Na última quinta-feira, 11 de setembro, diversos professores da rede pública participaram do primeiro encontro presencial do Percurso PNAEM: Ensino Médio e a Importância do Projeto de Vida na Formação das Juventudes, realizado na sede da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE). A formação integra a Política Nacional do Ensino Médio (PNAEM) e tem como proposta apoiar os docentes na construção de práticas pedagógicas mais conectadas à realidade dos jovens.
Ao todo, 112 professores de diferentes escolas do Distrito Federal participam da trilha formativa, organizada em diversos encontros, distribuídos de forma online e presencial. No dia 11, os cursistas foram divididos em turmas nos turnos da manhã, tarde e noite, em atividades presenciais que marcam o início da prática coletiva.
O objetivo do percurso é apoiar os docentes no desenvolvimento de práticas pedagógicas alinhadas às demandas da juventude do século XXI, considerando os avanços tecnológicos e os novos cenários de vida, trabalho e convivência.
Segundo o formador André Barros, a proposta desta formação está em estimular novas formas de engajamento em sala de aula. “Estamos aplicando recursos que dialogam com metodologias ativas, como gamificação, design thinking e mapas mentais. Ao final, os professores vão desenvolver banners científicos para apresentar suas pesquisas. Mas o foco principal é que percebam como se sentiram durante o processo – se houve engajamento, bem-estar e autonomia. Assim, poderão avaliar como essas metodologias podem ser integradas ao ensino de forma significativa e repassar essas propostas em sala de aula’’, ponderou.
A coordenadora do Projeto de Vida na EAPE, Simone Alves, destacou a necessidade de integração entre diferentes frentes de trabalho na rede pública. “O que estamos construindo aqui é justamente um caminho integrado, que faça sentido para os professores e para os estudantes. Não é possível falar em projeto de vida sem atravessar a própria vida. Esse curso é para que professores encontrem apoio, reflexão e fortalecimento. Porque aquilo que aprendemos para nós mesmos é o que, de fato, conseguimos transmitir’’, disse.
Entre os cursistas, a professora Nárgila Araújo, do Centro de Ensino Médio 414 de Samambaia, destacou que a formação é fundamental para além da complementação de carga horária. Docente de química, ela acredita que a sala de aula não pode ser desvinculada da dimensão social. “Muitos alunos me perguntam se sou professora ou mãe, porque muitas vezes o nosso papel ultrapassa o ensino de conteúdos específicos. Estamos lidando com vidas, com histórias, e precisamos desenvolver competências sociais para acolher esses jovens. É por isso que vejo nesta formação um espaço essencial para me ajudar a refletir sobre esse lugar de educador integral, que ensina, mas também cuida e orienta”, afirmou.
Na avaliação de Viviane Carrijo, chefe do Núcleo de Ensino Médio (NEEB), trabalhar o Projeto de Vida dentro da escola é essencial para que os jovens estejam mais preparados para os desafios da vida adulta. “Queremos contribuir para que os estudantes construam seu futuro pessoal e profissional de forma mais consciente, fortalecendo também o exercício da cidadania”.
Em complemento a fala da professora Viviane Carrijo, a chefe da Unidade-Escola de Formação Continuada, Linair Moura Barros Martins, lembrou que a política do Ensino Médio ainda está em consolidação e que o papel dos professores é decisivo nesse processo. “Apesar das mudanças institucionais, quem dá continuidade ao trabalho são os professores, na sala de aula, no contato direto com os estudantes. Estamos lidando com jovens que carregam sonhos e também projetos que muitas vezes não foram escolhidos por eles. Nosso papel é ajudá-los a ressignificar essas trajetórias e vislumbrar novas possibilidades”.
O Sebrae no Distrito Federal é parceiro da iniciativa e apoia o percurso por meio da educação empreendedora. No encontro presencial, a instituição foi responsável por estabelecer uma sinergia de palestras voltadas ao desenvolvimento de competências empreendedoras, abordando temas como empatia, habilidades socioemocionais e atitudes ligadas à prática empreendedora. A proposta ressaltou que essas competências se originam de valores e sentimentos, tornando-se fundamentais para que os estudantes transformem ideias em ações. Ao desenvolvê-las, os jovens passam a estar mais preparados para lidar com cenários de incerteza e com os desafios do futuro.
Os professores cursistas terão encontros semanais de forma online até dezembro, quando uma nova etapa presencial marcará o encerramento da formação.
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