Na última terça-feira, 25 de novembro, professores da rede pública do Distrito Federal participaram do encontro presencial de encerramento do Percurso PNAEM – Ensino Médio e a Importância do Projeto de Vida na Formação das Juventudes, realizado na sede da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE). A formação integra a Política Nacional do Ensino Médio (PNAEM) e tem como objetivo apoiar os docentes na construção de práticas pedagógicas mais conectadas às realidades e às necessidades dos jovens.
Ao todo, 112 professores de diferentes escolas do DF participaram da trilha formativa, composta por encontros online e presenciais. No encerramento, realizado ao longo dos turnos da manhã e da tarde, os cursistas apresentaram banners científicos com os projetos desenvolvidos durante o percurso, resultado das atividades aplicadas em sala de aula.
A proposta da formação foi incentivar metodologias mais participativas e conectadas ao cotidiano dos estudantes, considerando os desafios do mundo do trabalho, as transformações tecnológicas e as demandas socioemocionais das juventudes.

O formador André Barros explicou que o encontro representou a consolidação de um processo iniciado meses antes. Segundo ele, os professores foram estimulados a utilizar metodologias ativas, como gamificação, design thinking e mapas mentais, para fortalecer o engajamento dos alunos em torno do projeto de vida.
“Este momento não é só uma apresentação de banners. Ele representa a consolidação de uma consciência pedagógica, de que precisamos gerar envolvimento real dos estudantes, cuidado, escuta e acolhimento. Informação hoje é fácil de encontrar, mas o que falta é ajudar o jovem a transformar essa informação em sentido para a própria vida. O que vimos aqui são iniciativas que têm potencial real de transformar trajetórias”, destacou.
A coordenadora do Projeto de Vida na EAPE, Simone Alves, reforçou que a formação é um pilar central na implementação das políticas do Novo Ensino Médio. Para ela, o processo exige tanto embasamento teórico quanto prática colaborativa.“A formação não acontece de forma isolada. Ela envolve quem orienta, quem está em sala de aula e quem constrói coletivamente esse diálogo. O professor não é apenas um cursista, ele é parceiro na construção de perspectivas pedagógicas e didáticas que sustentem as mudanças que estão acontecendo na educação”.

Entre os participantes, o professor de Biologia do Centro de Ensino Médio 02 do Gama, Ênio Saraiva, apresentou um trabalho voltado à educação em saúde, com foco na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. Ele relatou que o percurso formativo o levou a refletir sobre sua própria prática docente.“Percebi um envolvimento muito grande dos alunos. Eles fizeram perguntas, trouxeram situações do cotidiano, participaram de verdade. Mas também foi um momento de olhar para mim, para a minha forma de comunicar e de conduzir as aulas. Identifiquei pontos que posso melhorar. Inclusive, fiz uma ponte com uma formação em empreendedorismo que estou fazendo pelo Sebrae e adaptei algumas metodologias à minha realidade em sala”, explicou.
A chefe da Unidade-Escola de Formação Continuada da EAPE, Linair Moura Barros Martins, contextualizou que a formação de professores no DF segue um planejamento semestral, alinhado às diretrizes da Secretaria de Educação e às atualizações das políticas educacionais.
“No caso do PNAEM, a formação é construída em parceria com a Diretoria de Ensino Médio. Como as políticas e normativas passam por atualizações frequentes, precisamos adaptar continuamente os percursos. Recebemos não só conhecimento, mas também as angústias dos professores, que vivem o impacto dessas mudanças no cotidiano escolar”, afirmou.

Ela destacou ainda que a EAPE atende tanto à demanda espontânea dos professores quanto às demandas institucionais vinculadas à implementação de políticas públicas, especialmente em um momento de reorganização dos itinerários formativos no Ensino Médio.
Parceiro da iniciativa, o Sebrae no Distrito Federal, participou do percurso com ações voltadas à educação empreendedora. Durante os encontros, a instituição colaborou com palestras e intervenções formativas focadas no desenvolvimento de competências empreendedoras, como empatia, habilidades socioemocionais, iniciativa e protagonismo.
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