobre tecnologia, Inteligência Artificial e, ao mesmo tempo, perceber que os italianos estão com olhares direcionados para o ser humano. Até comentei com minhas colegas na hora, pois é algo que discutimos e refletimos em nosso dia a dia. A tecnologia vinculada à humanização é uma tendência e basta que busquemos referência e nos aprofundemos no assunto para não ficarmos para trás”, analisou a designer.
A analista da Gerência de Negócios em Rede do Sebrae no DF, Patrícia Ferreira, acompanhou de perto o grupo de empresários na Itália e também a atividade realizada na embaixada do país europeu. Ela reforçou, ao fim do evento, a importância de oferecer uma oportunidade de apresentar as experiências e aprendizados adquiridos durante missão na Itália beneficiando, assim, empresários que não puderam participar. “Essa atividade funcionou como forma de dar um retorno para que uma maior parcela de empresários pudesse acessar informações relevantes, bem como insights sobre o setor e oportunidades de networking que foram exploradas durante a missão. Isso democratiza o conhecimento e as oportunidades, já que nem todas as empresas podem ter acesso a essa experiência na Itália”, concluiu.
